sexta-feira, maio 29, 2009

"Da minha esquina"

Estudo do critério

Foi divulgado no passado dia 26 de Maio um estudo feito pelo Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e publicado pelo INE, que “arrasa”o desenvolvimento das nossas ilhas. Foi com a curiosidade, de quem conhece minimamente a evolução dos indicadores económicos, sociais e ambientais da nossa terra, que li o estudo de um uma ponta à outra, de forma a perceber a catástrofe de desenvolvimento, até 2006, tão proclamada pela imprensa diária açoriana. A conclusão a que cheguei, é que fui, provavelmente, dos poucos que tiveram o cuidado de ler as 90 páginas do estudo, para além das 9 páginas de resumo do INE. Os resultados são expressos através de um “índice sintético de desenvolvimento regional”, constituído por 65 critérios, de ponderação idêntica, que se dividem em três grandes eixos quantificáveis: competitividade, coesão e qualidade ambiental. Este índice compara um “suposto”desenvolvimento de 30 regiões do país, sejam estas rurais, urbanas, interiores, litorais, regiões autónomas com 2 ilhas ou com 9 ilhas.

Uma das coisas que aprendi na faculdade é que é muito difícil comparar o desenvolvimento de regiões com características diferentes. Sobre esta matéria várias questões se levantam: Poderemos utilizar critérios iguais? Deverão estes critérios ter a mesma ponderação? Quais são os critérios? As respostas são diferenciadas conforme as situações com que nos deparamos, daí não existir nenhum índice de desenvolvimento regional aceite por qualquer instituição estatística nacional ou internacional. A partir deste raciocínio, comparar a Grande Lisboa com a Cova da Beira ou com os Açores já me causa alguma desconfiança.

Por outro lado, utilizar critérios como a “percentagem de trabalhadores que vivem numa Região e trabalham fora da região”, para comparar os Açores com a Grande Lisboa parece-me no mínimo ridículo. Será óbvio para todos, que a nossa Região terá, provavelmente, neste critério, um resultado zero. Para meu espanto, este indicador tem igual peso para média final, do indicador “PIB per capita”.

Mas o mais extraordinário na análise de deste estudo, que pondera tudo de igual forma e com critérios escolhidos, no mínimo curiosos, é o facto de não existirem resultados individuais dos mesmos, publicados. Ou seja, este relatório tão criterioso está incompleto.

Até percebo a tendência sensacionalista dos nossos diários em fazer notícias com base em resumos estatísticos para aumentar as vendas, afinal estamos em crise, o que não percebo, é como é possível que instituições com o prestígio das referenciadas produzam documentos com esta qualidade.

quinta-feira, maio 28, 2009

Müz´ka

"À Janela do Mundo"

Afinal nem tudo corre mal...

Continuamos em profunda “grande recessão” internacional e as perspectivas de sairmos deste “buraco” não são animadoras. No passado dia 26 a OCDE divulgou dados que revelam a mais rápida contracção de sempre das maiores economias do mundo, no primeiro trimestre deste ano, cerca de -2,1%. No mesmo dia, o Governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio afirmou: que “apesar de já existir um abrandamento da crise, não foi feito ainda a reforma do sistema bancário internacional que nos permitirá ter estabilidade no sistema financeiro”, o que poderá comprometer a saída da crise antes de 2010.

No meio deste clima de depressão colectiva, em que cada estatística que surge é sempre pior que a outra, foi publicada finalmente uma boa notícia para Portugal. Segundo dados publicados pelo IMD (Institute for Management Development) no World Competiveness Yearbook 2009, o nosso país é o mais competitivo do sul da Europa, estando inclusive à frente neste ranking, da Espanha e da Itália. Portugal sobe 3 posições, a par com a Alemanha e a Suécia, sendo dos países da União Europeia que mais subiu face ao ano passado. Mas, para além de termos, finalmente, uma boa notícia, o interessante é percebermos a razão pela qual ela surge. Os factores que nos destacam face aos outros países são a competitividade em termos de preços, educação, legislação económica e social e infra-estruturas tecnológicas. Estes dados permitem-nos fazer uma pequena análise da economia portuguesa e desmistificar alguns pensamentos dominantes.

Por um lado, é sabido que a nossa competitividade devido aos preços, advém da nossa fraca produtividade e dos baixos salários praticados pelas empresas. Ou seja, esta (má) vantagem existe apenas devido ao nosso atraso, em termos de desenvolvimento económico, que tenderá a desaparecer à medida que a nossa economia crescer. Por outro lado, as reformas levadas a cabo pelo Governo e o esforço das empresas em modernizar-se, nos últimos 4 anos, estão finalmente a produzir resultados. Por muito que custe ao pensamento dominante, o nosso segundo melhor índice de competitividade, face a todo o sul da Europa é a qualidade da educação. Os resultados do Plano Tecnológico, do Simplex, da reforma de alguma legislação económica e do Código de Trabalho, são apontados como bons exemplos de boas práticas governamentais a seguir pelos restantes parceiros europeus de forma a serem mais competitivos.

Apesar da economia portuguesa ainda ter deficits estruturais, sobretudo ao nível de diversificação, modernização e capacidade empreendedora, que são exponenciados, em muito, pelas contingências da crise internacional, a conclusão que podemos tirar, no cenário actual, é que relativamente aos nossos parceiros comunitários estamos no bom caminho, para quando existirem condições, para a retoma económica, podermos sair rapidamente da situação, em que nos encontramos.

Eleições Europeias


"Tenho a convicção que um dos primeiros desafios que tenho de vencer passa por afirmar, junto das instâncias comunitárias, que os Açores têm muito para dar ao resto da Europa”
Luís Paulo Alves, daqui

quarta-feira, maio 27, 2009

Luís Paulo Alves quer maior atenção da UE à sua fronteira Atlântica

O candidato do PS/Açores ao Parlamento Europeu defendeu hoje uma maior atenção da Política Marítima Europeia às oportunidades de desenvolvimento que o Mar proporciona aos Açores e à fronteira marítima e Atlântica que o arquipélago confere à União Europeia.
Daqui.

Europeias 2009

O candidato do PS/Açores ao Parlamento Europeu garantiu que os compromissos da Região estão consagrados no Manifesto Nacional do Partido Socialista, ao invés de outros partidos que “prometem o céu” sem concretizar nenhuma proposta.
Daqui

terça-feira, maio 26, 2009

Do baú

"(...)foi encomendada ao deputado Paulo Rangel (actual líder parlamentar do PSD) a argumentação» para sustentar o voto contra do partido."
Luís Filipe Menezes, ex-líder do PSD

"(...)O PSD compreende as razões (do veto político) do Presidente da República, em particular a que se relaciona com a redução dos poderes presidenciais. (...)"
Paulo Rangel

Como li num blogue que encontrei, por acaso, a questão resume-se, exactamente a isto:
"A votação do PSD, a respeito de um diploma que poderia ter evitado a Cavaco a solidão e ao partido a vergonha, foi surrealista. O líder parlamentar, Paulo Rangel, afirmou na televisão (após duas votações por unanimidade) que o partido tinha uma posição firme – a abstenção."

Sobre amigos e inimigos estamos, portanto, conversados.

Esclarecimento

Apressado a comentar o comentado, JBC quis esclarecer o mundo, que o blogue, este mesmo, era sectário na moderação dos comentários; porque, conclui o ilustre senhor deputado, houvera feito um comentário ontem, a um texto de Francisco do Vale César, em que este acusa Paulo Rangel de ser sectário e o comentário não tinha sido publicado. Feito ontem e não publicado! Vai daí, lança-se ao insulto, argumentando que não publicamos o comentário, porque ele “não é alinhado com o blogue e com a conversa dos que aqui escrevem” e, ainda, (espanto-me!) avisando: “Se é para ser sectário na publicação dos comentários, então avisem para eu não me dar ao trabalho”… Estou certa de que a Campanha para as Europeias tem deixado maldisposto JBC, mas, lamento ter que o desiludir a esse respeito: não é o Ardemares que tem culpa disso. Compreendo, que estas declarações de Paulo Rangel a juntar a outras tantas, passando, pela, não menos célebre, votação final do estatuto, o deixem aborrecido. Não é para menos. Isso, juntando à não menos badalada escolha do candidato do PSD/A, a deputado ao Parlamento Europeu, devem deixá-lo enervado…Porém, caro JBC, neste ou em qualquer outro sítio, onde, porventura, possamos cruzar argumentos, não tenho culpa nenhuma desse estado em que se encontra. E neste, como em muitos outros sítios, também não estou, nem estará ninguém, creio eu, deste blogue, “sentado à espera”, que JBC comente para, de imediato, autorizar a sua publicação. Quanto ao dar ao trabalho ou deixar de dar ao trabalho, saiba o senhor, que este blogue já existe há quatro anos, tirando os outros dois, em que era o Ardemar, e que nunca estive à espera dos seus comentários ou dos de quem quer que fosse, para fazê-lo. Se quiser comentar, comente; se não quiser comentar, não comente. A liberdade é também isso. Quem pode, usa-a. Quem não pode, amanha-se.

DIFERENÇAS


Nota-se já uma significativa diferença entre os candidatos regionais às eleições de 7 de Junho para o Parlamento Europeu. Enquanto Luís Paulo Alves apresenta ideias e fala de assuntos de interesse para a Região, Maria do Céu Patrão Neves não o faz por menos: diz que as ilhotas do Caldeirão do Corvo representam os Açores.

Eleições Europeias 2009




Mais notícias aqui.

segunda-feira, maio 25, 2009

O sectarismo


E se existiam dúvidas sobre a posição de Paulo Rangel relativamente aos Açores...


declarações de Paulo Rangel à TSF: http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1243921

domingo, maio 24, 2009

"À Janela do Mundo"

Do veto ao voto

Só quem não lembra ou não sabe qual foi o papel de Paulo Rangel, cabeça de lista às Europeias, pelo PSD, no dia da aprovação final do Estatuto Político Administrativo dos Açores, na Assembleia da República, pode pensar que, quando a presidente do PSD/A diz aos microfones da comunicação social, o que já tinham dito os seus congéneres na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, sobre o cabeça de lista do PS às Europeias de 2009, está a falar verdade. Os açorianos sabem muito bem quem tentou a todo o custo, e usando os meios que tinha, desde o veto até ao voto, impedir que os Açores tivessem o seu Estatuto aprovado. Vital Moreira não era deputado na Assembleia da República, com direito a voto. Vital Moreira não se absteve nem votou contra; não ameaçou pedir fiscalização sucessiva; não era Presidente da República, nunca vetou o Estatuto nem, muito menos, fez comunicações ao país e aos portugueses, a pretexto de uma ira inacreditável e um centralismo desmesurado. Dizer-se que o cabeça de lista do PS é um inimigo das autonomias, como se ele representasse um perigo ameaçador, é uma falácia. Fazê-lo no dia em que Maria do Céu Patrão Neves apresenta o manifesto eleitoral é no mínimo ridículo. Então não foi a candidata do PSD/Açores imposta por Lisboa? Foi. Então não foi Duarte Freitas afastado da Europa porque não era “conselheiro” de Cavaco Silva? Foi. Então não sabia Manuela Ferreira Leite que o candidato do PSD/A era homem? Sabia! E não tinha a líder do PSD/A apresentado esse senhor como o eleito pelas cúpulas sociais-democratas, em Janeiro, durante o congresso do PSD/A? Tinha. Claro que tinha.

E ninguém quis saber. Ninguém quis saber o que pensava a líder do PSD/A sobre o assunto. Nem mesmo quando ela se manifestou contra a votação do seu partido na República; nem mesmo quando ela implorou. Ninguém quis saber. Ninguém. E todos se abstiveram e continuaram a ameaçar com a fiscalização.

Tal como ninguém deve ter querido saber o que pensava o PSD/Açores sobre o teor do contrato nacional assinado a 6 de Maio com o lema: “Pelo Interesse nacional”. 10 pontos. Em nenhum deles fala das autonomias. Sobre isso a líder do PSD/A não quis falar aos microfones dos órgãos de comunicação social.

Tudo fará, já sei, para não prejudicar o interesse nacional. Depende do veto e do voto.

Da desonestidade



Roçam o ridículo as declarações da presidente do PSD/Açores sobre o cabeça de lista do PS às Europeias de 2009.
Que dizer então de Cavaco Silva, presidente da República, por quem a presidente do PSD/Açores, em tempos, mostrou desejo que ele fosse o Presidente das Autonomias ou que dizer ainda do cabeça de lista do PSD, na República, a quem a Presidente do PSD/A não foi capaz de convencer a votar a favor do Estatuto? A não pedir a fiscalização sucessiva do diploma, aprovado por unanimidade nos Açores e sem unanimidade em Lisboa, porque Paulo Rangel, do alto da sua bancada parlamentar, na Assembleia da República, assim não o quis. Pois bem, Paulo Rangel é o cabeça de lista às Europeias de 2009 pelo partido que quero crer é o mesmo da senhora Presidente do PSD/A. As declarações da Presidente do PSD/A estão pois em piloto automático, fazendo lembrar uma farsa do século XVI, onde nos pretendem “ajeizado(s) à Andaluza”. Acontece, porém, que nem o povo se deixará encantar por este encantamento tão requintado, como, por certo, a Presidente do PSD/A não terá a força suficiente para aguentar o pano no ar até ao fim. A história encarregar-se-á de contar mais este episódio e os nossos ouvidos hão-de lembrar, para sempre, as comunicações ao país, que o Presidente da República então fez a este povo açoriano, que aqui resiste e insiste. Dir-me-ão os mais afoitos, na sua cobardia reconhecida: povo açoriano? Qual povo açoriano? Foi o teu partido que lhe roubou o nome! Descansem almas santas nos vossos sepulcros, pois que o sangue deste povo não está no nome que o chama, mas na garra com que se empenha, na vontade que o envolve e nas façanhas que o move, com que luta dia a dia para provar a pessoas como estas aqui descritas, que essa coisa da desonestidade intelectual ou política lhes há-de cair como castigo, no colo, mais dia, menos dia.
Por mais anos que eu viva, e já vou acima das três dezenas, jamais esquecerei o rosto com que falou Cavaco Silva ao país, alvitrando duras críticas aos açorianos. A todos. Não contente, o que não cumpriu a "sina" de ser “presidente” das Autonomias ainda nos dedicou umas linhas no prefácio do livro que publicou
Certo é que a presidente do PSD/A tudo fez e tem feito a bem da unidade nacional e de um projecto que tinha que ser feminino, porque a hora era esta. Como queira, como queira. Mas, nada do que venha dizer nos há-de fazer dobrar a espinha de que somos feitos...
...

sábado, maio 23, 2009

Da Minha Esquina

Por uma questão de coerência

Tenho ouvido nos últimos dias, a oposição liderada pelo PSD, falar muitas vezes da palavra “centralismo” a propósito do cabeça de lista do PS às eleições europeias Vital Moreira. O PSD acusa o Partido Socialista de ter escolhido para cabeça de cartaz, um constitucionalista que por diversas vezes tomou posições publicas contra o Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma dos Açores (EPARAA). Vital Moreira tomou, no processo “Estatuto dos Açores”, diversas posições que não eram favoráveis à posição PS/Açores, nem a meu ver, beneficiaram o progresso Autonómico dos Açores.

Mas neste debate, o que mais me espanta é a falta de definição da oposição sobre aquilo que deve ser discutido durante a campanha para as eleições ao Parlamento Europeu. O PSD/Açores começou por achar que o mais importante era discutir lugares. Ter um lugar na lista candidata elegível igual ao do PS/Açores era imperativo, mesmo que para isso tivesse que ceder ao maior centralista de todos, Cavaco Silva, e aceitar o nome de Maria do Céu Patrão Neves como sua candidata. Agora, o PSD/Açores a propósito de Vital Moreira acha que o centro da discussão deve ser o perfil e a qualidade dos candidatos. Curiosamente este princípio não serviu de nada para sustentar nas listas uma das suas referências e provável futuro líder regional, Duarte Freitas, nem continua a servir quando se fala de Paulo Rangel, o Deputado à Assembleia da Republica que pediu a fiscalização sucessiva do EPARAA. Na restante oposição, o debate também não tem corrido muito bem. Depois de terem acusado o PS/Açores de não ter acautelado os interesses dos Açores neste processo, apresentaram-se ao eleitorado sem terem um único candidato com possibilidade de ser eleito ao Parlamento Europeu.

A meu ver a oposição não percebeu que o que se discute em eleições são programas e o conjunto dos protagonistas que os implementam. Esqueceram-se, ou preferiram não reparar, que em doze pontos do programa eleitoral do PS Nacional, três dizem respeito aos Açores sob proposta do PS/Açores. Esqueceram-se de lembrar que dos candidatos açorianos o PS/Açores apresenta o único, Luís Paulo Alves, com um largo curriculum na área da agricultura e com uma profunda experiencia em lidar com dossiers comunitarios. Esqueceram-se sobretudo de que precisamos de representantes com qualidade e com ideias de como defender os interesses dos açorianos na Europa. Reconheço estas características em Luís Paulo Alves. Espero que os açorianos reconheçam também.