Por uma questão de coerência
Tenho ouvido nos últimos dias, a oposição liderada pelo PSD, falar muitas vezes da palavra “centralismo” a propósito do cabeça de lista do PS às eleições europeias Vital Moreira. O PSD acusa o Partido Socialista de ter escolhido para cabeça de cartaz, um constitucionalista que por diversas vezes tomou posições publicas contra o Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma dos Açores (EPARAA). Vital Moreira tomou, no processo “Estatuto dos Açores”, diversas posições que não eram favoráveis à posição PS/Açores, nem a meu ver, beneficiaram o progresso Autonómico dos Açores.
Mas neste debate, o que mais me espanta é a falta de definição da oposição sobre aquilo que deve ser discutido durante a campanha para as eleições ao Parlamento Europeu. O PSD/Açores começou por achar que o mais importante era discutir lugares. Ter um lugar na lista candidata elegível igual ao do PS/Açores era imperativo, mesmo que para isso tivesse que ceder ao maior centralista de todos, Cavaco Silva, e aceitar o nome de Maria do Céu Patrão Neves como sua candidata. Agora, o PSD/Açores a propósito de Vital Moreira acha que o centro da discussão deve ser o perfil e a qualidade dos candidatos. Curiosamente este princípio não serviu de nada para sustentar nas listas uma das suas referências e provável futuro líder regional, Duarte Freitas, nem continua a servir quando se fala de Paulo Rangel, o Deputado à Assembleia da Republica que pediu a fiscalização sucessiva do EPARAA. Na restante oposição, o debate também não tem corrido muito bem. Depois de terem acusado o PS/Açores de não ter acautelado os interesses dos Açores neste processo, apresentaram-se ao eleitorado sem terem um único candidato com possibilidade de ser eleito ao Parlamento Europeu.
A meu ver a oposição não percebeu que o que se discute em eleições são programas e o conjunto dos protagonistas que os implementam. Esqueceram-se, ou preferiram não reparar, que em doze pontos do programa eleitoral do PS Nacional, três dizem respeito aos Açores sob proposta do PS/Açores. Esqueceram-se de lembrar que dos candidatos açorianos o PS/Açores apresenta o único, Luís Paulo Alves, com um largo curriculum na área da agricultura e com uma profunda experiencia em lidar com dossiers comunitarios. Esqueceram-se sobretudo de que precisamos de representantes com qualidade e com ideias de como defender os interesses dos açorianos na Europa. Reconheço estas características em Luís Paulo Alves. Espero que os açorianos reconheçam também.
1 comentário:
Subscrevo. Já publiquei opinião semelhante e estou a preparar outro post no mesmo sentido.
Haja Saúde
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