quarta-feira, agosto 30, 2006

terça-feira, agosto 29, 2006

segunda-feira, agosto 28, 2006

domingo, agosto 27, 2006

Carta(da)

Havia um homem deitado na areia como um valete de copas,
Mas morto.
Estava seco o vinco da sua cara rascunho,
Secos os olhos, secas as pestanas,
Fartas as sobrancelhas
De despejar nos baldes sorrisos e gargalhadas
Silenciosas e pobres como as esmolas.

Do homem valete, de cara virgulada, lembrando uma haste de óculos ou
Somente uma carta de jogo
Disse-se, na altura, pouco ou quase nada…
Falou-se numa morte vagarosa, numa espécie de lume brando,
Num mito.

Certo é que havia um homem deitado numa areia de uma praia qualquer,
Morto e seco.
De cara semi – escrita, tomada numa nota apressada, que lhe saiu
Como uma finta.

Na praia não havia mais ninguém a não ser uma caneta Bic sem tinta
Para escrever
Qualquer coisa.


Pico
Agosto 2006

sábado, agosto 26, 2006

De volta



imagem

Pus o meu sonho num navio
E o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
Para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul das ondas entreabertas,
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
A noite se curva de frio;
Debaixo da água vai morrendo
Meu sonho, dentro de um navio…

Chorarei quanto for preciso,
Para fazer com que o mar cresça,
E o meu navio chegue ao fundo
E o meu sonho desapareça.


Naufrágio, Cecília Meirelles

sábado, agosto 19, 2006

Citação


Continua a ser uma maravilha estar por aqui...