sábado, agosto 26, 2006

De volta



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Pus o meu sonho num navio
E o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
Para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul das ondas entreabertas,
E a cor que escorre dos meus dedos
Colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
A noite se curva de frio;
Debaixo da água vai morrendo
Meu sonho, dentro de um navio…

Chorarei quanto for preciso,
Para fazer com que o mar cresça,
E o meu navio chegue ao fundo
E o meu sonho desapareça.


Naufrágio, Cecília Meirelles

1 comentário:

Terceirense disse...

Como te entendo...

Agora sou eu que estou de férias e um pouco vazia de ideias e cheia de saudades dessa ilha.

Sonharei...

Beijinhos