tag:blogger.com,1999:blog-122488422024-03-14T09:54:58.857-01:00Ardemares"E um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando as vidas dos insectos..."
Mário QuintanaMariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.comBlogger1867125tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-1849747109316780662014-06-16T15:27:00.000+00:002014-06-16T15:27:01.166+00:00"Já conhecíamos uma proposta alternativa? Não?!"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJUi6jInAJO_A1qWIfh1F27K-cCC1UKnhJLLbuzq1oYBD_EMEm-Apa7yuyt51yTWYasEHXGjmn9lwY3QXL46QeoM0TWKU1Zq_xIeZP1MfIa-FcYzCjSldv0kpuNXBvhlQrkw/s1600/110212.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJUi6jInAJO_A1qWIfh1F27K-cCC1UKnhJLLbuzq1oYBD_EMEm-Apa7yuyt51yTWYasEHXGjmn9lwY3QXL46QeoM0TWKU1Zq_xIeZP1MfIa-FcYzCjSldv0kpuNXBvhlQrkw/s1600/110212.jpg" height="251" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não há nada que saber, os diagnósticos estão todos feitos! “A economia açoriana precisa de ser mais competitiva e de criar mais emprego!” - La Pallisse não diria melhor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como é possível materializar este objetivo, é o verdadeiro “busílis” da questão e que deve verdadeiramente diferenciar o projeto de cada partido político. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tradicionalmente na vida política Açoriana, sobretudo ao nível da nossa oposição parlamentar, a crítica sobrepõe-se à propositura e o ataque pessoal prevalece sobre a discussão de ideias.
É este o estado da nossa oposição parlamentar – bem enquadrada na definição de Einstein sobre as pessoas que discutem eventos e pessoas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Talvez por isso, para além da confiança que os açorianos têm no atual executivo regional, a oposição parlamentar tem vindo, sucessivamente, a piorar os seus resultados em eleições. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estarei a ser parcial? Reconheço que esta crítica me pode ser feita, pois sou do Partido Socialista e apoio o Governo dos Açores, mas factos são factos e constatam claramente o que afirmo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O Governo dos Açores desde que tomou posse, como é do conhecimento geral, tem implementado sucessivamente soluções e medidas que visam proteger as famílias e as empresas da austeridade, da crise e estimular o crescimento económico e a criação de emprego. São vários os exemplos destas soluções: Carta de obras públicas; linhas de crédito empresariais; Agenda para Competitividade e Emprego; novo Programa Operacional 2014-2020; Agenda Tecnológica para os Açores; programas de emprego e formação, o novo sistema de incentivos Competir +, entre outros – que comprovam, indiscutivelmente, a vontade e a capacidade do Governo dos Açores, liderado por Vasco Cordeiro, de intervir sobre esta matéria. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Da nossa oposição não se conhecem alternativas. Aliás, tornaram-se especialistas em discutir as medidas do Governo, em vez de trazer ao debate as suas propostas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Relativamente ao PSD, não podiam ser mais paradigmáticos os sucessivos falhanços técnicos das suas propostas – como aquela que foi obrigado a retirar do parlamento, por ter percebido que tinha apresentado a prospeção de petróleo e de carvão como a solução para o desemprego nos Açores – revelaram-se traumáticos para o seu líder e para o seu grupo parlamentar que nunca mais arriscaram uma proposta concreta, com medo de se espalharem, outra vez, ao comprido, ao vivo e a cores no plenário. Aliás, chega a ser constrangedor, observar a fobia que têm ao concreto da propositura, resumindo-se ao partido da recomendação de generalidades ou do “mais um bocadinho”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É preciso termos novas empresas que criem emprego? - O PSD recomenda ao Governo que crie ninhos de empresas em todas as ilhas. Como? Isso é um problema – dizem eles - que diz respeito ao Governo e não à oposição, “nós apenas recomendamos”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O Governo aumenta o Complemento ao Abono de Família - O PSD acha que é pouco e propõe aumentar “mais um bocadinho”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi no debate sobre o sistema de incentivos à competitividade empresarial (Competir +) que mais se notaram as dificuldades da oposição. Este era o debate, por excelência, para se discutir os projetos e as ideias de cada partido político, para promover, na economia Açoriana, o aumento da produtividade e competitividade, a especialização, a criação de valor acrescentado, a capacidade exportadora da nossa economia e a capacidade para as nossas empresas criarem emprego. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Da oposição, pouco ou nada se ouviu! Não apresentaram um único caminho alternativo! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Do BE, acelerando o seu caminho para o abismo político, pouco se percebeu, para além de uma tentativa pueril de fazer um número mediático para as televisões; do PCP compreendemos o habitual ensurdecedor dogmatismo, e do PSD, o problema da “conformidade jurídica do diploma desvalorizar o poder legislativo”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É pouco para a oposição? É! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É desqualificante para o debate político? Também é!</span></div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-60520859979856812132014-06-02T15:00:00.000+00:002014-06-16T15:18:22.576+00:00"OS FANÁTICOS E OS FOFINHOS!"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Gwp64jIpB_6NHgYWzsBrHnI6xfRI__zmH3mbEuc1aBSrR89JlvCXZETym69Dkfrq2yfng4KHFZgHI8VZwisHS3JMCP_9UbS75zDIu-ZSYgv7YRF2V9ZU7uHVoq_Wx_ZxCw/s1600/DignidadeRebelde.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Gwp64jIpB_6NHgYWzsBrHnI6xfRI__zmH3mbEuc1aBSrR89JlvCXZETym69Dkfrq2yfng4KHFZgHI8VZwisHS3JMCP_9UbS75zDIu-ZSYgv7YRF2V9ZU7uHVoq_Wx_ZxCw/s1600/DignidadeRebelde.jpg" height="245" width="320" /></a></div>
<span style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span></span>
<span style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>"Ondas de choque das Europeias"</b></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Passada uma semana das eleições europeias, as ondas de choque provocadas pelos seus resultados ainda se fazem sentir. Na maioria dos países europeus, com honrosas excepções, a direita e os partidos extremistas - ditos, anti-sistema, anti-Europa ou nacionalistas (pseudo-independentistas) -, ganharam as eleições.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Qualquer observador menos atento poderia ficar intrigado com facto dos partidos de direita continuarem a constituir o maior bloco de deputados do Parlamento Europeu, apesar dos resultados desastrosos das suas políticas, sobretudo a nível social. Após uma análise mais atenta ao espectro político europeu, estes resultados são perfeitamente naturais e até constrangedoramente compreensíveis . Nestas eleições europeias, infelizmente, estiveram em debate apenas dois caminhos: o que preconiza a inevitabilidade da austeridade enquanto rumo para o crescimento económico e, um outro, não organizado, mais anárquico, cujo objecto apresentado aos eleitores é exactamente o fim da razoabilidade política e sistémica apresentada pelos tradicionais partidos, ditos do "centrão".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">A resposta para a pergunta sobre a razão da estrondosa derrota dos partidos socialistas democráticos e sociais democratas, está, exactamente, na dificuldade que temos em enquadrar os seus programas eleitorais numa destas alternativas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os partidos sociais-democratas (chamemos-lhes assim, na sua versão europeia onde se inclui o nosso PS) preconizam também a inevitabilidade dos sacrifícios, da reforma das instituições, entenda-se, pela sua redução de importância ou de peso na economia. De alternativa ou de mudança, apenas conhecemos os slogans eleitorais, pois apresentam-se, de uma forma pouco perceptível, como os partidos da austeridade ténue, ou da austeridade mais "fofinha", cujo objectivo último de redução, do papel do Estado e do peso do factor trabalho é o mesmo da direita, variando apenas a forma e a intensidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Os resultados eleitorais na União Europeia e, especialmente, em Portugal, revelam exatamente que os Europeus, revoltados com a situação que estão a viver, confiam mais nos partidos da direita austeritária e nos partidos anti-sistema, do que na social-democracia tímida e pouco compreensível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>A resposta ao perigo da Deflação</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Se dúvidas houvesse sobre o que está mal na União Europeia e nos seus protagonistas políticos a resposta à possibilidade de deflação na zona euro, pela parte das suas instituições, é disso um exemplo paradigmático.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Há mais de um ano que os economistas avisam para o perigo de uma baixa generalizada de preços na zona euro, liderada pelos países do sul, com a possibilidade de consequências gravíssimas ao nível do emprego e da competitividade das nossas exportações. A valorização do euro e a descida generalizada de preços são sucessivamente desvalorizadas pelos nossos políticos e dirigentes, todos eles nascidos e criados numa época onde a inflação arruinava as economias e o poder de compra das famílias. Aliás, ainda hoje, quando se fala em deflação, apesar dos graves danos por ela criada na crise de 2008 nos países do sul da Europa, muitos políticos sorriem ignorantemente, pensando, com indisfarçável egoísmo, no aumento do poder de compra das famílias. Ora enquanto a inflação "mói", a deflação mata - "as famílias adiam o consumo, os empresários o investimento, conduzindo a economia ao que se chama depressão (i.e., período de tempo longo, caracterizado por elevado desemprego, baixos níveis de produção e de investimento, número elevado de falências de empresas e baixos níveis de confiança dos agentes económicos)."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Mas perante este risco o que podem as instituições europeias fazer?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao meu caro leitor respondo, dizendo, que apesar dos manuais de economia serem muitos claros sobre esta matéria, a pergunta está mal formulada, devendo antes ser enquadrada assim:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>O que estão as instituições europeias disponíveis a fazer para evitar o risco de deflação?</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">As taxas de juros referência já estão em valores mínimos históricos, podendo baixar, inclusivamente, para valores negativos, mas sem grande efeito na economia, pois já estamos a falar em valores na ordem da décima de ponto percentual. O BCE afirma agora que está disposto a mutualizar a dívida resultante dos investimentos das empresas na economia, através de instrumentos financeiros complexos, como forma de garantir o acesso das pequenas e médias empresas ao crédito e, com isto, estimular o investimento e o consumo provocando alguma inflação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Ora, esta nova política não só é completamente absurda e irresponsável, como é atentatória da própria lógica da União Europeia. É uma insanidade, achar que os instrumentos financeiros complexos que nos levaram à Grande Recessão, em 2008, não nos levarão, nesta nova versão garantida pelo BCE, aos mesmos resultados do passado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Também me sinto "gozado" enquanto português e desiludido com o facto do BCE estar disposto a mutualizar, com risco, a dívida de privados que não conhece e, por sua vez, não esteja disposto a mutualizar a dívida do meu país, propiciando, assim, mais crescimento económico e uma redução da austeridade para os cidadãos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Somos governados a nível europeu por um pequeno comité dos grandes países, onde mandam, sobretudo, os interesses da Alemanha e dos tecnocratas e onde os outros países não batem o pé.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Infelizmente não há alternativa política razoável para nada, por falta de comparência da verdadeira social-democracia, por falta de protagonistas à altura, podendo significar, no médio prazo, o fim do projecto europeu.</span></div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com0Azores, Portugal37.7412488 -25.67559440000002334.552984800000004 -30.839168400000023 40.9295128 -20.512020400000022tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-69144155439020410202014-05-12T18:36:00.000+00:002014-05-12T18:43:51.690+00:00Uma Cidade adiada!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Bem sei que a Câmara Municipal de Ponta Delgada se encontra em dificuldades financeiras, mas este facto não justifica, por si só, o autêntico marasmo em que o concelho se encontra. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Após uma campanha eleitoral que prometeu um novo desígnio e um novo estilo para Ponta Delgada, pouco ou nada se viu de novo, para além de um inegável estilo low-profile do seu Presidente, que contrasta positivamente da sua antecessora. O atual Presidente de Câmara é um homem sério, ninguém o nega, mas muito mal estamos nós em democracia quando este facto basta para qualificar a ação de alguém na atividade política. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É preciso mais!
Ponta Delgada é uma cidade parada e um concelho abandonado, em que os dias passam devagar, em inércia absoluta, em que a atividade da Câmara pouco mais se resume do que inaugurar obras da sua antecessora, a cerimónias de entregas de diplomas, a pequenos apoios a associações locais ou a uma boa programação cultural no Coliseu Micaelense. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ponta Delgada pode ser muito mais do que isto e não é preciso gastar nem milhões, nem os poucos tostões que o Município ainda tem.
Falta imaginação, capacidade de inovação e de decisão!
É necessário centrar as atenções em pequenos investimentos modernizadores que possam ter um efeito multiplicador ao nível da qualidade de vida das populações e na vida das micro e pequenas empresas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ponta Delgada pode ser uma cidade de referência no Atlântico pelo seu potencial de relacionamento com mar, em todas as suas vertentes. Apesar de todo este potencial, a cidade e o concelho continuam de costas voltadas para o mar, como que se estivessem à espera, num típico “sebastianismo beato”, que uma outra entidade tomasse a iniciativa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O PS de Ponta Delgada já o fez por diversas vezes e com pequenas propostas concretas, exequíveis e baratas. Propôs, por exemplo, que a agenda cultural e recreativa do Município fosse feita com uma antecedência de dois anos, beneficiando, sobretudo, a época baixa, para que os agentes turísticos e culturais possam programar a sua atividade e, com isso, reduzir a sazonalidade e gerar mais riqueza junto das nossas micro e pequenas empresas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E propôs, também, um pequeno investimento, praticamente todo financiado por fundos comunitários, “que altera o perfil da atual circulação rodoviária, ciclável e pedonal no troço Sul entre a zona do edifício do Clube Naval de Ponta Delgada e a entrada para Avenida do Mar.”
Sobre estas propostas o município nada disse, nem nada fez. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O comércio tradicional continua em enormes dificuldades e a Câmara desperdiça, como se nada fosse, o potencial de riqueza gerado pelo desembarque em navios de cruzeiros, nas Portas do Mar, de mais de 80.000 passageiros ano.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não é uma ideia nova, nem extraordinária. Será que já fizeram as contas e verificaram que cada passageiro gasta em média, num desembarque, 97,40 euros e cada tripulante 21,5 euros, podendo gerar um ganho potencial de perto de 7 milhões de euros, sem um grande investimento do município? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Qual é o atual retorno para a cidade? Que parcerias devem ser feitas?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O município não tem as respostas porque nem sequer faz estas óbvias perguntas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Falta ter uma ambição, um mote, um objetivo para o Concelho, que, honestamente, ainda não consegui descortinar no atual projeto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ponta Delgada não tem de continuar a ser uma cidade e um concelho adiado.</span></div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com0Ponta Delgada, Portugal37.7422417 -25.67494999999996737.6920177 -25.755630999999966 37.7924657 -25.594268999999969tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-69592995404780264332014-05-04T20:38:00.001+00:002014-05-04T20:39:30.785+00:00Ai meu DEO! Que nos desgraças!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Rw7HzLGlEoVN4x8EJYTsEFnjZpyfTLKQ1VP_h2kf6drgOQrYBTBUtZJ4Fz8f-goUHYBAaGJMS1YbqEC8xl9nHO30MyHP1KKqYjpADg7hy0T_yxV1sOk_4ikUWb31_qct7Q/s1600/14925551_Sofng.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Rw7HzLGlEoVN4x8EJYTsEFnjZpyfTLKQ1VP_h2kf6drgOQrYBTBUtZJ4Fz8f-goUHYBAaGJMS1YbqEC8xl9nHO30MyHP1KKqYjpADg7hy0T_yxV1sOk_4ikUWb31_qct7Q/s1600/14925551_Sofng.jpeg" height="219" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Da minha Esquina...</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Na passada
quarta-feira a Ministra de Estado e das Finanças anunciou, numa longa
conferência de imprensa, que o Governo, em 2015, iria devolver aos pensionistas
e funcionários públicos parte do rendimento perdido nestes últimos três anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Segui
atentamente a exposição da Ministra tentando perceber que milagre económico era
este que permitiria devolver 20% do rendimento “subtraído/cortado” aos funcionários
públicos e extinguir a contribuição extraordinária de solidariedade. Não fazia
sentido, pura e simplesmente, tanta “benesse” aos eleitores, apesar de estarmos
a menos de um mês eleições europeias. Ora, como o Governo da República não tem
folgas orçamentais como não se cansa de anunciar, nem descobriu nenhum poço de
petróleo no país - apesar dos seus colegas de partido nos Açores apregoarem que
sim - logo estes anúncios “tão benévolos” tinham de ter um “truque”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Nestas
matérias nada como recorrer à matemática e ao Documento de Estratégia
Orçamental (DEO), página 43, apresentado genericamente pelo Governo e fazer
umas “continhas”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Analisando
o quadro resumo das medidas de consolidação orçamental para o ano de 2015
verificamos que, de facto, o Governo disse a verdade: vão devolver aos
funcionários públicos e aos pensionistas 225 e 660 milhões de euros,
respetivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">“Mas com a
verdade me enganas!” - Já diz o ditado - pois o Governo também anunciou uma
poupança de 1.378 milhões de euros fruto de umas pequenas alterações dos
impostos e taxas e de um corte nas despesas e gorduras do Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Mas todos
estes dados são apresentados de uma forma enviesada, com objetivos notórios de
provocar uma impressão contrariaria à realidade, senão vejamos: o valor em
cortes aos funcionários públicos e em aumentos de impostos para 2015, não é de
1.378 milhões como anunciado, mas sim de 2.284 milhões de euros, aos quais
deduzem a tal “devolução” de 225+ 660+21= 906 milhões de euros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Ou seja, na
prática, o Governo não só não vai reduzir a austeridade, como esta irá
aumentar, com todos os seus efeitos recessivos, junto das empresas e das
famílias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Mas como é
que esta austeridade será feita?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Em primeiro
lugar, através de medidas diretas, algumas anunciadas no início do ano, como o
aumento das contribuições para a ADSE e outros subsistemas (75 milhões de
euros), outras, no DEO, como o aumento de contribuições para a previdência
social em 0,2 p.p. (100 milhões de euros), o aumento de IVA em 0,25 p.p., (150
milhões de euros) ou o aumento da Contribuição de sustentabilidade (372 milhões
de euros).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">E em
segundo lugar, através de cortes nos consumos intermédios do Estado (537
milhões de euros). Uma breve nota antes de os especificar – mas ao fim de três
anos de cortes e mais cortes, que arruinaram o país, a classe média e as
pequenas e médias empresas, agora é que se lembram em cortar em alegadas
despesas de telemóveis e em estudos e consultoria!!!????<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Infelizmente
não funciona assim. Quem conhece a máquina do Estado sabe que está muito depauperada
e que estas poupanças têm, geralmente, um efeito mais nocivo do que benéfico na
despesa pública, pois, geralmente, traduzem-se em reduções de <i>outsourcings</i> a pequenas empresas locais,
que geram emprego e, na perda de qualidade na decisão dos responsáveis da
administração pública. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;">Mas o maior
problema está no que o Governo não disse, escondeu ou não quantificou.
O emprego público vai diminuir, ou seja, mais portugueses sem rendimentos,
outros serão requalificados, reposicionados, perderão suplementos
remuneratórios ou aposentados, o que também quer dizer menos rendimentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">As </span></span><span style="line-height: 24px;">indemnizações</span><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;"> compensatórias para as empresas de
transportes diminuem, o que quer dizer, obviamente, transportes públicos mais
caros. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">Se depois de
isto tudo ainda houver alguém com capacidade financeira, para consumir tabaco,
refrigerantes, bebidas alcoólicas, do tipo, vinho ou cerveja ou comida com
elevado colesterol, não sorria, porque esta felicidade poderá também pagar
imposto</span><span style="line-height: 150%;">.</span></span></div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com0Açores, Portugal37.7412488 -25.67559440000002334.552984800000004 -30.839168400000023 40.9295128 -20.512020400000022tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-84527349224976193222014-03-17T15:17:00.001-01:002014-03-17T15:17:57.985-01:00Retrato dos Açores<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3aUjwVd2HlbUSmEca_1tCq4Vys_up6DHtAlXDmzH-vSX6BmzKJpbgBc_bbKdVB31IV2GoQTFmnyE3pw8wGBCGtUSvZ2pL0VxLcM_cz3KEHFguyky3xw9jnOYvsX2TqkAH8w/s1600/saude_entrada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3aUjwVd2HlbUSmEca_1tCq4Vys_up6DHtAlXDmzH-vSX6BmzKJpbgBc_bbKdVB31IV2GoQTFmnyE3pw8wGBCGtUSvZ2pL0VxLcM_cz3KEHFguyky3xw9jnOYvsX2TqkAH8w/s1600/saude_entrada.jpg" height="135" width="320" /></a></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="s2"><br /></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="s2">Na passada
semana discutimos no Parlamento Regional a Conta da Região do ano 2012. Esta
análise mais não é do que um retrato em números da execução financeira da
atividade do Governo Regional e do seu sector empresarial. Revela também, por
exemplo, através dos números da receita fiscal, o comportamento da
economia regional durante este ano.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">E é assim que devemos fundamentar as nossas análises - com factos - e
não recorrer como é habitual - em muitos comentadores,
jornalistas ocasionais de sábado à tarde, profissionais da
decomposição no facebook ou de personalidades tão complexas, que “unicamente”
em si concitam a posição “imparcial” de
economista/político/empresário/guru da economia açoriana/líder da
oposição/etc. - à opinião baseada nos nossos anseios, interesses
e convicções, como se esta fosse uma verdade científica.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Se relativamente ao ano de 2012, contrariamente ao que muitos
diziam, percebemos que "os Açores cumpriram integralmente as
metas orçamentais com que se tinham comprometido - e até tiveram resultados
melhores do que se tinham comprometido -" e que “as empresas
públicas (…) passaram por um processo de consolidação e estão, de
forma geral, em equilíbrio”,conforme assinala a Comissão Europeia, algumas
vozes, aproveitando-se da nossa situação de crise, tentam impor o discurso de
que os Açores tiveram perto de duas décadas perdidas no seu desenvolvimento.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Ora analisando o mais recente relatório da Fundação Manuel dos
Santos/Pordata, “Retrato dos Açores” e outros indicadores
e dados estatísticos do INE, verificamos que aconteceu exatamente o
contrário.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Se em 1993, os Açores eram a Região mais pobre do Pais, com um
poder de compra per capita perto dos 65% da média nacional, hoje
estamos a meio da tabela, com 82,4%.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Ao nível da educação, apesar dos desafios que ainda se colocam, também
temos resultados animadores: em 1981 a nossa Região tinha uma taxa de
analfabetismo acima da média nacional, enquanto hoje reduzimos essa taxa em
perto de vinte pontos percentuais, para 4,7% da população, enquanto o país tem
5,2%. É igualmente indiscutível que temos hoje mais e
melhores escolas.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Ao nível do turismo, os resultados são também animadores: em 1995 as
dormidas de turistas na Região estavam perto de atingir as 400 mil, enquanto
hoje já ultrapassam largamente um milhão; o crescimento da receita direta
desta atividade quadruplicou durante este período.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span class="s2">Ainda ontem noticiava o Açoriano Oriental, numa reportagem sobre a
conferencia que analisou o relatório da Pordata, que “Sobre a
convergência com a média da União Europeia (…) Augusto Mateus
defendeu que os Açores estão onde devem estar, a meio da tabela das regiões
nacionais, não devendo olhar para o topo da tabela onde Lisboa concentra muita
da riqueza que, na verdade, é produzida na região vizinha de Setúbal e a
Madeira tem o seu PIB claramente valorizado pela Zona Franca. Elogiou o facto
dos Açores, com uma pequena população trabalhadora, se destacarem mais pelo
lado da produtividade, face a outras regiões do país, onde é o fator
população empregada e riqueza bruta que mais se destaca, um fator contra o qual
os Açores pouco podem fazer.” </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Os Açores dispõem hoje de uma rede social sem paralelo no país -
creches, jardins-de-infância, lares de idosos, centros de dia, etc. – acessível
a toda a população, a um custo muito menor do que no continente, tal como,
disponibiliza um conjunto de apoios sociais – "cheque pequenino",
complemento de pensão, complemento de abono de família, remuneração
complementar, etc. – que visam diminuir as desigualdades sociais e garantir uma
verdadeira igualdade de oportunidades.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Se todos estes avanços foram conquistas importantes, também é verdade,
que numa economia periférica como a nossa, o desafio do crescimento harmónico
rapidamente pode ser posto causa por crises conjunturais como a que
atravessamos ou outras que no passado nos atingiram. Basta pensar que desde
1996 o Governo dos Açores investiu perto de 500 milhões de euros a recuperar
infraestruturas atingidas por calamidades naturais, ou seja, garantiu, como é
sua obrigação, a segurança das suas populações, sem que isso significasse, à
partida, qualquer tipo de retorno económico.</span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2">Como também o desenvolvimento traz novos desafios, por exemplo:
ultrapassado o desafio de levar as crianças ao sistema educativo é necessário
que estas tenham bons resultados ; ao tornar o turismo um dos pilares de
desenvolvimento dos Açores, é necessário garantir um retorno económico adequado
e garantir a sua qualidade; ao criar uma boa rede social nos Açores, é
necessário garantir a sua sustentabilidade através de reformas no seu
funcionamento. </span></span><o:p></o:p></span></div>
<div class="s3" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span class="s2"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="s2"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Nestes tempos de pessimismo onde
a esperança parece estar longe do nosso dia-a-dia, todos estes dados são boas
notícias. São boas notícias porque percebemos melhor que esta
crise apesar do que nos dizem alguns “Velhos do Restelo” não veio
para ficar. São boas notícias porque conseguimos ver que não estamos
a andar para trás e que, ao contrário do que apregoam alguns arautos da
desgraça, há esperança no futuro. E há esperança nos </span>Açores<span style="font-size: small;">.</span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="s2"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: small;"><br /></span></span></span></div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-40742971647407483262014-02-04T14:42:00.001-01:002014-02-04T14:42:18.428-01:00Prefácio do livro "Navegação Interior – pequenas histórias" da autoria de Tomaz Borba Vieira.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Prefácio<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Podemos, como Marcolino de <i>A Encomenda </i>nas páginas desta <i>Navegação Interior</i>, insuflar uma figura
com a própria alma, mas num livro que não é só um livro, que é também um
revirar de vidas, uma enorme coleção de palavras e dos seus significados, para
além de nos permitir “passar para o lado de lá da barreira” devemos também descansar
nele, enchê-lo de nós próprios e lê-lo com a (legítima) sensação de que lhe
pertencemos, como um filho a uma mãe ou tinta à tela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O leitor que virar as suas
páginas vai encontrar certamente numa rua, num desenho ou entre ações, um motivo,
um detalhe ou um acontecimento para sorrir e recordar aquilo de que somos
feitos, tudo o que trazemos connosco, o que ficou separado (não desperdiçado) e
esse gosto enorme de pertencermos aos sítios, a algumas pessoas (com liberdade
convicta) e mesmo a páginas de outras histórias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Um livro – este livro - é a
aprendizagem do lado de lá das palavras, do seu avesso, do que a caneta
pincelou para quebrar o branco tímido das folhas de papel que aqui são tela e
vela para navegar no interior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A magia dele está também no facto
de ter personagens diferentes de porto em porto, riscados a traço firme como
quem desenha contando com a braveza do mar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O <i>barco </i>de Tomaz Borba Vieira vai salpicado, molhado, enterrado nas
ondas grandes do mar, umas vezes consome o leitor, outras liberta-o, para no
fim o deixar entre nós. Amarrado e não preso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Ancorado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Aqui e ali os modos (e os
feitios) de representação do real confundem-se nesta <i>aventura marítima</i> que é viver, indo de um lado ao outro da nossa
parte sentimental, de memórias afetivas, de imagens de passado, de desenhos, de
cenários universais, mesmo concretos ou mesmo abstratos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A tendência de nos envolver nos
conteúdos faz-nos estar nos lugares, entrar nas salas de aula, fazer os
desenhos, atravessar a <i>Rua Cavaleiro
Oliveira</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Se provas fossem (ainda) precisas
elas estavam aqui. Um livro como um quadro deve revirar a nossa vida, trazê-la
aos significados múltiplos que vamos tendo, à medida que crescemos e
envelhecemos, por dentro e por fora, na capa e na contracapa, no espaço e no
tempo, no meticuloso cuidado que vamos ganhando à medida que nos vamos
abandonando de umas e de outras certezas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Este
livro acompanha-nos como o rasto de um barco no mar, entre a espuma, com peixes
ou sem eles, como os amigos que nos faltam ou que se chegam, poisando tão
levemente nas nossas eternidades, quais <i>Serafinas
ou Serafins</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Uma
<i>aventura. </i>Este livro.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Mariana Matos<i><o:p></o:p></i></span></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Dezembro de 2012<o:p></o:p></span></div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-54733492798202939412014-01-14T10:32:00.000-01:002014-01-14T10:32:16.126-01:00De olhos em bico<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No final do congresso do CDS,
Passos e Portas encontraram-se numa estação de serviço, na Mealhada. Passos
comeu leitão. Já Portas (mais avisado e diligente) comeu panados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Portas é mais esperto que Passos.
Por certo já sabe que agora com a venda de património aos chineses, também as
ementas portuguesas passarão a incluir especialidades como “leitão com
amêndoas” ou “agridoce”; “crepes de pastel de nata” ou “chop suey de cozido à
portuguesa”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por outro lado, Portas, sempre
tão viajado e informado, também já deve saber que, entre o final de 2014 e o
início de 2015, partirão de Pequim turistas em naves espaciais que pagarão a
módica quantia de 70 mil euros e viajarão durante uma hora, a mais de 60
quilómetros de altitude, o que lhes permitirá experimentar a ausência de
gravidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Só o desejo imenso de sentir essa
“ausência de gravidade” pode explicar que Portas tenha anunciado no seu
congresso ao próprio Primeiro-Ministro do Governo, de que é Vice-Primeiro
Ministro, as suas metas para 2015: Reforma da Segurança Social, desagravamento
do IRS, aposta na demografia e racionalização da administração pública.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lá nada. O que Paulo Portas quer
(mas não disse ainda) é experimentar naves espaciais, já que não pôde
experimentar submarinos e, lentamente, ir mudando a indumentária dos seus
colegas de Governo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passarão das gravatas aos
kimonos; dos garfos aos pauzinhos; da cerveja ao chá de jasmim e se for mesmo
preciso (em nome da pátria portuguesa), nos seus discursos substituirão versos
de Fernando Pessoa ou Camões, por versos de Wang Jian.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de alterar o significado
de irrevogável e de assim gozar com a cara de toda a gente, Paulo Portas pode
tudo, a favor do interesse nacional, que é, claro está (só) dele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aposto que o “karaté” vai passar
a ser também disciplina obrigatória nas escolas portuguesas, indo mesmo
substituir os exames dos professores, tornando-se requisito fundamental para
dar aulas do Minho ao Algarve.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nada disto será assim tão
estapafúrdio. Basta que nos lembremos que depois da EDP e da REN, também a
Caixa Seguros foi vendida aos chineses; que enquanto essa venda era anunciada o
Governo da República, sem qualquer tipo de escrúpulo, dizia também que estava
aprovado o alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade às
pensões acima de mil euros, alargando assim a perda de rendimento na classe
média.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi a EDP, foi a REN, foi a Caixa
Seguros e é (também) o Cinema Londres, que vai ser transformado numa loja de
produtos chineses.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto Portugal se vai deixando “achinesar” e desgastar,
entretém-se o Povo com discussões absurdas e conversas parvas, até da
Presidente da Assembleia da República sobre os custos da ida de Eusébio para o
Panteão; enquanto isso outros discutem se Sophia de MB Andresen deve ir antes,
ou depois do “King”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cá para mim, se for para continuar a vender o que é nosso
aos chineses, mais vale deixar ficar Eusébio e Sophia onde estão. E, já agora, no
entretanto, ir pensando em vender o Palácio de Belém aos chineses, com tudo
incluído.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O provérbio chinês, a este propósito, é muito claro: “Se
quiseres abater uma árvore usando a metade do tempo, passa o dobro do tempo
amolando o machado”.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
E como isto vai, ao ritmo que vai seguindo, não tarda estão
os portugueses de olhos em bico, já sem sequer conseguir dizer: “já basta!” em
português.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Serenamente, AO 14 de Janeiro 2014</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-27074371712567346412014-01-13T09:59:00.003-01:002014-01-13T09:59:34.456-01:00O que está em causa...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEXwjN97uqrbvFSLeZcFor2xWFOb9zaRFLklrZye-Fz0JblKEBb7DAIRWJB8DhFt3UFDFHBe_iu2PJHhdt9WmIrGmLgxVIACOu3LRotXKjjTz7DY_bhSadaEvE1Eef21R2jg/s1600/i64713375_99402_5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEXwjN97uqrbvFSLeZcFor2xWFOb9zaRFLklrZye-Fz0JblKEBb7DAIRWJB8DhFt3UFDFHBe_iu2PJHhdt9WmIrGmLgxVIACOu3LRotXKjjTz7DY_bhSadaEvE1Eef21R2jg/s320/i64713375_99402_5.jpg" width="319" /></a></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 19px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Para um
observador mais distraído pode causar alguma estranheza o recente alarido, pela
parte dos partidos políticos e dos média, por causa da inédita decisão do Senhor
Representante da República de enviar para o Tribunal Constitucional o Orçamento
da Região de 2014. Afinal, aparentemente, o Sr. Embaixador apenas exercia uma
competência legítima, prevista na Constituição, sobre uma norma, para alguns de
justiça duvidosa, que tem impactos financeiros de menos de 1% no Orçamento da
Região.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Alguns
comentadores políticos mais estudiosos, concordando com alguns dos argumentos
aduzidos pelo Sr. Embaixador, salientavam que a medida era infeliz e que o
Governo dos Açores estava a contrariar as políticas nacionais violando,
inclusive, contratos estabelecidos com o Governo da República. Outros
comentadores, como costumeiramente fazem, preferiram falar de algo
completamente diferente e referir as responsabilidades dos partidos açorianos
na existência do próprio cargo de Representante da República.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Mas houve
algo que nunca bateu certo nestes raciocínios de caracter político: o facto de
todas as forças políticas com representação parlamentar e autonomistas
convictos, com orientações ideológicas totalmente díspares, terem unanimemente,
manifestado a sua oposição à posição do Representante da República.
Curiosamente, algumas personalidades e partidos que não concordaram com as
alterações à Remuneração Complementar Regional também manifestaram o seu
desagrado perante a atitude do Sr. Embaixador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Para quem
se interrogou sobre a razão deste unanimismo, a resposta é muito simples: o Sr.
Embaixador com a sua decisão põe em causa a Autonomia dos Açores!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">E para esta
discussão de pouco interessa a avaliação política da norma em causa, nem
esclarecer que esta não aumenta a despesa com pessoal, nem explicar que nenhum
funcionário público vai ter aumentos de ordenado ou que esta classe nos Açores
é a única no país que vai ter uma dupla austeridade, em virtude dos cortes
salariais e do aumento de impostos na Região.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">O que está
em causa não é saber se a Região aprovou uma norma que revela uma opção
política, obviamente sujeita a uma avaliação por parte dos eleitores açorianos
e do Sr. Embaixador no âmbito do seu poder de veto político. Não! O que está em
causa é saber se a Região tem ou não competência (Autonomia) para tomar esta
decisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Daí a
gravidade da atitude do Sr. Embaixador, porque faz um julgamento político de
uma norma e concretiza-o, não neste âmbito, no seu direito de veto, mas sim no
envio desta para fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Mais! Esta
decisão do Sr. Embaixador, concretizada em 26 infelizes páginas de exposição ao
Tribunal Constitucional, revela a interpretação de que o âmbito da nossa
Autonomia está limitada às orientações de caracter político/ideológicas
prosseguidas por um qualquer Governo do país e não, como é certo, regulada
pelas leis que estabelecem essa mesma Autonomia: a Lei de Finanças das Regiões Autónomas,
o Estatuto Político Administrativo e a Constituição da República Portuguesa. Não
interessa para o Sr. Embaixador, se cumprimos os objetivos e os parâmetros
estabelecidos nestas “Leis”, mas sim os meios que utilizamos para os atingir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">O Sr.
Embaixador pretende, na prática, que o Tribunal Constitucional avalie a nossa
capacidade legítima, de enquanto Açorianos, com órgãos de Governo Próprio,
podermos fazer diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">E na
decisão do Tribunal Constitucional poderá estar mesmo em causa esta capacidade,
ou seja, a nossa própria Autonomia!<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 19px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<i>Francisco Vale César</i><o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
Da Minha Esquina, AO do dia 12
de Dezembro<span style="font-size: x-small;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-86141255618747711092014-01-07T11:52:00.000-01:002014-01-07T12:03:25.087-01:00Ao Sr. Embaixador<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiNka8CGpxU2C7iK9M7Kpd9Qsrtl46sbvo_exoPhKtxS1oUkH0AKElp_gFb_EnjXos9koNIuGEBWFjA-NJzw6lSGobyQsjVtdCALs0WNvsB5Oi2BNMwMMIrUQaddVBQRuS9Q/s1600/orgulhoAZ.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiNka8CGpxU2C7iK9M7Kpd9Qsrtl46sbvo_exoPhKtxS1oUkH0AKElp_gFb_EnjXos9koNIuGEBWFjA-NJzw6lSGobyQsjVtdCALs0WNvsB5Oi2BNMwMMIrUQaddVBQRuS9Q/s1600/orgulhoAZ.JPG" height="189" width="320" /></a></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
Numa inusitada decisão entendeu o Senhor Representante da República para os Açores enviar para fiscalização preventiva do Tribunal Constitucional o Orçamento da Região para 2014. Fê-lo não porque o documento prejudicava os açorianos, mas sim por entender que os beneficiava em relação aos trabalhadores da administração pública do continente. Quem ler os fundamentos do pedido de inconstitucionalidade fica com a noção exata do entendimento que o Senhor Embaixador, Pedro Catarino, tem da Autonomia.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
Aliás, Sua Excelência, num assomo de inspiração inédita – e para dar prova de vida – resolveu, na mesma semana, aquando da mensagem de Ano Novo, propor a criação de uma lotaria com o objetivo de ajudar a financiar o ensino pré-escolar nos Açores. A ideia, por si só algo estapafúrdia, também contribui para entender melhor o enquadramento que S. Exa tem não só do cargo que, ainda, desempenha, como também o espírito com que vê o regime autonómico. Mas vamos por partes.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
Sua Excelência, o Embaixador, considera inconstitucional que o Parlamento dos Açores aprove, em lei do Orçamento, uma alteração que visa alargar o âmbito da Remuneração Complementar. Nos argumentos aduzidos Sua Excelência considera, por exemplo, que a remuneração complementar não beneficia em nada os contribuintes do Continente que suportam integralmente o esforço de uma transferência de cerca de 251 milhões de euros a título de solidariedade para o nosso Orçamento. Na mesma linha de raciocínio argumenta ainda não ser decisivo, no plano constitucional, a circunstância da remuneração complementar não implicar em si mesmo um acréscimo de transferências financeiras do Orçamento de Estado para o da Região Autónoma dos Açores no ano de 2014.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
Dito de outro modo, Sua Excelência, o Embaixador, considera que por dever de solidariedade para com os contribuintes do Continente, mesmo que a nossa gestão das contas públicas seja exemplar e que haja recursos disponíveis para ajudar as pessoas, a Autonomia dos Açores e os órgãos de governo próprio da Região não têm competência para decidir sobre a gestão do seu orçamento em nada que contrarie as políticas nacionais.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
Note-se que o alargamento da Remuneração Complementar foi aprovado, por unanimidade, na Assembleia Legislativa dos Açores, uma circunstância que, no mínimo, exigiria de Sua Excelência, o Embaixador, alguma contenção ou sensibilidade política. Poderia, por exemplo, ter em conta que nunca, em quase 40 anos, foi enviado para o Palácio do Ratton um Orçamento de Estado ou um Orçamento regional para fiscalização preventiva - É sempre curioso verificar que, no Continente, um Orçamento de Estado que corta no rendimento e aumenta as desigualdades merece uma aprovação unanime do Presidente da República, e que nos Açores, a única zona do país que será duplamente prejudicada em 2014 em virtude de um exclusivo aumento de impostos aprovado por Lisboa, o Orçamento Regional, que visa, exatamente, atenuar esta desigualdade, merece o seu envio para fiscalização preventiva - Poderia ainda ter levantado dúvidas e devolvido ao parlamento dos Açores o documento para reapreciação. Mas não. Sua Excelência, o Embaixador, não se coibiu de exercer as suas competências, ainda que de modo pouco diplomático. E fê-lo de um modo pouco abonatório para as funções que desempenha, não se coibindo de fazer um juízo político relativo às competências próprias da Autonomia Regional. Na prática, a mensagem que pretendeu passar foi a seguinte: ao abrigo do princípio da solidariedade nacional, os açorianos devem sofrer, na mesma proporção e com a mesma intensidade, as políticas recessivas e de austeridade emanadas pela maioria que governa o País. Pouco importa o facto de a Região Autónoma dos Açores não contribuir em nada para o défice nacional. Pouco importa se o défice dos Açores é de apenas 0,4% enquanto o da República é de 5,5%. Não interessa se o endividamento dos Açores é de 20% em função do PIB e o do País ultrapassar os 128%. Para Sua Excelência, o Embaixador, a Autonomia deve ser exercida – apenas e tão somente – se for para cumprir as orientações emanadas do Terreiro do Paço. Afinal, conforme argumentou, são os contribuintes nacionais que suportam na totalidade a transferência de 251 milhões de euros dos cofres nacionais para os cofres regionais. Isto, num orçamento regional que, como se sabe, ascende a mais de mil milhões de euros e numa Região AUTÓNOMA com um PIB superior a 3 mil milhões de euros. </div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
O problema de Sua Excelência, o Embaixador, é afinal igual a muitos outros que, infelizmente, não compreendem que o sucesso da Autonomia dos Açores contribui para a afirmação do País no Atlântico. Não entendem que a Autonomia não é um luxo, mas um processo político indissociável da identidade açoriana que promoveu o maior período de crescimento e de desenvolvimento da história dos Açores. Não compreendem que a austeridade, ao contrário da narrativa oficial de Belém, afinal não suspende a democracia. Para quem tanto apregoa a unidade do Estado, Sua Excelência, o Embaixador, prestou um mau serviço ao País. E, independentemente do desfecho deste contencioso autonómico – aberto pelo ainda Representante da República – fique Sua Excelência, o Embaixador, a saber que a Autonomia dos Açores é um património político das Açorianas e dos Açorianos que perdurará muito mais anos que a sua efémera, e nada saudosa, passagem pelo Solar da Madre de Deus.</div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: right;">
<i>Francisco Vale César</i></div>
<div style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; padding: 0px; text-align: right;">
Da Minha Esquina, AO do dia 5 de Dezembro</div>
<div>
<br /></div>
Francisco Vale Césarhttp://www.blogger.com/profile/02024738965534946466noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-9260472429428785572014-01-07T11:34:00.004-01:002014-01-07T11:34:45.514-01:00A “Lotaria” do Senhor Embaixador<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Li, a propósito da morte de Eusébio, várias
coisas. Ouvi dezenas de declarações sobre o assunto, por isso combinei comigo
mesma que esta crónica não seria sobre ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para quê? Já falou o Presidente
da República, já falou o Ministro da Presidência, entre outras altas figuras
deste nosso “Estado Português” e já todos disseram de tudo. Até apareceu num
canal qualquer Paulo Gonzo a falar sobre Eusébio e ouvi que já há poemas. Só
faltou falar o Representante da República para os Açores. Eusébio esteve cá.
Pedro Catarino podia querer falar, sabe-se lá…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A minha homenagem a Eusébio será
igual à de um senhor que tive ocasião de ler num <i>forum </i>das redes sociais: nos próximos dias, não oiço nem vejo
canais nacionais. Não preciso que me digam como ele era, o que fez, de onde
veio. Eu sei. Acompanhei a vida dele, o suficiente para saber isso tudo e a
minha única pena é que não tenha vivido mais um bocadinho, afinal ainda era
novo. Tinha 71 anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eusébio era mais novo que Cavaco
Silva. Porém, parece que essa coisa da idade não tem nada a ver com morrer. Uma
pessoa vai pela vida e de repente: já está. Também não quero que esta crónica
pareça mórbida, nada disso, mas os dias frios, o atordoamento das políticas
nacionais, aqueles anúncios que vão fazendo a conta-gotas de que vão cortar
pensões e vão sortear faturas e vão, mais dia, menos dia deixar-nos a todos “em
pele e osso” atormentam-me…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Indo eu atormentada com tudo isto
e mais não sei quem, nem sei quantos, eis senão quando dou de caras com a
notícia, no final do ano de 2013, de que Pedro Catarino, representante de
Cavaco Silva, nos Açores tinha mandado o Orçamento da Região Autónoma dos
Açores ao Tribunal Constitucional para ser fiscalizado preventivamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Qual polícia da República portuguesa,
o Senhor Representante quer que os açorianos não se “portem mal”, que se
comportem e sejam sacrificados como os continentais, sendo assim solidários,
como deve ser. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A quente (e mesmo agora a frio)
considero que o Senhor Representante da República portuguesa esqueceu-se (o que
é lamentável) que as pessoas que vivem aqui, nestas 9 ilhas dos Açores, têm um
Governo e um Parlamento próprio e que os seus órgãos foram eleitos em
(imagine-se lá) eleições tão legítimas e democráticas como as que elegeram, por
exemplo, Cavaco Silva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mesmo, porém não se pode dizer
do Senhor Representante da República. Não foi eleito. Foi escolhido. Por quem?
Por Cavaco Silva. Portanto, para mim (penso que para toda a gente) é claro. No
episódio do Orçamento, o Senhor Representante da República cumpriu uma ordem de
Belém, como já havia cumprido com a sua mudez em relação a assuntos tão sérios
como a Lei de Finanças Regionais ou o diferencial fiscal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Atitudes deste tipo provam a
minha ideia de sempre: não precisamos de um Representante da República para
coisa nenhuma. Nem deste, nem de outro qualquer. Somos uma Região Autónoma e
não um qualquer condado, controlado por uma espécie de “vice-rei” ou “polícia”,
cuja fatiota tresanda a centralismo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pelo que vi na imagem televisiva
da sua mensagem de Ano Novo, o Senhor Embaixador concorda comigo. Prateleiras
de livros e mais livros serviam de pano de fundo à sua figura, sem qualquer
referência aos Açores. A bandeira que fosse. Nada. Só livros a metro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquela mensagem podia ser lida
aqui, na China ou na Rússia. Nada o identificava como sendo quem é ou
representando o que acha que representa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Açoriano ou açoriana que tenha
apanhado a mensagem a meio, quase de certeza, não soube identificar o senhor e
se apanhou na parte da “Lotaria”, é bem provável que tenha pensado que era
alguém dos "Jogos da Santa Casa" ou coisa parecida…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim não vale a pena. De resto
viva o Eusébio, o Benfica e (claro está) os Açores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Mariana Matos<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Serenamente, AO 7 de Janeiro de 2013</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-4866397443139250782013-12-26T00:21:00.000-01:002013-12-26T00:21:35.760-01:00Natal antes de um ano novo<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Natal antecipa a chegada de um
ano novo, que parece estender-se comprido e largo, provando, depois de passar,
que afinal era curto, que o tempo não foi suficiente, que perdemos demasiadas
horas, por vezes dias, a tentar endireitar coisas que não querem sequer “ouvir
falar” em endireitar-se; a discutir e debater evidências, ou mesmo a fazer de
lutas de outros, lutas nossas, como se fôssemos ganhar um lugar no céu… ou uma
medalha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Dezembro é o mês em que nos apercebemos
que não somos imortais). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando olhamos para trás,
rapidamente, vemos que entre um novo mês de Janeiro e este velho Dezembro
ficaram planos por cumprir, ideias por tornar reais e pessoas de quem
gostávamos, ou por quem tínhamos certa admiração.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dezembro é o mês em que juramos,
a nós próprios, cumprir a divisa de “não olhar para trás”, conselho que, como
se sabe, foi dado a Dante (em “A Divina Comédia”) por um anjo guardião, para
não por tudo a perder…antes do tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando enfiamos as mãos nas algibeiras,
os dedos recolhem rebuçados para suavizar as dores (de garganta), meia dúzia de
boas gargalhadas, alguns abraços e outros amigos, entre certa quantidade de
mediocridades, indecências, faltas de carácter e cobardias. Assim é a vida,
como uma canção, cuja voz por vezes desafina, enquanto outras tantas afina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dezembro é pois o tempo de fincar
os pés no chão; de assumir que o fim de mais um ano é o princípio de outro, que
pode até ser o último. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dezembro traz um entendimento
mais autêntico de que podemos mesmo morrer amanhã e que não ressuscitaremos,
nem sequer para salvar o mundo, por mais vontade que possamos ter.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há quem morra de amores, quem
morra de doença, quem morra por acidente ou até quem morra de saudades. Se o
Natal não for exactamente igual ao que era antes ninguém morre. Porém, morrer
de saudades pode efectivamente matar (até) o Natal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dezembro é também tempo de “tomar
partido”. De “tomar partido” por nós, pelo que temos de mais nosso e de fazer
tudo para por o pé em Janeiro com certezas, muitas dúvidas e firmeza, em
equilíbrio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Travaremos as lutas que
quisermos; percorreremos os caminhos que entendermos e as nossas estrelas,
assim como os nossos heróis, deverão ser os mais simples e possíveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dezembro pede que se acabem as
complicações e que estejamos presentes, com o direito de, por vezes, estarmos
ausentes e emudecermos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No Natal, em Dezembro de agora,
haverá meninos e meninas sem as suas “palhinhas”, nem o colo das suas mães, nem
o abraço dos seus pais. Alguns estarão longe por dever, obrigação ou escolha,
outros terão as suas razões muito próprias e legítimas, outros ainda estarão
cansados e resignados. Pais e Filhos. Mães e filhas. Filhas e pais. Filhos e
Mães.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(O contrário também existe. Nem
tudo é mau.)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pediram-me para escrever sobre o
Natal e fi-lo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não me apeteceu falar da chaminé,
das renas, da neve, das meias penduradas, das prendas do bom velhinho ou sequer
da árvore de Natal. Das bolas, das luzes, das fitas e do burrinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sei, como sabemos todos, que
Dezembro chegando a todos, não traz o Natal igual a toda a gente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pois então que chegue Janeiro de
2014, porque 2013 está agora por um fio. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os dias estão mais frios, as
noites mais longas e há no ar um certo sentimento de cansaço que apela à
novidade de um ano novo para, ao menos, variar o tema. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Boas Festas).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Açoriano Oriental, 25 Dezembro de 2013</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-79055363697716778732013-12-10T12:16:00.003-01:002013-12-10T12:16:55.933-01:00“Os presépios da Maria” <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando pensávamos que já nada mais
nos podia sobressaltar (ou mesmo envergonhar), nestes dias cinzentos e chuvosos
de Dezembro, eis que surge o casal Silva, na televisão, inaugurando uma
exposição de presépios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Até aqui tudo normal. Nada impede
que o casal Silva ande pelos “caminhos de Portugal” inaugurando presépios e praticando
todo o tipo de acções de solidariedade, desde lanches com idosos, visitas a
lares de 3ª idade e ofertas às meninas e meninos institucionalizados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por mim não há problema nenhum. Acho
até bem. Escusavam era de aparecer na TV, na Rádio e nos jornais por causa
disso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que é que nos interessa saber
se Maria Cavaco Silva e o seu esposo, juntamente com alguns dos netos, inauguraram
em Bragança, num Domingo de Dezembro, uma exposição de presépios da própria,
cujas receitas reverterão a favor de um lar de crianças institucionalizadas?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seremos obrigados a apreciar o
nosso casal presidencial, como os mais dedicados solidários do Natal, quiçá
concorrendo com o Jorge Gabriel, a Leopoldina ou os anúncios de brinquedos do
canal Panda?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por quais “caminhos de Portugal”
andará o nosso casal presidencial, durante todo o resto do ano, quando crianças,
jovens, adultos e idosos também passam por dificuldades várias, face às
políticas tortuosas do Governo da República? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Será que o nosso casal
presidencial considera mesmo, que a sua ida a Bragança, para este acto
televisionado, fotografado e com som gravado, apaga da memória dos portugueses
os constantes silêncios do Presidente da República? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ou acharão suas eminências que
por causa do barulho do pisca-pisca das luzes natalícias, e por causa da fé de
cada um, deixa de interessar todo o tempo, em que estiveram impávidos e
serenos, a assistir à devastação do país?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não sei. A mim parece-me que o
objetivo da ida a Bragança era o de dar ao casalinho um ar poético, queridinho,
lindinho e caridoso… Se era, pois daqui digo que é feio, é mau e é inqualificável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Maria e o seu esposo podiam ter
ido a Bragança, podiam até ter inaugurado a exposição, mas escusavam de nos
entrar casa dentro, na televisão e rádio, e depois nos jornais, com aquele ar
cândido, de quem acha que pode tudo e que ninguém percebe nada…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há aquele ditado antigo que diz
que devemos “fazer o bem sem olhar a quem”. Mas os novos tempos transfiguraram-no.
Agora é assim: “eu faço o bem, ora olhem para mim”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos querem dar qualquer coisa,
mas quase ninguém prescinde de criar um momento televisivo, para que se possa
ver a sua bondade e solidariedade…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É tempo de acabar com os
“presépios da Maria” que são a mais recente representação da caridadezinha
degradante e repugnante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É que podemos, até, acreditar no
Pai Natal e dizer que ele existe às nossas crianças. Fazer tudo o que estiver
ao nosso alcance para que elas continuem a pensar que ele é o velho barbudo que
desce as chaminés e deixa brinquedos e coisas boas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que não podemos tolerar são os
“presépios da Maria”. Como sabemos nenhum dos membros do casal presidencial é
gordo, tem barbas ou desce chaminés. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É fundamental que no Natal, ou em
qualquer outra altura do ano, se compreenda que uma coisa é a fantasia, outra
coisa, completamente diferente, é a cobardia, disfarçada de bondade, de
solidariedade e de fraternidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Serenamente, AO 10 de Dezembro de 2013</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-39451446233999843882013-12-04T19:02:00.000-01:002013-12-04T19:02:07.138-01:00De repente - Por E. Matos<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em;">
De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo algumas necessidades, antes fundamentais e que hoje chegam a ser insignificantes. Vai reduzindo a bagagem e deixando na mala apenas as cenas e pessoas que valem a pena. As opiniões dos outros são unicamente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não têm a mínima importância. Nada vai mudar. De repente passamos a valorizar o que tem valor de verdade, e a amar de forma diferente de todas já vividas.</div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em;">
<br /><dekn>De repente vamos abrindo mão das certezas, pois com o tempo já não temos mais certeza de nada. E de repente isso não faz a menor falta, pois o que nos resta é ser apenas feliz. Percebemos que o hoje é apenas agora, e nada, absolutamente nada além disso. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, mas sim a vida que cada um escolheu experimentar. De repente não existe pecado, mas sim ponto de vista. O improvável passa a ser regra.</dekn></div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em;">
<dekn>O extremo passa a ser meio termo, pois no dia a dia percebemos que nada é exato, e tudo chega a ser inconstante demais para ser determinante ou absoluto. De repente o inverso vira verso. Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego. É viver sem medo, e simplesmente fazer algo que alegra o coração naquele momento. É ter fé. E só.</dekn></div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em;">
<dekn>De repente a saudade se torna um sentimento devastador e descobrimos que o coração fala mais alto, então este sentimento único e profundo fica acima de qualquer razão. De repente tentamos compreender sentimentos, jamais compreensíveis aos olhos de outras pessoas. Descobrimos o verdadeiro valor da verdade e com ela chega a plena certeza de que ter dignidade, transparência e retidão de caráter são qualidades obrigatórias para se viver bem com os outros, com o mundo e, principalmente, consigo mesmo.</dekn></div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em;">
<br />De repente descobrimos que os planos traçados e escolhidos por nós são unicamente nossos, pois de repente, em meio aos nossos planos, chegam as escolhas de Deus.</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-49030338370160106552013-11-25T21:16:00.001-01:002013-11-25T21:16:32.497-01:00Coldplay - The Scientist<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/RB-RcX5DS5A" width="480"></iframe>Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-79726088253342617822013-11-19T12:00:00.000-01:002013-11-19T12:00:08.049-01:00Mudar o mundo no Facebook<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPH7iFZcYWkgIiaLR1DW7j6SallO_go_PmhLUgaACC0FU64JJ4WV_sSiZlwM_hBH2Qyh2DIdA0rGmRUpH5FsOj5Etj-S9z0wJjNq3Bv3mvtg72nePPCzFSAy8a-FgkgwkePp3ADA/s1600/likes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPH7iFZcYWkgIiaLR1DW7j6SallO_go_PmhLUgaACC0FU64JJ4WV_sSiZlwM_hBH2Qyh2DIdA0rGmRUpH5FsOj5Etj-S9z0wJjNq3Bv3mvtg72nePPCzFSAy8a-FgkgwkePp3ADA/s1600/likes.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Circulam nos emails e nas redes
sociais à velocidade da solidariedade de quem os recebe. São pedidos de sangue
de tipo raro, para uma criança, um bebé ou um amigo. Chegam pedidos de ajuda de
dezenas de pessoas, muitos deles são falsos, outros não têm razão de ser e
outros ainda são mesmo pura maldade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A maior parte das pessoas não
percebe a sua inutilidade, nem tão pouco condena a sua falsidade e adere
imediatamente sem sequer tentar perceber de onde vêm, de quem são ou se são
mesmo precisos…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi o que aconteceu, por exemplo,
a semana passada no Hospital de Ponta Delgada, com a resposta a um pedido de
sangue para uma menina, que depois de ser partilhado e espalhado no Facebook,
obrigou uma responsável pelo serviço de hematologia, a explicar o trabalho que
estava a ser feito e a complicação que gerou o pedido efectuado na rede social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este foi um caso de que tivemos notícia. Mas quantos mais
existirão? Desconfio que muitos. Vive-se um tempo de afã mediático de
corresponder a todo o tipo de ajuda, um tempo que vai em crescendo até ao
Natal, um tempo que muitas vezes, como neste caso, vai complicando mais a vida
de quem trabalha todos os dias em lugares reais, com doenças e situações de
vidas, que nada têm de virtuais. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Acho mesmo que muitas vezes a facilidade de se ser solidário
através de um clique, de uma partilha ou
de um “like” deita por terra a condição primeira do princípio de
solidariedade, que eu considero que é o de se ser solidário porque é mesmo
preciso, porque não há outra resposta e não porque fica bem que se saiba que
ajudei este, aquele e o outro, que fiz isto ou dei aquilo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O Facebook, rede social de que sou utilizadora, tem vindo a
trazer também essa quantidade absurda de acções inúteis, que acabam por se
desenvolver num ciclo vicioso e na estúpida ideia de que é possível mudar o
mundo naquele espaço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Parece que tudo pode ser resolvido com um “like”; as
tristezas e derrotas diárias resolvem-se com uma partilha e, muitas vezes, nas
discussões, até parece que não se pensa que se pode (mesmo) morrer de repente.
O Facebook não imortaliza ninguém. Desengane-se que pense assim. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um “cartoon” que vi há poucos dias mostrava um menino a
pedir dinheiro a uma senhora para ajudar uma família sua conhecida. A resposta
da senhora não se fez esperar: “Meu querido, eu já fiz like no Facebook!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Há poucas semanas o Facebook foi invadido por fotografias de
girafas. O que podia, à primeira vista, parecer um repentino ataque de amor
pelo animal, mais não era do que a “penitência” por errar na resposta a uma
charada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Dizem que a brincadeira foi criada por americanos e que
funciona assim: um amigo posta uma charada, outro amigo tem que mandar a
resposta por mensagem privada. Se errar tem que mudar a foto de perfil para a
de uma girafa durante três dias seguidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A charada é esta: “São 3h da manhã, a campainha toca e tu
acordas. Visitas inesperadas. São os teus pais. Têm fome. Na mesa da cozinha
tens doce de morango, mel, vinho, pão e queijo. O que vais abrir primeiro?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A resposta correta era “os olhos”, mas é claro que
entretanto dezenas de teorias já foram desenvolvidas sobre o assunto, sendo a
mais insólita, a de um pastor de uma igreja brasileira, que considerou ser uma
estratégia satânica para forçar alianças entre os utilizadores do Facebook e o
diabo.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Ele há coisas que nem o diabo aguenta. Seja como for: não
entrei na charada e não mudei a foto de perfil mas mudaria sem problemas, mesmo
que isso pudesse implicar um encontro inesperado com satã. Gosto de rir. E nestas
coisas, apesar de tudo, rir ainda é o melhor remédio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Serenamente, AO 19 de Novembro.</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-69086827278699433702013-11-12T10:49:00.000-01:002013-11-12T10:51:15.694-01:00A Popota, a Margarida e o Natal na Venezuela<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidi3IsWgouViMCTJSTNTnTpZ4K_eXq7yDt8uHjhzRzASTJ85xTIJOF0HGouGwiL1VGUzrok_mcXhltesoRL5ji-mO_bQ4TUIcKrm05apm6VobZho8M8HEUzMKjzfTyHjkszxe_Hw/s1600/popota.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidi3IsWgouViMCTJSTNTnTpZ4K_eXq7yDt8uHjhzRzASTJ85xTIJOF0HGouGwiL1VGUzrok_mcXhltesoRL5ji-mO_bQ4TUIcKrm05apm6VobZho8M8HEUzMKjzfTyHjkszxe_Hw/s320/popota.jpg" /></a></div>
Na semana que passou, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro fez um decreto para antecipar a quadra natalícia. Como argumentos usou os factos de que a “felicidade, a natividade e a chegada de Jesus são o melhor remédio”. Já este mês o governo da Venezuela pagará dois terços do subsídio de natal, o que fará certamente as pessoas felizes…
Há quem defenda que esse gesto insólito é apenas uma tentativa de herdar o enorme capital de simpatia que Chávez tinha entre o seu Povo e que foi por isso que já, anteriormente, o Presidente Maduro criou o Ministério da Felicidade Suprema.
Agora, além destas duas iniciativas, Maduro declarou também que o dia 8 de Dezembro será o “dia da lealdade e do amor ao Comandante Supremo Hugo Chávez”. Porém, coincidência das coincidências, o dia 8 de Dezembro é também dia de eleições municipais…
Por cá, já temos a Popota aos saltos na televisão, a dizer que o natal é pop, com ela no top. Não sei o que é um natal pop, nem sequer top, mas tudo bem… a vida era melhor sem a Popota…
Ao contrário, podíamos era ter um dia daqueles, lá da Venezuela. Um dia “da lealdade” ou da “felicidade”, mas não temos e como não temos, cá nos vamos amanhando com os dias e com as manhãs que temos. E todas as manhãs temos, sem aviso nem decreto, manhãs de parvoíce nos canais de TV nacionais.
Ora, foi precisamente numa dessas ditas manhãs, (entre os olhos de vidro de uma senhora que esteve no programa do Goucha e que canta muito bem, ou o senhor gago que faz filetes com arroz de tomate muito bons no programa da Júlia Pinheiro e a gaguez nem se nota) que apareceu a Margarida Rebelo Pinto.
A Margarida Rebelo Pinto é uma espécie de Popota, mas anorética. Têm a mesma escassez de vocabulário e o mesmo problema de estupidez, com a diferença de que a Popota é mais cor-de-rosa e a Margarida é mais branca. De resto são iguais, até no que transmitem: nada.
Desde a polémica em 2006, com a acusação de auto plágio e erros ortográficos nos seus livros, que eu não ouvia falar tanto da Margarida.
Julguei mesmo que finalmente em Portugal já se tinha chegado à conclusão de que a Margarida, essa cópia forjada de Paulo Coelho, que escreve para meia dúzia de distraídos que passam nas lojas de aeroporto e querem adormecer nos aviões, não era uma escritora: era um produto. Uma “coitadinha” que a literatura portuguesa deixou inventar, por falta de escrúpulo e algum remorso.
À escala do senhor gago que faz filetes com arroz de tomate muito bons no programa da Júlia Pinheiro e a gaguez nem se nota, a Margarida Rebelo Pinto que escreve livros muito maus e nota-se, apareceu num programa da RTP/informação, o “Bom dia, Portugal” e toca de dizer que sente “repulsa” por quem se manifesta contra o Governo, estando até triste com a falta de civismo e responsabilidade civil de quem interrompe o trabalho de quem governa para protestar…
Ainda estou na dúvida do que é pior: se é a Margarida ter tido microfone para apresentar o seu livro, se é a Margarida ter dito o que disse…
Num caso ou noutro, o assunto só se resolve mandando a Margarida e a Popota para a Venezuela, com chegada prevista para o dia 8 de Dezembro, esse dia em que se celebrará a lealdade e o amor ao Comandante Supremo Hugo Chávez.
Há lá coisa mais saborosa do que festejar estes valores com uma Popota aos saltos? E uma Margarida cheia de teorias? Não vislumbro e não vislumbrando, hoje, é assim que acabo. Serenamente.<br />
<br />
[ Serenamente, jornal Açoriano Oriental, edição de 12 de Novvembro de 2013]Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-105673175575936842013-11-07T23:17:00.001-01:002013-11-07T23:17:52.522-01:00Um Dó Li Tá - Opinião António Lobo Antunes na Revista VisãoPerguntam-me muitas vezes por que motivo nunca falo do governo nestas crónicas e a pergunta surpreende-me sempre. Qual governo? É que não existe governo nenhum. Existe um bando de meninos, a quem os pais vestiram casaco como para um baptizado ou um casamento. Claro que as crianças lhes acrescentaram um pin na lapela, porque é giro
- Eh pá embora usar um pin?
que representa a bandeira nacional como podia representar o Rato Mickey
- Embora pôr o Rato Mickey?
mas um deles lembrou-se do Senhor Scolari que convenceu os portugueses a encherem tudo de bandeiras, sugeriu
- Mete-se antes a bandeira como o Obama
e, por estarem a brincar às pessoas crescidas e as play-stations virem da América, resolveram-se pela bandeirinha e aí andam, todos contentes, que engraçado, a mandarem na gente
- Agora mandamos em vocês durante quatro anos, está bem?
depois de prometerem que, no fim dos quatro anos, comem a sopa toda e estudam um bocadinho em lugar de verem os Simpsons. No meio dos meninos há um tio idoso, manifestamente diminuído, que as famílias dos meninos pediram que levassem com eles, a fim de não passar o tempo a maçar as pessoas nos bancos, de modo que o tio idoso, também de pin
- Ponha que é curtido, tio
para ali anda a fazer patetices e a dizer asneiras acerca de Angola, que os meninos acham divertidas e os adultos, os tontos, idiotas. Que mal faz? Isto é tudo a fazer de conta.
Esta criançada é curiosa. Ensinaram-me que as pessoas não devem ser criticadas pelos nomes ou pelo aspecto físico mas os meninos exageram, e eu não sei se os nomes que usam são verdadeiros: existe um Aguiar Branco e um Poiares Maduro. Porque não juntar-lhes um Colares Tinto ou um Mateus Rosé? É que tenho a impressão de estar num jogo de índios e menos vinho não lhes fazia mal. No lugar deles arranjava outros pseudónimos: Touro Sentado, Nuvem Vermelha, Cavalo Louco. Também é giro, também é americano, pá, e, sinceramente, tanto álcool no jardim escola preocupa-me. A ASAE devia andar de olho na venda de espirituosas a menores. Outra coisa que me preocupa é a ignorância da língua portuguesa nos colégios. Desconhecem o significado de palavras como irrevogável. Irrevogável até compreendo, uma coisa torcida, e a gente conhece o amor dos pequerruchos pelos termos difíceis, coitadinhos, não têm culpa, mas quando, na Assembleia, um deles declarou
- Não pretendo esconder nem ocultar
apesar da palermice me enternecer alarmou-me um nadita, mau grado compreender que o termo sinónimo seja complicado para alminhas tão tenras. Espíritos tortuosos ou manifestamente mal formados insinuam, por pura maldade, que os garotos mentem muito, o que é injusto e cruel. Eles, por inevitável ingenuidade, não mentem nem faltam às promessas que fazem: temos de levar em conta a idade e o facto da estrutura mental não estar ainda formada, e entender que mudar constantemente de discurso, desdizer-se, aldrabar, não possui, na infância, um significado grave. A irrealidade faz parte dos cérebros em evolução e, com o tempo, hão-de tornar-se pessoas responsáveis: não podemos exigir-lhes que o sejam já, é necessário ser tolerante com os pequerruchos, afagá-los, perdoar-lhes. Merecem carinho, não crítica, uma festa na cabecinha do garoto que faz de primeiro-ministro, outra na menina que eles escolheram para as Finanças e por aí fora. Não é com dureza desnecessária e espírito exageradamente rígido que os educamos. No fundo limitam-se a obedecer a uns senhores estrangeiros, no fundo, tão amorosos, que mal fazem eles para além de empobrecerem a gente, tirarem-nos o emprego, estrangularem-nos, desrespeitarem-nos, trazerem-nos fominha, destruírem-nos? São miúdos queridos, cheios de boa vontade, qual o motivo de os não deixarmos estragar tudo à martelada? Somos demasiado severos com a infância, enervam-nos os impetuosos que correm no meio das mesas dos restaurantes, aos gritos, achamos que incomodam os clientes, a nossa impaciência é deslocada. Por trás deles há pessoas crescidas a orientarem-nos, a quem tentam agradar como podem à custa daqueles que não podem. Os portugueses, e é com mágoa que escrevo isto, têm sido injustos com a infância. Deixem-nos estragar, deixem-nos multiplicar argoladas, deixem-nos não falar verdade: faz parte da aprendizagem das mulheres e homens de amanhã. Sigam o exemplo do Senhor Presidente da República que paternalmente os protege, não do senhor Ex-Presidente da República, Mário Soares, que de forma tão violenta os ataca e, se vos sobrar algum dinheiro, carreguem-lhes os telemóveis para eles falarem uns com os outros acerca da melhor forma de nos deixarem de tanga. Qual o problema se há tanto sol neste País, mesmo que não esteja lá muito certo de o não haverem oferecido aos alemães? E, de pin no casaco que nos fanaram, isto é, de pin cravado na pele
(ao princípio dói um bocadinho, a seguir passa)
encorajemos estes minúsculos heróis com um beijinho, cheio de ternura, nas testazitas inocentes.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/um-do-li-ta=f756315#ixzz2k0b5U7bUMariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-14264803071513252212013-11-07T23:07:00.000-01:002013-11-07T23:07:25.602-01:00Ardemares no Brasilhttp://urlespiao.com.br/www.ardemares.blogspot.comMariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-71270865252025816222013-11-05T12:45:00.002-01:002013-11-05T12:45:45.709-01:00Que nos valha o Benfica
Maria do Carmo, 52 anos, desempregada de uma loja de fazendas conta-me, no seu português “lisboeta ferrenho”, que se não fossem os jogos do Benfica, que vai vendo com o José Armando, aos fins de semana, na televisão, já tinha dado duas bolachas num romeno, “à moda do Carrilho”, explica, sorrindo, toda enfiada no seu cabelo farto e branco, como uma bolinha de carne rosada. “Para mim, não tem nada que enganar” continua, “a culpa é da Bárbara Guimarães…”
Como Maria do Carmo, há centenas de senhoras em Lisboa, que nas filas do autocarro, reclamam com a chegada de senhoras romenas, com bilhetes, a pedir dinheiro para mandar buscar os filhos ou para comprar farinha e leite. “São essas”, dizem, “que nos dão cabo do pouco dinheiro que temos. Andam por aí a roubar a esmola dos portugueses.”
Sente-se, a caminhar pelas ruas de Lisboa, por estes dias, um certo desconforto, um não sei quê de azedume, que por um lado gasta e farta a alma, e por outro lado, impacienta…
Enquanto as notícias trazem descobertas sobre a “Maria” da Grécia, a reabertura do processo da criança inglesa desaparecida no Algarve, as brigas do casal Guimarães/Carilho ou a história da funcionária que “por amor” desviou 250 mil euros da Conservatória de Braga, um “bando de meninos”, como lhes chamou António Lobo Antunes, consola-se a dar cabo deste país.
Quando Paulo Portas anuncia que “Portugal pode estar a poucas semanas” de sair oficialmente da recessão técnica; logo aparecem, não sei quantos comentadores, a encher as televisões, as mesas redondas, para nos explicar melhor o que disse Paulo Portas. A nós todos, (tolinhos) que podemos não ter entendido bem…
Para onde vamos? Não sei.
Olho para os canais de televisão, nestes dias que passam, sem paciência. Oiço os debates na Assembleia da República e sinto que a única preocupação dos “principais partidos” são os adversários internos e que aos outros, mais pequenos, o que interessa sobretudo é manter o “status quo”. Gritam muito, fazem muito barulho, dizem “portuguesas e portugueses” mas diferem em “zero” dos outros todos.
Vejo um grupo de políticos medíocres, cuja única ambição é ficar no poder, não pelo mérito, mas sim, e sempre, pela inexistência de alternativa. Acham-se únicos, cumprem serviços mínimos, exigem que uns corem de vergonha e peçam desculpa, como se o rubor das faces ou o pedido de desculpas resolvesse alguma coisa.
Vivemos acima do que podíamos ter vivido, explicam alguns comentadores, por onde vou passando, em zapping. (Não faltava mais nada, a não ser que a culpa fosse nossa).
Ninguém apresenta propostas, soluções ou projetos e a mediocridade cresce, como uma sombra, entre os discursos, cuja única finalidade é aniquilar o adversário, que não estando com eles, está (dedução lógica) contra eles. É claro.
O cenário é este e a miséria imensa. A paciência não pode sustentar tanto desengano, a alma (essa coisa que fica entre os olhos e o que se vê, de facto) não aguenta mais. De modo que o que se vai esperando é que o Benfica vá dando umas alegrias à Senhora Maria do Carmo e ao seu José Armando. Com sorte ela esquece os pobres dos romenos e não dá corda à novela “Carrilho/Guimarães”. É que novela por novela, antes rir livremente com coisas boas como o Benfica.
Serenamente, AO, 5 de NovembroMariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-17951768047192184892013-09-24T16:08:00.001+00:002013-09-24T16:08:27.093+00:00O tempo mostra o amigo<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Imagino que a ambição máxima dos
dirigentes laranja, de acordo com as parcas propostas para as autarquias nos
Açores, não vá muito além, da tentativa de manter as Câmaras Municipais que
detêm e do repouso dos já tradicionais lugares que ocupam no parlamento
açoriano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As intervenções públicas de
Duarte Freitas deixam, de facto, enormes dúvidas sobre o seu pensamento
político e sobre a existência de causas no seu partido, se é que uma e outra
coisa existem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Duarte Freitas continua a gerir o
PSD como o Portugal colonial geria o corpo de engenharia que, ao tempo, tinha
na Índia. Diz-se que eram vinte, os oficiais sem um único soldado para amostra.
De modo que o melhor mesmo era não ter ideias nem pensar em obras porque
engenheiro que se prezasse rabiscava, mas não petiscava. O resto é o que nos
fala a história: como Portugal nunca se livrou do traço elitista dos seus
engenheiros, a velha colónia acabou por se livrar de Portugal. Parece-me,
assim, que salvo as distâncias e as circunstâncias, a dificuldade na liderança
social-democrata é da mesma ordem, ou seja, como o líder não consegue acertar o
passo ao seu “estado-maior”, os militantes vão mudando de partido, até ao inevitável
dia em que alguém mude a liderança.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas como o mal vem sempre bem
acompanhado, não deixa de ser caricato e até mesmo pitoresco, ouvir Duarte
Freitas falar das “boas finanças” da Câmara Municipal de Vila do Porto, por
exemplo. Aguardo com serenidade que até ao final da campanha eleitoral, o mesmo
Duarte Freitas apareça ao lado de Rui Melo, a elogiar-lhe qualidades como a boa
gestão dos recursos financeiros públicos…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aguardo mas não me espanto
(muito) que não apareça. O presidente do PSD/Açores sabe que no seu partido
todos têm um projecto pessoal e ainda por cima divergente dos restantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por outras palavras, o PSD segue
à tabela e à risca a estratégia de acrescentar água à sopa, para repetir a
mesma dose, na mesma tigela, a outros convivas, sem alguém se dar ao trabalho
de, ao menos, mudar a receita, que é como quem diz, de fazer diferente e pensar
nos 19 concelhos dos Açores e em todas as suas freguesias de forma diferenciada
e específica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Ponta Delgada, por exemplo, se
o Governo faz uma Gala de desporto, a autarquia acrescenta mais 10 atletas e
faz outra; se o Governo inaugura uma biblioteca, a autarquia inaugura um centro
de estudos; se o Governo faz uma estrada, a autarquia acrescenta dez metros na
intenção de fazer uma radial. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não tem havido pois (mais) tempo
para apresentar ideias diferentes e concretas para Ponta Delgada, porque se
vive nesta contínua competição, e quando assim não é, governa-se a autarquia,
como aconteceu nos últimos meses, plagiando ideias do candidato do PS/Açores,
nas próximas eleições de 29 de Setembro, nalgumas disfarçando, noutras
acrescentando um algarismo, um metro ou uma vírgula.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com a limitada ideia de “Um
amigo” que não tem “nada a ver com o Governo de Passos Coelho”( versão B) mas
que foi seu mandatário, José Manuel Bolieiro esconde, à boa moda do seu líder,
que não tem objectivos para Ponta Delgada e evita o trabalho que dá “ser
diferente”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez por isso, já se diga por
aí que a geração de Freitas e Bolieiro, no PSD/Açores, passa despercebida em
silêncio, mas quando fala, não há um amigo que aguente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seja como for, lá diz o provérbio
que “O tempo mostra o amigo”, sendo certo que, na minha opinião, mostra melhor
que o cartaz por mais cartazes que se pendurem em toda a parte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Serenamente, AO 24 de Setembro de 2013</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-74999956089590893332013-09-17T11:48:00.003+00:002013-09-17T11:48:42.811+00:00E Antero de Quental?<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPufUFW0auSYNpWTvLkgM0e3XADOZSzLy8nciwV6uPJ9chCxrPq4lY9DAThX2AfnlbdsEmSBW2QQLB2miuVnKaWHbf-kNRlJeWVDZ6nu3-vTvrmQI13EchwLoAup7TQUaBgpU6tg/s1600/5-campo-de-s-francisco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPufUFW0auSYNpWTvLkgM0e3XADOZSzLy8nciwV6uPJ9chCxrPq4lY9DAThX2AfnlbdsEmSBW2QQLB2miuVnKaWHbf-kNRlJeWVDZ6nu3-vTvrmQI13EchwLoAup7TQUaBgpU6tg/s320/5-campo-de-s-francisco.jpg" width="239" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não deixa de ser estranho que a
Câmara Municipal de Ponta Delgada tenha abandonado a memória de Antero de
Quental, quando se compara, por exemplo, com Natália Correia, a quem a
edilidade dedicou a semana que passou, assinalando assim os seus 90 anos de
nascimento, com várias actividades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bem sei que não é costume
assinalar-se datas que não são “redondas” mas estranho (sempre) que a cidade de
Ponta Delgada nunca tenha querido assumir Antero de Quental como sendo daqui,
desta nossa cidade, criando, por exemplo, na casa onde nasceu, um espaço
museológico de referência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todas as cidades do mundo
celebram os seus maiores. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na Praia da Vitória temos
Vitorino Nemésio, ainda há dias referido, por Roberto Monteiro, como “pilar da
cultura da Praia da Vitória”; na Horta temos Manuel D´Arriaga, em Lisboa,
Fernando Pessoa e Amália Rodrigues, no Pico, em São Roque do Pico, o prémio
literário Almeida Firmino. Em Ponta Delgada temos Natália Correia, sim
senhores, mas temos também Antero de Quental. E a duplicidade de critérios no
tratamento de uma e de outra figura, incomoda qualquer um que pense nisso por
um instante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É que, se por um lado se
homenageia “a feiticeira cotovia”, tendo inclusivamente sido descerrada uma
escultura, em sua homenagem a semana passada, por outro lado chega-se ao ponto
de permitir que o banco, onde Antero de Quental se suicidou esteja, por estes
dias, arredado do seu lugar, servindo o espaço que ocupava, para estaleiro das
obras do campo de São Francisco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez a razão deste acontecimento
seja mesmo a inexistência de qualquer critério e a homenagem que agora se
prestou a Natália Correia tenha sido, nada mais, nada menos do que o afã
mediático para que se queda o espírito humano sempre que há campanha eleitoral.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De uma ou de outra forma, mas
dando, ainda assim, o benefício da dúvida, é caso para congratular a autarquia
pela iniciativa de homenagear a escritora de “O sol na noite e o luar nos
dias”, lamentando, contudo, o esquecimento a que têm votado Antero de Quental. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A cidade de Ponta Delgada que, de
Antero tem nome de escola e de avenida, vem referida em vários documentos,
páginas na internet e outros suportes que existem sobre o Homem e a sua Obra.
Aqui nasceu a 18 de Abril de 1842 e aqui morreu a 11 de Setembro de 1891.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Vila do Conde, onde viveu 10
anos, foi inaugurado um Centro de Estudos Anterianos, em Julho passado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Governo dos Açores criou um
Roteiro Cultural Antero de Quental, na cidade, que parte da casa onde nasceu e
faz um percurso por 11 lugares diferentes, entre eles, o monumento funerário,
no cemitério de São Joaquim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A 11 de Setembro deste ano
assinalaram-se 122 anos sobre a sua morte. Não fora a iniciativa do Instituto
Cultural de Ponta Delgada, a 12 de Setembro, “Novas Conferências do Casino” por
Miguel Soares de Albergaria e as referências feitas a Antero quer pelo
Professor Doutor Machado Pires, quer por José Contente na Convenção Autárquica
que o PS organizou em Ponta Delgada e a data nem tinha sido (sequer) lembrada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se o motivo é ter-se suicidado,
já deviam tê-lo posto de lado. Natália Correia escreveu “o itinerário é
interior”. O resto, senhoras e senhores, é inércia, poeira e algum preconceito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Mariana Matos<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<a href="mailto:Merimatos76@gmail.com">Merimatos76@gmail.com</a><o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Por decisão da autora
este artigo não cumpre as normas do Novo Acordo Ortográfico em vigor.<o:p></o:p></div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-80124347827711502602013-08-06T11:43:00.001+00:002013-08-06T11:43:01.483+00:00Amor à Camisola<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No fim de semana ficamos a saber
que não são só os sismos (ou abalos) e as derrocadas que nos fazem ser notícia
por Lisboa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
À parte a meteorologia e as
calamidades também a cusquice política com tragédias da vida de outros fazem
abrir os noticiários e criar factos que vão para além do terrível acontecimento.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É uma pena que assim seja, mas foi
agora, como já fora antes. E será sempre, porque diz-se que é mesmo assim.
Ninguém tem, porém, e na minha opinião, o direito de assassinar publicamente
seja quem for. Já bastava a desgraça da ocorrência. Não era preciso mais nada.
Digo eu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há uns dias ouviu-se o
Secretário-Geral do CDS/PP nacional – por cá, salvo erro – comentar a
desistência da candidatura daquele partido à Câmara Municipal de Ponta Delgada,
acusando o agora já não candidato, de “cobardia política”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não sendo assunto da minha
“freguesia” arrisco dizer que (talvez) se o candidato tivesse optado por voltar
atrás com a promessa da saída, qual Paulo Portas, à moda de São Miguel, era
então herói, patriota, digno. Teria “amor à camisola”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O “amor à camisola”, essa espécie
de amor de pano, de que uns se apropriam e por que outros se apaixonam de
verdade, está cada vez mais em uso, entre alguma classe política, e serve, vai
servindo para justificar atitudes, calar ou silenciar outras, estudar táticas,
golear balizas alheias.<o:p></o:p></div>
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Expressão de uso mais
futebolístico que propriamente no corriqueiro diálogo do dia-a-dia, esse amor,
que dizem que dói e que se sente, que abre feridas, que às vezes não chegam a
sarar, é quase tão ridículo como as cartas de amor eram (ou são) para Fernando
Pessoa. No sentido ridículo que dá o poeta às cartas e não no sentido do
palhaço que está mais na moda.<o:p></o:p></div>
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Os dias que correm vão
direitinhos parar a 29 de Setembro. Dia de eleições autárquicas. Com umas
saídas de cena e outras entradas em cena, certo é que está terminada a entrega
de listas de candidaturas às autarquias dos Açores.<o:p></o:p></div>
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Melhores, piores, com mais ou
menos vontade de vencer, os Homens e as Mulheres, que dão um passo em frente e
dizem “presente” nesta hora devem ter de todos um reconhecimento, por mais
pequeno que seja….<o:p></o:p></div>
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Afinal quem dá um “passo em
frente” pela sua freguesia, cidade, vila ou mesmo rua, deve merecer o nosso
respeito, por ter abdicado de ser “treinador de sofá” e chegar-se à frente para
dar uma ajuda.<o:p></o:p></div>
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Pela minha parte faço votos de
que não se desiludam e, perdendo ou ganhando, com mais ou menos “amor à
camisola” dignifiquem o cargo que venham a exercer, sendo sobretudo e, sem
grandes façanhas: “simples e possíveis” (António Lobo Antunes).<o:p></o:p></div>
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Os tempos que estão para chegar
não se avizinham ainda muito fáceis. Espera-se que este poder que será renovado
em Setembro, o local, ajude a ultrapassar este tempo de maiores dificuldades. É
tempo de todos unirmos esforços, em particular, para criação de emprego, de
apoio às famílias e de dinamização da economia local.<o:p></o:p></div>
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Se não for (e pode mesmo não ser)
por “amor à camisola”, seja então por amor à nossa terra.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Serenamente, AO 6 de Agosto de 2013</div>
<br />
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<br /></div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-38587693501747088932013-07-29T01:00:00.001+00:002013-07-29T01:01:19.452+00:00Não sei de quem é, mas gostei<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2z-zC2euHPGWITOxUGoxziLq31LZM_zQCcH0SrtTtRPLrIUwulUxhCPC9iA1WYO3SunVxt4xia5Rmt8RIIk9LRy1L0KTmxHBunxNB43I4L9-n-3-szivDlLH0m8soVl7CgyTP-Q/s1600/infaspessoassassimmesmo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2z-zC2euHPGWITOxUGoxziLq31LZM_zQCcH0SrtTtRPLrIUwulUxhCPC9iA1WYO3SunVxt4xia5Rmt8RIIk9LRy1L0KTmxHBunxNB43I4L9-n-3-szivDlLH0m8soVl7CgyTP-Q/s320/infaspessoassassimmesmo.jpg" width="314" /></a></div>
<br />Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-1382536374334024232013-07-24T15:18:00.001+00:002013-07-24T15:18:22.541+00:00Mais e melhor<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passaram quase incólumes aos
ouvidos dos cidadãos de Ponta Delgada, as recentes declarações do candidato do
PSD/Açores à Câmara Municipal do maior concelho dos Açores. Disse o candidato
e, ainda presidente, José Manuel Bolieiro, durante a apresentação da sua
mandatária que, e cito: “O meu trabalho na Câmara Municipal é que serve de
campanha”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parece-me muito grave que o
candidato do PSD/Açores a Ponta Delgada admita, sem qualquer tipo de escrúpulo,
que utiliza a Câmara Municipal para campanha eleitoral e não quero crer que
estas suas palavras tenham sido bem medidas. De outra forma, a única conclusão
que se pode retirar é que o candidato tem do cargo que ocupa uma visão
clientelar e promíscua.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No mesmo dia e, no seguimento
destas palavras, o candidato do PSD/A também referiu que “a pré-campanha do
ruído e da despesa não faz o meu género”. É uma pena que o candidato do
PSD/Açores tente confundir esclarecimento com propostas. Mas a pena maior é que
a pré-campanha do candidato do PSD/Açores se esteja a fazer na gravata ou na
coroa do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada… como se ninguém
estivesse a ver. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E quando se esperava uma solução
para o centro histórico de Ponta Delgada – apresentada pelo atual Presidente da
Câmara Municipal, eis senão quando se lança, às pressas, a obra do Campo de São
Francisco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com ela, o candidato do
PSD/Açores pensou matar vários coelhos de uma cajadada só e, mais uma vez, como
se ninguém estivesse a ver, onze anos depois, desde que começaram as “Noites de
Verão” no Campo de São Francisco, quis agradar a todos e puxou as ditas noites
para o centro da cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A Câmara Municipal de Ponta
Delgada acordou tarde para o problema e prejudicou durante 11 anos os
comerciantes da baixa da cidade. Porém faço os melhores votos de prosperidade
aos nossos comerciantes, embora esperasse que esta deslocação das noites, fosse
acompanhada por reduções de taxas relativas à ocupação da via pública, à
instalação de reclames luminosos, à diminuição da Derrama, entre outros tão falados
e propostos assuntos, pelo maior partido da oposição, na Câmara e Assembleia
Municipal de Ponta Delgada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bem se sabe que nenhuma destas
medidas causa tanto impacto visual como ter umas máquinas a escavar no Campo de
São Francisco, a afastar dali mendigos e outros indivíduos e a mudar árvores de
sítio, mas o que não se quer ver poupado, esquecido e afogado é um centro
histórico tradicional que há mais de uma década espera pelos bons propósitos da
autarquia de Ponta Delgada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A semana passada ficámos todos a
saber que Vila do Conde homenageou Antero de Quental. A casa onde viveu o
escritor durante 10 anos abriu na passada 3ª feira e é agora o Centro de
Estudos Anterianos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por cá há promessa, desde 14 de
Junho de 2008 (há 5 anos), de homenagear Antero de Quental através da criação
de um centro de estudos com o seu nome que iria surgir na Casa de Mouzinho da
Silveira, na Rua Pedro Homem. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não se vislumbra nada de novo
sobre este assunto, assim como nunca se identificou o banco onde Antero de
Quental se suicidou.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Honrar os nossos maiores é viver
mais. Ponta Delgada precisa decisivamente de mais e de melhor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Serenamente, AO 23 de Julho</div>
Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12248842.post-40583651973514117782013-07-16T16:27:00.001+00:002013-07-16T16:27:07.251+00:00A motivoFumou todos os cigarros da carteira que trazia 20. Um atrás do outro, um atrás do outro, um atrás do outro. Até ao vigésimo. Depois parou, deixou o isqueiro cair suavemente no chão e clique...<br />
Morreu. Motivo: ataque de ansiedade.Mariana Matoshttp://www.blogger.com/profile/12091186739563641313noreply@blogger.com0