sexta-feira, abril 30, 2010

...

"Ouvir, ouvir de noite uma ambulância,
e desejar que estejas a morrer;
fechar a porta à minha própria infância;
amigos, conhecidos, nem os ver:
quebrar nas mãos o aro da esperança;
mas de mim para mim depois dizer:
"Calma! Quem nada espera tudo alcança...";
e guardar o revólver; e beber,
a sós, o vinho que na taça baste
a recompor-te, viva, na distância:
isto foi, como herança, o que deixaste.
E ainda mais o que não te quis dizer:
ouvir, ouvir de noite uma ambulância,
e desejar ser eu quem vai morrer..."

David Mourão Ferreira

Fez 5 anos o Ardemares a 18 de Abril. Já lá vão 5 anos. Nem me lembrei...

domingo, abril 11, 2010

quinta-feira, abril 08, 2010

"As Farpas"

Esperemos que PEC não se torne um tiro no pé

Muitos de nós já estamos cansados de ouvir que temos de “apertar o cinto” – de novo! Desde o inicio do milénio que a economia portuguesa parece ter encalhado num banco de areia, que teima em não desaparecer, não permitindo que o barco chegue a bom porto. Todos são unânimes em dois tipos de análises sobre o nosso País: por um lado, Portugal nunca conseguiu reformar-se convenientemente para se tornar um país da linha da frente na competitividade europeia; por outro lado, as duas crises internacionais que sofremos, provocaram, naturalmente, graves recessões conjunturais internas que não permitiram a estabilidade política necessária para implementar um ciclo de reformas até ao fim.

O nosso habitual cepticismo, enquanto povo organizado ainda em corporações do “antigamente” –(que acha muita graça às reformas quando elas são anunciadas, mas rapidamente as desconsidera quando elas obrigam a sacrifícios ), aliadas às tentações populistas ou mesmo à incompetência pura e dura de alguma classe política (que rapidamente, pelo medo, volta atrás nas suas intenções reformistas ou gasta milhões de euros em construções estúpidas como submarinos ou tanques de guerra), não é uma história nova, como adivinhava Eça de Queirós em 1872: Todo o ministro que entra – deita reforma e coupé. O ministro cai – o coupé recolhe à cocheira e a reforma à gaveta”

Contudo, desta vez a história é diferente do que foi nos últimos 150 anos. O país percebeu, graças à visão de Mário Soares, por muito que custe a alguns, que a nossa viabilidade enquanto nação desenvolvida, passaria pela integração política e monetária no espaço europeu. Este passo consensualizado, pelas maiores forças políticas portuguesas, permitiu estabelecer uma linha estável de políticas, que nos permitiram crescer e, inclusive, pertencer ao grupo restrito dos países da moeda única europeia, que tanto jeito nos deu durante esta crise.

A nossa integração na moeda única trouxe-nos responsabilidades acrescidas, pois o nosso destino enquanto país passou a afectar directamente, pelo menos, 14 estados membros da União Europeia. Felizmente, que assim é, pois garantimos que a oposição política de alternativa e o partido do Governo, estejam obrigados a encontrar juntos um programa de reformas, de estabilidade e de crescimento para o País, credível para todas as instituições internacionais. Assim surge o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), aprovado pelo Governo com a anuência do PSD.

Mas não se julgue que o PEC será de fácil aceitação pela opinião pública, ou que não tem algumas falhas.

O programa prevê uma diminuição do peso dos funcionários públicos no PIB em 10%, corta nas despesas sociais como o RSI, penaliza incompreensivelmente as reformas antecipadas antes dos 65 anos, congela alguns investimentos públicos, limita o endividamento das autarquias e regiões autónomas, introduz portagens em algumas SCUTS, aumenta os impostos, contrariando uma promessa eleitoral, aos escalões médios e altos do IRS e cria limites de endividamento às empresas públicas.

Mas é na privatização de algumas empresas públicas, que mais critico este PEC. Não consigo compreender a utilidade de vender empresas estratégicas que dão milhões em lucros ao Estado como a ANA, a Caixa Seguros ou os CTT. Aliás, faço notar que no país mais liberal do mundo nessas matérias, os EUA, o US Postal Service é das poucas empresas do de propriedade do Estado por ser considerada de valor estratégico. Como também não percebo o interesse de vender empresas, como a CP ou a TAP, que dão milhões (muitos mesmo) de prejuízo, a preço de saldo, antes de tentarem recuperar a empresa.

Independentemente de algumas criticas, este PEC, provavelmente não agradará totalmente a esquerda ou a direita, nem penso que o objectivo pretendido seja este. Porém, por tudo o que já foi dito e feito, é o programa que tem de ser feito, agrade ou não, aos críticos de serviço.

É claro que é mais de Estabilidade do que de Crescimento.

segunda-feira, abril 05, 2010

A liderança do “nim”

O que é que se pede a um líder partidário? Pede-se que seja afirmativo, que decida, que lidere os seus militantes e apoiantes e que indique qual o caminho que devem seguir, sem prejuízo de cada pensar pela sua própria cabeça e decidir em conformidade, como é óbvio.

O que se exige a um líder partidário? Que dê a conhecer, atempada e fundamentadamente, o que defende para o seu partido, qual o rumo que advoga e qual o projecto político - de forma e substância - que pretende que o seu partido desenvolva.


Estas duas premissas exigem, como é óbvio, que uma líder regional seja absolutamente clara quando está em causa a escolha do Presidente nacional do seu partido. Aliás, isso não é propriamente novidade. Basta ver o número de estruturas de distritais do PSD que se pronunciaram, a seu devido tempo, sobre qual dos quatro candidatos apoiavam para liderar o PSD.


Por cá, a líder do PSD optou por um comportamento de “nim”. Considerou-se no direito de achar que a sua opinião iria formatar a escolha dos militantes sociais-democratas açorianos, como se eles não fossem capazes de formular a sua própria opinião sobre esta matéria. Ou seja, a Presidente do PSD/Açores passou um verdadeiro atestado de menoridade aos militantes do seu partido.


Mas vejamos alguns factos que provam a sua conduta titubeante ao longo das últimas semanas, que mais não querem dizer que optou por uma estratégia de não se comprometer com ninguém, evitando, assim, o risco de ficar ligada a uma candidatura perdedora.


A 11 de Fevereiro, a Presidente do PSD/Açores escusava-se a tomar posição sobre as candidaturas à liderança nacional, alegando que cada militante “apoia quem gostar”. Incrível. O que os militantes do PSD/Açores queriam não era “disciplina de voto”, mas sim uma indicação sobre qual o candidato a direcção regional do seu partido mais se identificava.


A não ser, como tem acontecido várias vezes, que as estruturas regional e nacional continuem a trabalhar cada uma para seu lado. Se for este o caso, a líder do PSD/Açores tem razão e terá pensado: “se não me ligaram nenhuma, porque esperam que eu lhes ligue agora”.


Mas a 27 deste mês, no dia seguinte à vitória de Pedro Passos Coelho, a Presidente do PSD/Açores já afirmava que “Portugal pode contar com um PSD forte e unido”. O que nunca se vai saber é se este “novo” contou com o apoio da líder do PSD/Açores. Provavelmente não, como já dão a entender notícias recentes, que dão conta da ambiguidade com que todo este processo foi conduzido pela estrutura regional do PSD/Açores.


Face a estas notícias, foi notória a atrapalhação da líder do PSD/Açores, chegando mesmo ao ponto, em jeito de justificação, de dizer que, agora, os militantes açorianos nunca iriam saber qual o candidato que tinha apoiado. Mais uma vez, escondeu dos militantes a sua opção. A Presidente do PSD/Açores não é uma militante de base. Assumiu um cargo que lhe acarreta responsabilidades de decisão, de coordenação e de definição estratégica e política.


“Os chefes são líderes mais através do exemplo do que através do poder”. Esta citação do imperador romano Tácito devia servir de conselho à Presidente do PSD/Açores. Estou convicto que os militantes sociais-democratas agradeciam que o aceitasse.

sábado, abril 03, 2010

Müz´ka

¨

"Life Is like a Box of Chocolates... You Never Know What You're Gonna Get!" Forrest Gump

Boa Páscoa.

sexta-feira, abril 02, 2010

E já agora este...



...Também precisava que lhe "botassem" mãos à obra.

Quebra-cabeças



Bem que podiam ter incluído nos festejos de comemoração dos 464 anos da nossa cidade um "arranjozito" a este placard. É que já que ele tem que existir para assinalar a obra, ao menos, que exista às direitas para a gente perceber e não dar ar de desleixo ou desmazelo...