sábado, março 31, 2012

Mas De Cien Mentiras

"Tenemos memoria, tenemos amigos, tenemos los trenes, la risa, los bares, tenemos la duda y la fe, sumo y sigo, tenemos moteles, garitos, alteres. Tenemos urgencias, amores que matan, tenemos silencio, tabaco, razones, tenemos Venecia, tenemos Manhattan, tenemos cenizas de revoluciones. Tenemos zapatos, orgullo, presente, tenemos costumbres, pudores, jadeos, tenemos la boca, tenemos los dientes, saliva, cinismo, locura, deseo. Tenemos el sexo y el rock y la droga, los pies en el barrio, y el grito en el cielo, tenemos Quintero, León y Quiroga, y un bisnes pendiente con Pedro Botero. Más de cien palabras, más de cien motivos para no cortarse de un tajo las venas, más de cien pupilas donde vernos vivos, más de cien mentiras que valen la pena. Tenemos un as escondido en la manga, tenemos nostalgia, piedad, insolencia, monjas de Fellini, curas de Berlanga, veneno, resaca, perfume, violencia. Tenemos un techo con libros y besos, tenemos el morbo, los celos, la sangre, tenemos la niebla metida en los huesos, tenemos el lujo de no tener hambre. Tenemos talones de Aquiles sin fondos, ropa de domingo, ninguna bandera, nubes de verano, guerras de Macondo, setas en noviembre, fiebre en primavera. Glorietas, revistas, zaguanes, pistolas, que importa, lo siento, hasta siempre, te quiero, hinchas del atleti, gángsters de Coppola, verónica y cuarto de Curro Romero. Tenemos el mal de la melancolía, la sed y la rabia, el ruido y las nueces, tenemos el agua y, dos veces al día, el santo milagro del pan y los peces. Tenemos lolitas, tenemos donjuanes; Lennon y McCartney, Gardel y LePera; tenemos horóscopos, Biblias, Coranes, ramblas en la luna, vírgenes de cera. Tenemos naufragios soñados en playas de islotes son nombre ni ley ni rutina, tenemos heridas, tenemos medallas, laureles de gloria, coronas de espinas Tenemos caprichos, muñecas hinchables, ángeles caídos, barquitos de vela, pobre exquisitos, ricos miserables, ratoncitos Pérez, dolores de muelas. Tenemos proyectos que se marchitaron, crímenes perfectos que no cometimos, retratos de novias que nos olvidaron, y un alma en oferta que nunca vendimos. Tenemos poetas, colgados, canallas, Quijotes y Sanchos, Babel y Sodoma, abuelos que siempre ganaban batallas, caminos que nunca llevaban a Roma." Joaquin Sabina

quarta-feira, março 28, 2012

Sobre o dia de ontem tropecei nisto

"Ao Teatro de Arte cabe hoje a responsabilidade de defesa da cidadania, da democracia e dos seus valores, numa luta que terá certamente sucessivos desfechos, derrotas e vitórias, e que se inscreve na História da Cultura. O resto é silêncio." Joaquim Benite

Os “negócios” de Berta Cabral

Gostei de ouvir Berta Cabral, no lusco-fusco das luzes de um congresso laranja, assumir que anda há muitos anos na política. Afinal essa mera constatação - que a oposição açoriana faz acerca da história da Presidente do PSD/Açores e alguns dos seus correligionários - foi ali, na noite de Sábado, assumida sem qualquer sacrifício pela candidata, enquanto prometia que os Açores estavam primeiro e que não era uma “negociadora fácil”.
Fiquei curiosa sobre os “negócios” de Berta Cabral com Passos Coelho. Quem negoceia com quem? A Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada com o Primeiro-Ministro? A Presidente dos sociais-democratas açorianos com o Presidente dos sociais-democratas de Portugal? Ou a Presidente do PSD/Açores com o Primeiro – Ministro?
Penso que esta afirmação (de não ser “negociadora fácil”), como a outra de agradecer em nome de todos os açorianos (?) foram apenas inabilidades, consequentes do nervoso miudinho provocado por toda a situação: o mediatismo da cena, a altura do púlpito e, claro está, o olhar atento e compenetrado do seu Presidente, enquanto Berta Cabral lhe dirigia palavras, “olhos nos olhos”, volteando o papel de que se investiu naquela noite…
A poucos meses das eleições a Presidente do PSD/Açores foi ao congresso nacional pedir ajuda ao “papá”, esperando trazer de lá (e trouxe) a promessa de que o partido a nível nacional tudo fará para que ganhem aqui as eleições. Fez juras de amor, primeiro aos Açores e aos açorianos, como é conveniente, e não apresentou uma única proposta.
Não falou da RTP/Açores. Não falou da Base das Lajes. Não falou da Reforma do Mapa Autárquico. Não falou de Autonomia. Não falou da lei de Finanças Regionais. Não apresentou uma única reivindicação. Mas disse que, tal como Passos Coelho, para quem primeiro está Portugal e depois o PSD, para si, também os Açores estão primeiro e depois o PSD.
Neste tema, como no caso das passagens aéreas, Berta Cabral separou os Açores de Portugal, admitindo que Passos Coelho possa pensar primeiro no país e depois na Região, mesmo sem dizê-lo explicitamente.
Essa – a falta de nitidez no discurso – é aliás a maior crítica que se pode fazer à intervenção de Berta Cabral: falou de negócios, mas não disse quais eram ou quem os fazia com quem, falou do facto de ser Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, mas não teve a coragem de dizer que era contra a reforma autárquica, falou de emigração (com laivos de “barco e o sonho” ou “xailes negros”) mas não teve coragem de dizer que é contra o incentivo, feito a nível nacional, para que os portugueses emigrem; falou de passagens áreas, mas não teve a coragem de exigir para os Açores uma alteração às obrigações de serviço público. Falou, falou, falou.
Resumindo e concluindo, soubemos agora – em Março de 2012 – que os Açores estão primeiro e depois o PSD. Viu-se.
Daqui por diante começarão os Açores a ser invadidos por essa espécie de gente em campanha. Dirão banalidades, falarão das ilhas como se estivessem mais habituados a elas do que a simples alusão à chuva do boletim meteorológico ou aos tremores de terra que os sobressaltam…
Seja como for, vindo quem vier, recomenda-se ao PSD açoriano que compre, para oferecer aos “descobridores”, o livro “Ilha à Vista”, que conta a história dos Açores de forma muito simples e é um projecto da educadora de infância Rita Bonança, integrado no plano de actividades do jardim-de-infância de São Vicente Ferreira. A obra aborda o conhecimento dos Açores, a localização de cada uma das ilhas, apresenta aspectos relacionados com a vulcanologia, com o conhecimento da divisão do arquipélago dos Açores em grupos (oriental, ocidental e central), as cores associadas a cada uma das ilhas e a aprendizagem do hino e da bandeira dos Açores.
É que para se amar os Açores não basta dizê-lo do mais alto dos púlpitos, é preciso senti-los e tê-los no lugar certo, sem perder de vista uma única ilha, por mais metafórica que ela seja ou possa tornar-se…

terça-feira, março 20, 2012

"Se não têm pão, comam brioches"

"Em vésperas de greve geral, o Governo anunciou ao País que vai dar borlas aos desempregados que queiram visitar museus, e descontos que nalguns casos chegam aos 50%, se pretenderem assistir a uma peça de teatro, ver um bailado ou assistir a uma ópera. O número de vagas para a malta sem emprego é determinado por cada organismo, e o sujeito em busca de ocupação terá de apresentar papel comprovativo da sua situação de indigência forçada. A nota da secretaria de Estado da Cultura não esclarece se a caridade se estende a horários mais procurados ou se limita às matinés e aos dias de semana.
A boa-nova, que deprimiu certamente ainda mais o espírito de quem se vê privado de trabalho, mas encheu de ânimo os falsificadores de papelada e apaixonados de esquemas, foi anunciada com a melhor das boas intenções: é preciso que a falta de pão não condicione o acesso aos brioches, mais coisa, menos coisa, foi esta a mensagem que passou, inspirada certamente em Marie Antoinette.
Os mais cépticos, imaginam que se trata de uma medida encapotada de recolha de fundos, já que infelizmente muitas destas instituições têm gigantescos buracos financeiros. O raciocínio seria qualquer coisa como "se pelo menos os desempregados lá forem pagar 50% do ingresso, sempre se vai capitalizando qualquer coisinha". E como o desemprego cresce a olhos vistos, é sem dúvida nenhuma um novo nicho de mercado.
Os outros indignaram-se, com a falta de sensibilidade e de gosto da medida. Dar ideias, por muito eruditas que sejam, de como os desempregados devem gastar o seu tempo livre, é pôr o dedo na ferida que mais dói. Teria sido mais motivador, e mais perto da verdade, apelar a que acorressem ao S. João a dar palmas a um actor em risco de perder o emprego, ou ao S. Carlos salvar a carreira de uma bailarina. Além de tudo foi falta de visão: se procuravam popularidade dessem descontos para o futebol ou convites para a Noite do Futrebol."


ISABEL STILWELL

Jardim sem Flores



Envergonha um país inteiro, no qual se incluem as Regiões Autónomas. Envergonha-nos mais do que quando aparecia aos saltos a festejar o Carnaval no Funchal. Dizia-se que era um folião bem-disposto, o “rei” de um jardim do Atlântico, com números a disparar de turistas e bandeiras do PSD enfiadas em vasos nas casas na periferia do Funchal.
Depois do temporal, veio o descalabro. De buraco em buraco, de dívida em dívida, Alberto João Jardim, que grita muito mas diz, em proporção, quase nada às pessoas, voltou à ribalta a semana passada. Desta vez para insistir (o argumento é velho) que os Açores foram favorecidos na atribuição de verbas pela República.
O Dr. Alberto João Jardim – disse o Vice-Presidente do Governo dos Açores e disse muito bem - é conhecido por ser o “campeão do disparate”. Só isso explica que, apesar do desaire da sua governação na Madeira, o próprio continue a aparecer como se nada tivesse acontecido. Jardim não tem credibilidade para falar em contas e finanças públicas e devia – como também disse Sérgio Ávila – pedir desculpa a todos os portugueses pelo tanto que estão a pagar e vão pagar durante longos anos por causa do descalabro que são as contas e finanças públicas da Madeira!
Mas não. Alberto João Jardim – como quase todos os políticos do género neste país e no mundo inteiro – "passeia-se" impunemente no ecrã da Televisão, porque o deixam achar que é rei e senhor de um jardim no atlântico, onde mandou, ainda manda e mandará por mais alguns anos.
Quando um dia a “festa” acabar, João Jardim viverá na paz em que sempre viveu, culpará os “cubanos” – como sempre culpou – e os açorianos pela “miséria” em que vive a Madeira, ignorando ou fazendo de conta que não sabe porque é que à "sua" Região foram retiradas todas as competências e toda a autonomia. Porquê? Porque não foi bem gerida!
A semana passada Jardim abandonou a sala do plenário depois da intervenção do Secretário Regional das Finanças. Debatia-se o Orçamento Regional para 2012. Aos jornalistas justificou o abandono com o facto de o debate estar bem entregue aos Secretários Regionais.
Alberto João Jardim é o mesmo que se regozija por não pôr os pés no Parlamento, que quando Cavaco Silva visitou a Madeira (e felicitou as autonomias de sucesso!) entendeu que não valia a pena o Presidente da República ir ao Parlamento Regional. Porquê? Porque aquilo, palavras suas, era um “bando de loucos”.
O país todo assistiu a isto e vem assistindo a tudo como se não fosse nada e houvesse ali no meio do Atlântico um “louco”. Um “louco” a quem os dirigentes nacionais e regionais do PSD vão fazendo companhia, ajudando e falando disso, quando dá jeito.
(Alberto João Jardim depois de todas as contas e da dívida da Madeira atingir valores brutais, foi nomeado por Passos Coelho como seu mandatário. Berta Cabral, pelos Açores, também).
Estes dias o PSD/Açores cumpriu o voto de silêncio em relação à Madeira. Se antes assistíamos ao desfilar de comparações entre os Açores e a Madeira, agora a velha geração dos sociais-democratas açorianos apagou esse nome do seu vocabulário.
E só Duarte Freitas teve coragem de dizer uma "coisinha" sobre a Madeira aí há uns tempos, mas logo foi mandado calar pelo PSD/madeirense em comunicado. E calou-se. Bem calado. E não reagiu, não conseguiu dizer nada quando a semana passada João Jardim destilou veneno para cima dos Açores e dos açorianos.
Esperava-se uma manifestação de repúdio, qualquer coisa que não deixasse os social-democratas açorianos reféns da liderança nacional. Mas não. Provavelmente Miguel Relvas ligou de Lisboa para avisar: “Não sejam piegas! Não sejam piegas!”
Ao que de cá alguém respondeu: “Alberto João Jardim tem coisas que não são para levar a sério.”
Foi isso. Foi isso. A Madeira já lhes serviu muito para criticar os Açores, mas agora, entre tanto buraco, de um Jardim sem Flores, só escapam as tocas, de onde parece também não sai coelho.

sábado, março 10, 2012

Citação importante

"Em que triângulo fica o Pico?

Quereria eu que fosse no triângulo do amor, mas parece que lhe andam a desviar a bússola para outro lado mais escuro, retorcido, forçado e incerto, a cada candidato a mestre de leme que se apresenta para provas de governação. E agora até é caso para dizer que nem Berta tem uma visão aberta para o problema da navegação desta ilha que não queremos à deriva, mas ainda há quem não a entenda e desconheça a sua história marítima. E se não a desconhecem, pelo menos parece. E à mulher de César, se o não quer ser tem que parecer, dizia-se... Hoje até há oficinas de tudo ou quase tudo, para escrita criativa, para escrita de teatro, para escrita de oratória, para se ser empreendedor, para se ser o que se é e até para se ser o que não se é, pelo que é fácil arranjar um guia para a campanha pré exageradamente eleitoral em curso.
Espera-se há muito, tarda muitíssimo a achar-se, novas para a construção e para a reparação navais no Pico, e em concreto nos estaleiros navais da Madalena. (Julgo que assim se pode nomear aquela infra e desaproveitada estrutura portuária.) Pior, e fica tudo mais turvo, quando agora ouvimos a hipotética presidente do governo dos Açores a dizer que a reparação naval "seria mais uma forma de especializar os produtos oferecidos em cada ilha e, no caso do Faial, de potenciar a proximidade ao triângulo..." e etc, etc, etc... e tal por aí fora, desabridamente, que só pode ser por engano e distracção ou, quiçá, porque faltava alguém ao lado para orientar a tirada, embora tenha visto na RTP, atrás, com ar amareladamente ausente, uma conhecida figura picarota, mas sem levantar o dedo...
"Proximidade ao triângulo"... - o que poderá significar? Significa arredores?! O Faial não está no triângulo? Confesso que não tenho dormido, com este problema geográfico, pois considero que a geografia, tal como Nemésio, é muito importante por cá e que nenhum sismo ainda a modificou significativamente para colocar o Faial nos arredores do triângulo.
Construção naval é no Pico. Não como está, mas como é preciso que esteja!
Navegar vai sendo cada mais preciso.
O mestre da lancha, muitas vezes, determinava a qualidade da viagem que, de psicológica passava mesmo a real, é verdade. Quem não se lembra, a pergunta era sempre a mesma, em dia de mau tempo no Canal: quem é o mestre da lancha? É o mestre Simão! E quando assim se exclamava, crescia a confiança, o mar amainava, se não no Canal, pelo menos na angústia da viagem por fazer que, logo, logo, tendia a ficar bem mais leve e menos penosa. Era assim!
E nas viagens de agora, continuamos sempre à espera do melhor mestre para nos conduzir ao porto."

Manuel Tomás, publicado hoje no jornal "Diário Insular". Partilho porque gostei muito. E partilho com a licença do seu autor.

Açores

"Há um intenso orgulho
Na palavra Açor
E em redor das ilhas
O mar é maior

Como num convés
Respiro ampIidão
No ar brilha a luz
Da navegação

Mas este convés
É de terra escura
É de lés a lés
Prado agricultura

É terra lavrada
Por navegadores
E os que no mar pescam
São agricultores

Por isso há nos homens
Aprumo de proa
E não sei que sonho
Em cada pessoa

As casas são brancas
Em luz de pintor
Quem pintou as barras
Afinou a cor

Aqui o o antigo
Tem o limpo do novo
É o mar que traz
Do largo o renovo

E como num convés
De intensa limpeza
Há no ar um brilho
De bruma e clareza

É convés lavrado
Em plena amplidão
É o mar que traz
As ilhas na mão

Buscámos no mundo
Mar e maravilhas
Deslumbradamente
Surgiram nove ilhas

E foi na Terceira
Com o mar à proa
Que nasceu a mãe
Do poeta Pessoa

Em cujo poema
Respiro amplidão
E me cerca a luz
Da navegação

Em cujo poema
Como num convés
A limpeza extrema
Luz de lés a lés

Poema onde está
A palavra pura
De um povo cindido
Por tanta aventura

Poema onde está
A palavra extrema
Que une e reconhece
Pois só no poema

Um povo amanhece"

sexta-feira, março 09, 2012

quinta-feira, março 08, 2012

What?


1 de Março de 2012

"Quando o jornalista me transmitiu que Ponta Delgada surgia em primeiro lugar reagi dando nota do nosso orgulho. Agora, se a Lusa foi induzida em erro pela publicação da Ordem dos TOC então esta última deve um pedido de desculpas à Câmara de Ponta Delgada” Berta Cabral, Açoriano Oriental de 8 de Março de 2012.

quarta-feira, março 07, 2012

Melhor que CEREBRUM



Publicado no jornal "A União" há 25 anos.

E agora professor Marcelo Rebelo de Sousa?

“Ponta Delgada está de parabéns por se encontrar no primeiro lugar no total dos 308 municípios do país como aquele que tem menos passivo líquido por habitante é de facto um orgulho. E aqui passivo é tudo. São os empréstimos aos bancos e são os passivos de curto prazo, ou seja a fornecedores” - disse Berta Cabral. Correio dos Açores, 1 de Março de 2012
Depois isto:

"Ninguém hoje tem orgulho na situação financeira da autarquia de Ponta Delgada", afirma José Contente a 6 de Março de 2012

Depois disto, isto:
As acusações feitas pelo PS e pelo presidente do governo regional, a propósito da situação financeira da Câmara Municipal de Ponta Delgada, revelam bem o incómodo sentido pelos dirigentes socialistas perante a gestão de Berta Cabral à frente do município”, afirmou José Manuel Bolieiro, vice-presidente da Comissão Política de Ilha de S. Miguel do PSD.

(Na Rádio Atlântida, porque no site do PSD/Açores Não Consta) 6 de Março de 2012

E não consta porquê?!

Por isto:

"Houve um erro na escolha de um denominador que altera um bocadito o passivo líquido por habitante. Mas não altera o passivo global, não altera o endividamento líquido global, nem os resultados económicos. A única falha foi na divisão do passivo líquido pelo número de habitantes", salientou João Carvalho.
Desta forma, Ponta Delgada, que é apresentada à frente da lista dos concelhos com menor volume de dívida líquida por habitante, "não está tão bem como apresentado no Anuário Financeiro", acrescentou.
Ponta Delgada não entra nos primeiros cinquenta lugares da lista, mas, segundo João Carvalho, "também não está num lugar preocupante".
Daqui

É uma vergonha, de facto!

terça-feira, março 06, 2012

O PSD/Açores e a "estratégia tamagotchi"


Todos conhecemos o “tamagotchi”. Um brinquedo que foi inventado no Japão, cuja motivação consiste em cuidar de um animalzinho como se ele fosse real, dando-lhe carinho e comida virtual. O único engenho e arte que se pede ao “tratador” é a capacidade de mantê-lo vivo, enquanto se quer, e matá-lo, sem que seja crime, quando se entender…
Ora bem, o PSD/Açores tem vindo a desenvolver – ao longo dos anos –exactamente esta “estratégia tamagotchi”, tendo atingido agora o seu ponto mais alto com a candidatura da Dra. Berta Cabral a Presidente do Governo dos Açores.
O que começou por parecer a passagem de etapas com as “derrotas” de Álvaro Dâmaso, Manuel Arruda, Vítor Cruz e Costa Neves ou até com o afastamento de Duarte Freitas do Parlamento Europeu, enquanto Berta Cabral esperava chegar a Presidente do PSD/Açores, é agora absolutamente desmascarado com os acontecimentos dos últimos dias, transformando tudo o que se pudesse pensar sobre as perdas sucessivas de “aspirantes candidatos” numa espécie de bonequinhos virtuais…
Só esta visão de "estratégia tamagotchi" pode explicar que Berta Cabral defenda uma petição pública que pretende antecipar as eleições, divulgada durante dias a fio no jornal da mesma personalidade que, em 2007, venceu, em São Miguel, as directas contra Costa Neves, candidato que era então apoiado pela presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Só mesmo esta visão de "estratégia tamagotchi" pode explicar, ainda, que depois de estarem “cá fora” os outdoors de campanha eleitoral do PSD/Açores, com o nome da candidata lá, Berta Cabral aceite ser mandatária de Passos Coelho, estando escrito na moção global de estratégia deste, que “(…) em termos nacionais, e no respeito pela autonomia regional de que goza o PSD Açores, o partido nacional apoiará a solução de candidatura a apresentar pelos açorianos social-democratas (…)”…
Sou só eu que estranho que Passos Coelho não tenha declarado aberta e publicamente neste documento o seu apoio à candidata do PSD/Açores? Não posso ser. E tanto não sou que existe uma petição pública para antecipar eleições regionais.
Nos últimos dias, entre campanhas em salas de hotel e lançamento de ideias copiadas de outras já anunciadas pelo Governo dos Açores, 48 horas antes, o PSD açoriano, mostrou a sua verdadeira intenção. E qual é ela?
Ora, é não ter nada por cá que possa parecer piegas, para não chatear o líder nacional. O bom mesmo, pensam, era ter uns "Açores tamagotchi" e que os açorianos fossem como o boneco do jogo: uns bichinhos caladinhos, cujo único cuidado a ter seria dar-lhes de comer e abraçar só sendo preciso carregar num botão…
Só isto pode explicar que se aceitem eleições antecipadas, sem pestanejar, ignorando que num momento como estes, o que devia (mesmo) estar em cima da mesa e na agenda do PSD/Açores era ajudar as pessoas, apresentar propostas próprias e originais, resolver os problemas das pessoas, aceitando democraticamente que o PS/Açores foi eleito pelos açorianos nas últimas eleições e que tem um mandato a cumprir.
Mas não. O PSD açoriano queria poder tirar os Açores do bolso, olhar para o arquipélago num ecrã e com um dedo carregar num botão e dizer aos açorianos que lá estariam: “Salta agora. Dorme agora. Come agora. Vive agora. Toma lá um beijinho. Vota agora. Pronto agora estás a chatear. Morre agora.”
Pelo percurso histórico do PSD/Açores (ou mesmo nacional) a “estratégia tamagotchi” pode parecer que funcione, mas em Outubro de 2012 os açorianos mostrarão que não. Entretanto no PSD/Açores vamos ver quem accionará o botão para matar o bonequinho?
Tenho curiosidade. (Para que conste nunca tive um “tamagotchi”).

(Por decisão pessoal da autora, este texto não é escrito de acordo com as normas do novo Acordo Ortográfico)

domingo, março 04, 2012

A Mandatária da Austeridade



Esta foi provavelmente a pior semana para a candidata Berta Cabral desde que começou a sua campanha eleitoral. Numa só semana, a Presidente do PSD/Açores e o seu partido, multiplicaram-se em declarações incompreensíveis, desnecessárias e até infelizes para quem tem como objetivo governar os Açores.

Nunca julguei que esta crítica fosse possível fazer a uma candidata e a uma equipa que tem de experiência, mais anos do que eu tenho de vida, mas em política a afirmação de uma alternativa não se faz apenas pela crítica pura e dura, faz-se, sim, pela pertinência e sustentação de uma nova ideia, pela capacidade de concretização de uma proposta feita, pela coerência da afirmação e até pela capacidade de consubstanciar uma crítica ao seu adversário.

Quando as empresas e as famílias estão em dificuldades devido às medidas de austeridade, não é aceitável para um partido com as responsabilidades do PSD estar mais preocupado em criticar a evolução da posição do PS sobre a subida do IVA, do que procurar encontrar com o Governo Regional e com Partido Socialista uma forma de pressão sobre o Governo da República para que este não imponha aos Açores uma subida do IVA de 16 para 18%. Ou seja, enquanto o PS está preocupado em evitar uma subida de preços generalizada, com efeitos nefastos para a nossa economia, o PSD está mais preocupado em fazer críticas ao seu adversário para obter proveitos.

Também é incompreensível que alguém com a responsabilidade da líder do PSD/Açores, tente levantar dúvidas sobre a situação financeira da Região Autónoma dos Açores. É importante que se saiba que as contas da Região estão devidamente auditadas e validadas pelo Instituto Nacional de Estatística, Banco de Portugal, Inspeção Geral de Finanças e Comissão Europeia, não tendo o Governo dos Açores que provar mais nada sobre esta matéria.

Ora se alguém tem dúvidas sobre esta matéria deve pelo menos tentar comprovar a razão das suas interrogações.

O que não se admite é que uma líder partidária, numa vã tentativa de criar a dúvida na opinião pública, chame, plena de intencionalidade, ao Protocolo de Colaboração e Entendimento que está a ser negociado, entre o Governo dos Açores e o Governo da República, “Plano de Resgate” financeiro aos Açores.

A Dra. Berta Cabral sabe perfeitamente que este protocolo não é nenhum “resgate financeiro” aos Açores.

Como também sabe, levantar estas dúvidas, junto da opinião pública açoriana e nacional e junto dos mercados, chegando mesmo ao ponto de sugerir eleições antecipadas por isso, é no mínimo estar disposta a prejudicar a sua terra apenas para obter alguns votos.

Como se todas estas afirmações não fossem suficientes, a líder do PSD, desesperada, recupera o discurso da “falta de oxigénio”, do seu antecessor Costa Neves. Para o PSD, o Governo Regional instalou nos Açores um clima de medo a quem o crítica. A única resposta que se pode dar a esta acusação é que ela carece de pelo menos alguma fundamentação, pois basta verificar os jornais e noticiários, dos últimos anos, para verificar a quantidade de críticas diárias (algumas até injustas) que são feitas ao Governo.

Mas numa altura em que o Governo da República promete aplicar medidas de austeridade “custe o que custar”, quando a maior parte dos economistas e até o Presidente da República avisam para os enormes sacrifícios que estão ser impostos aos portugueses sem qualquer tipo de retorno de crescimento económico, a líder do PSD/Açores não se dá satisfeita apenas por apoiar o seu companheiro de partido.

Não! Berta Cabral considera que deve a mandatária de Pedro Passos Coelho para os Açores. A líder do PSD considera que para além de apoiar o projeto de austeridade do PSD Nacional, deve ser também a sua porta-voz nos Açores.

Enquanto o PSD\Açores se preocupa em criticar o PS e propagandear Pedro Passos Coelho, o candidato do PS\Açores, Vasco Cordeiro, vai fazendo o seu caminho de evitar a crítica ao seu adversário, de propor responsávelmente o que sabe poder cumprir e de acima de tudo, criar um projeto de futuro, com todos os Açorianos, em que ninguém fique para trás.

quinta-feira, março 01, 2012

Azul cueca


Diz a LUSA que o "CDS-PP critica gastos de outros partidos na pré-campanha eleitoral para as regionais de outubro"
E cuecas vão fazer?