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Uma mulher gorda que queria perder peso, chegou ao médico e disse:
- Corte-me uma perna.
Gonçalo M. Tavares, Estética ( in O Senhor Brecht), Caminho, Lisboa, 2004,p.24.
"E um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando as vidas dos insectos..." Mário Quintana
Um homem pode amar uma pedra
uma pedra amada por um homem não é uma pedra
mas uma pedra amada por um homem
O amor não pode modificar uma pedra
uma pedra é um objecto duro e inanimado
uma pedra é uma pedra e pronto
Um homem pode amar o espaço sagrado que vai de um homem a uma pedra
uma pedra onde comece qualquer coisa ou acabe
onde pouse a cabeça por uma noite
ou sobre a qual edifique uma escada para o alto
Uma pedra é uma pedra
(não pode o amor modificá-la nem o ódio)
Mas se a um homem lhe der para amar uma pedra
não seja uma pedra e mais nada
mas uma pedra amada por um homem
Ame o homem a pedra
e pronto
"Se acendes um fósforo durante o dia
para ver,
significa que não há janelas nem electricidade
nem sequer sol.
Ou então significa que és louco."
“(…) Na verdade o relativismo sexual como princípio político é um logro. Homens e mulheres não constituem dois blocos separados. Por um lado, não se vota em função do sexo, mas dos interesses e da ideologia de cada um. Por outro, há muito menos diferenças entre um homem e uma mulher com o mesmo estatuto social e cultural que entre dois homens ou duas mulheres de meios diferentes. Contrariamente ao que se quis fazer crer, a diferença sexual é ínfima em comparação com a diferença social: a mãe desempregada com dois filhos não tem as mesmas prioridades que a mãe tecnocrata ou quadro de empresa. (…) A igualdade alimenta-se do igual, não do diferente. A paridade que apela para a igualdade na diferença é uma bomba de retardador. (…)”
Escurecer é
estar tão longe dos teus braços;
É ter horas vazias no relógio e não saber
Dos dias que vagueiam,
Perdidos em doze meses de calendário.
Escurecer é
Saber da cor dos teus olhos quando choram,
Adivinhar-lhes os rios e afluentes racionais,
E não poder fazer coisa nenhuma.
Escurecer é
Ouvir-te lá de longe, como um eco,
(Voar é, simplesmente uma mania,
um acto ilusório, nada mais.)
Não mais amanhecer em parte alguma.
Your Birthdate: February 29 |
![]() You have the mind of an artist, even if you haven't developed the talent yet. Expressive and aware, you enjoy finding new ways to share your feelings. You often feel like you don't fit in - especially in traditional environments. You have big dreams. The problem is putting those dreams into action. Your strength: Your vivid imagination Your weakness: Fear of failure Your power color: Coral Your power symbol: Oval Your power month: November |
Pedindo emprestado o subtítulo desta Croniqueta, ao grande escritor português Alexandre O´Neill que, entre outras coisas, nos disse:“ (…) Convencidos da vida há-os afinal por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.(…)” ( excerto de Os Convencidos da Vida, pp. 27, na obra Uma Coisa em Forma de Assim, do autor português atrás citado). Brilhante citação a meu ver e, na qual não me quero perder, mas, sim chamar a atenção de todos para essa espécie humana, cujas raízes profundas, se enterram nas lajes dos nossos caminhos, com a ambição devida, mas a pretensão remendada por disparates atrás de disparates emendados no papel que, diariamente, representam.
Para minha memória futura, já que a passada está bem guardada, não pelos guardiães das plumas de prata, mas por homens e mulheres dos Açores, que deram a sua cara e a sua força para construir a identidade desta Região (vindos da esquerda e da direita, note-se!), ficam os ares preocupados desses papagaios de pé de chumbo e anel na pata que abundam por aí. Umas espécies de manda-chuvas de quintal. Os mesmos de há muitos anos só que hoje com menos brilhantina nos cabelos. Os mesmos que encontro nos cafés, falando alto, gritando que o que têm “dá bastante”. Chega de tanta idiotice. Quando confrontados com ideias diferentes, fruto de um debate normal nas sociedades civilizadas, sentem-se acossados nos seus próprios quintais e é um tal revirar penas. Não aguentam discussões sem puxarem das suas cartilhas mal aprendidas, como autênticos autores de quadros mal pintados. Da história, sabem da sua. E a geografia, ao contrário do que escreveu Nemésio, é para eles o mapa da sua rua. No final, o que conta é a matemática na soma de cifrões dos seus ordenados.
Meu querido avô, homem de Santo Amaro, que vem sempre à baila, nas coisas que escrevo, contava-me uma história brilhante. Rezava assim: havia um homenzinho que nunca tinha saído da sua freguesia, um dia, por ocasião da visita dos seus parentes emigrados na América, foi até ao miradouro da Terra Alta. Chegados lá, o senhor avistou a Terceira e São Jorge. Parou. Suspirou e gritou: Como é grande o mundo!
A história é simples mas enorme. E eu lembro-me dela sempre que me apetece gritar que é tempo de recomendar aos manda-chuvas de quintal que vão até ao miradouro da Terra Alta e vejam o mundo…vai além das biqueiras dos seus sapatos. Garanto.