terça-feira, setembro 30, 2008

O tecto da Sistina faz anos

Desde o passado dia 10 de Maio de 2008, até ao fim de Outubro de 2012,
o tecto da Capela Sistina celebra 500 anos.



domingo, setembro 28, 2008

Palavrinhas

sapatinhos de qued´alta.

sábado, setembro 27, 2008

PELA AUTONOMIA


É já comum a afirmação de que a unidade territorial do Estado Português comporta duas regiões autónomas dotadas de estatutos político-administrativos próprios. Por esta via, a Autonomia dos Açores deve ser reconhecida como parte viva e integrante de uma unidade plural que, pela prática mais pura da democracia, nos garante a liberdade e a dignidade de, enquanto portugueses nos Açores e dos Açores, podermos decidir sobre o nosso futuro, tendo sempre presente a natureza que nos rodeia, a nossa história, a nossa cultura e as nossas características de povo ilhéu.
Com os governos de Carlos César a Autonomia tem sido encarada como um instrumento de democratização, um veículo de descentralização gradual e cooperante das funções do Estado. Um meio pelo qual se procura a adaptação de um modelo político de gestão às especificidades geográficas, económicas, sociais e culturais da nossa Região, apenas e só como o exercício do direito que temos ao nosso próprio desenvolvimento.
Foi por este entendimento de Autonomia que Carlos César abriu caminho para que os Açores fossem mais conhecidos na Europa e no Mundo e é com esta prática de Autonomia que os açorianos se conhecem cada vez mais e cada vez melhor a si próprios. Só por este processo de administração livre e própria poderemos ampliar o nosso sentimento de unidade e estimular uma ambição renovada para os Açores, progredindo económica e socialmente, mas fortalecendo sempre os nossos laços de solidariedade e de cidadania. É com este sentido autonómico que Carlos César pretende consolidar o conceito de solidariedade e de “unidade plural” com o Estado, para o progresso dos Açores. Não lhe interessa perfilhar a Autonomia nem encomendar-lhe um pai, interessa-lhe muito mais que a Autonomia tenha muitos e bons filhos.
Pelo que vejo desde 1997, Carlos César não quer que Autonomia seja apenas a nossa permanente esperança, nem que ela seja só o eterno mito da nossa aspiração histórica. Com o PS e com Carlos César a Autonomia é, sim, a nossa certeza e por isso tem de ser nossa a prerrogativa de decidir sobre os Açores, sobre nós próprios e sobre o nosso destino.
O Estado e os poderes nacionais instituídos têm, necessariamente, de entender que a democracia portuguesa não só passa como se fortalece pela garantia das autonomias regionais. As autonomias regionais não são uma moda partidária nem uma arma de arremesso político, e se alguma vez o foram é porque há ossos que de vez em quando fazem parte do ofício. As autonomias são, de facto, “uma exigência da natureza das coisas”, são uma interpretação de dados sociológicos indesmentíveis, são a aprendizagem mais pura da história. Por isso, só quem respeita a natureza das regiões, só mesmo quem vive a sociologia dos arquipélagos e conhece a sua história pode entender as Autonomias e ver nelas a representação de valores regionais e nacionais, sem que uns se sobreponham aos outros e sem que haja o risco de acordarmos com um golpe de estado dentro das quatro paredes de um gabinete.
Todos sabemos que os Açores têm um conjunto de entraves naturais ao seu progresso cuja solução só pode ser encontrada na Autonomia. Por isso dificilmente se entende o receio tacanho e centralista por este paradigma de justiça social e de democracia que é uma região a decidir sobre si própria. É por demais injustificado este temor pelo desenvolvimento económico e pela defesa dos interesses dos Açores porque, afinal, quando se é pela Autonomia nada mais se pretende do que ser melhor açoriano para se ser mais português.


É mais fácil em inglês...

Uma senhora, seja de qual tipo for o agradecimento que deseja fazer, agradece no feminino. Pelo que, uma senhora deve dizer obrigada e não obrigado. Se insistir no erro, além de confundir a redacção, torna confuso o género da senhora e do agradecimento.
Uma miscelânea.

sexta-feira, setembro 26, 2008

"Dona Felicidade" e "Dona Mudança"

Sobre o Hino

Podiam ter feito uma rima certa
e juntar às Donas, uma Dona Berta.
Ou uns versos muito breves
Dedicados ao Costa Neves.
Num versejar continental
Homenageavam o Mota Amaral e
se houvesse vento fraco,
Havia de haver uma rima pro Cavaco...


Bem diz o MEP, que melhor é possível.

Müz´ka

The Story - Brandi Carlile

quinta-feira, setembro 25, 2008

Dias de Melo



Fumava cachimbo. Gostava do caldo de peixe da minha mãe à moda do Pico. Vinha sempre aqui na passagem de ano. Falávamos de literatura e de escritores. De política. Um picaroto da Calheta do Nesquim. Foi com ele que conheci o mestre José Faidoca, o mestre José Batata e o mestre José Chelica. Figuras inesquecíveis. Reais. Tão reais, como a notícia que ouvi ontem na RDP.
Paz.

domingo, setembro 21, 2008

o agá

Gostava de escrever hieróglifos, mas o agá fugia-lhe sempre.

quarta-feira, setembro 17, 2008

um, dois, três, quatro. Uma mesa e um guarda fato...

Foi desta expressão que me lembrei quando vi a lista de candidatos do PSD às eleições de 19 de Outubro. Voltam à lista, governantes da minha infância. E estão entre os dez primeiros. Depois admiram-se de serem chamados "insubstituíveis". É que se não são, não parece nada que não sejam!...

DOIS EM UM... ÀS VEZES DÁ NENHUM



Já não me recordo dos termos em absoluto, mas ainda tenho presente na memória uma intervenção do Presidente Carlos César, proferida há já alguns meses, na qual reafirmava que o Partido Socialista não seria uma coutada do Governo Regional, nem o Governo alguma vez poderia ser uma coutada do PS.
Deduzo das palavras de Carlos César que, para além de um exercício de poder autónomo e responsável, a necessária separação das águas entre partidos e governos visa, sobretudo, reforçar a dignidade que se exige dos políticos, reanimar a consideração que nos devem merecer as instituições e ter em permanência e em devida conta o respeito, muitas vezes em falta, para com os eleitores.
Se por estes e por outros princípios se pretende contribuir para evitar a promiscuidade na política e reforçar a credibilidade tão essencial nos seus agentes, seria de esperar que a mesma separação de interesses se aplicasse à relação entre outros níveis da actividade política – a exemplo do que se verifica no jogo de conveniências entre o PSD e algumas autarquias da mesma cor – quanto à composição das listas de aspirantes a deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Qualquer eleitor minimamente informado sabe que a candidatura de Berta Cabral à ALRAA é uma farsa, uma fraude partidária assumida publicamente pela própria e garantida pela sua pretensão de se recandidatar à Câmara de P. Delgada em 2009. Neste caso em concreto, o desplante já não disfarça a fragilidade do partido nem a fraqueza da liderança, daí que dificilmente se entenda esse lançar mão à influência da autarca para, em consciência, ludibriar o eleitor e, em consequência, descredibilizar a política.
Porém, noutras autarquias dos social-democratas, casos há em que a situação é exactamente a mesma, só que desta vez se engana o eleitor por proveitos diferentes e mais personalizados. Ou seja, são os autarcas em agonia a usar o partido e a abusar da sua condição pública para figurarem em lugares elegíveis nas listas à ALRAA, garantindo por essa via o tacho e o futuro em caso de derrota nas eleições de 2009.
Nas duas circunstâncias referidas os benefícios são pessoais ou do restrito grupo dirigente. Nada é feito nem pensado sequer, tendo em mente um gesto ou uma atitude que vise a primazia da Região ou um contributo para melhoria de condições de quem aqui vive. O que os move na sua ubiquidade é o medo da úbere perdida e, por isso, nada melhor do que ter um pé na autarquia e o outro na Assembleia, se bem que o povo possa ver neles gente de perna curta para tão longa “esparragata”.
Dito isto, ao sentido das palavras de Carlos César, que inicialmente refiro, é justo atribuir-lhes o merecido peso e crédito na diferenciação que faz entre a militância partidária e a militância social, porquanto o Partido Socialista testemunha, na prática, a sua consideração pelos eleitores, o seu respeito pelas instituições e o seu carácter no exercício da actividade política, já que não incluiu nenhum autarca, em nenhuma das Ilhas, nas suas listas de candidatos à ALRAA.
Não vale a pena o PSD falar em mudança quando ele próprio é incapaz de mudar, porque os Açorianos sabem que só mudando primeiro se pode mudar depois os Açores para melhor.
Foi isto que o PS fez e é isto que o PS faz.
Curiosamente e após tantos anos de experiência, é isto que o PSD continua sem saber fazer.






segunda-feira, setembro 15, 2008

Agorafobia?...Oxigénio?

“Debates ao molho com sete intervenientes à volta de uma mesa são perfeitamente inúteis. Ou são sete monólogos em que sequencialmente cada um diz o que tem para dizer e quando alguém tenta dizer qualquer coisa, o moderador diz: não interrompa, por favor; ou o próprio diz: não interrompa porque eu também não o interrompi, quantas vezes não ouvimos isso? Ou falam todos ao mesmo tempo. (…)” Costa Neves no Telejornal da RTP/A, 13/09/2008, durante a apresentação da lista do PSD na ilha do Pico, onde o cabeça de lista não é presidente de câmara. É deputado europeu...

sábado, setembro 13, 2008

Apenas o meu povo

"Quem disse que morreu a madrugada?
Quem disse que esta noite foi perdida?
Quem pôs na minha alma magoada
As palavras mais tristes que há na vida?
Quem me disse saudade em vez de amor?
Quem me disse tristeza em vez de esperança?
Quem me lançou a pedra do terror
Matando o cantador e a criança?
Quem fez da minha espera desespero?
Quem fez da minha sede temperança?
Quem me dando tudo quanto eu quero
Da minha tempestade fez bonança?
Quem amainou os ventos do meu corpo
E saciou o mar da minha fome?
Quem foi que me venceu depois de morta
E soletrou as letras do meu nome?
Quem foi foi que me fez serva sem servir?
Quem foi que me fez escrava sem querer?
Quem foi que disse que eu podia ir
Tão longe quanto nós podemos ser?
Apenas quem me viu calada e triste
E despertou em mim um mundo novo
Apenas a esperança que resiste
Apenas o meu sangue, apenas o meu povo
Apenas a esperança que resiste
Apenas o meu sangue, apenas o meu povo."

Simone de Oliveira, Festival Eurovisão da Canção, 1973.

sexta-feira, setembro 12, 2008

MESMO NO CERN(E)

Coisas da Ciência.

"Gráfico animado sobre o LHC
Saiba como funciona a maior máquina da Terra
Começaram ontem a circular os primeiros protões no acelerador de partículas LHC, no CERN. O maior projecto científico da história da humanidade espera finalmente provar a existência do bosão de Higgs.
"

quinta-feira, setembro 11, 2008

Até da água se faz lastro.

segunda-feira, setembro 08, 2008

OS PAPAGAIOS DO PIRATA

No mundo de hoje proliferam os “papagaios do pirata”. São aquelas figurinhas que vivem pendurados na importância alheia e adoram fazer o pino diante do fotógrafo, para depois se colarem como lapa miúda ao ombro das personalidades, garantindo assim a presença no retrato e na pantalha.
Como diz o outro, “o nosso sangue divide-se em glóbulos brancos e glóbulos vermelhos”, mas há quem teime em ver no seu só glóbulos azuis.

sábado, setembro 06, 2008

CADA VEZ “MAIS PIOR”




Imagino que a estratégia eleitoral do PSD seja, em parte, produto do pensamento político e do objectivo partidário da sua liderança. Ajuizando os factos deste ponto de vista, tudo me leva a crer que a ambição máxima dos dirigentes laranja, de acordo com os seus parcos desejos para os Açores, não vá muito além do recosto e do repouso nos tradicionais "lugarezinhos" no parlamento açoriano.
As intervenções orais e escritas de Costa Neves deixam, de facto, enormes dúvidas sobre a utilidade do seu pensamento político e sobre existência de causas no seu partido, se é que uma e outra coisa existem. Vamos por partes:
Costa Neves continua a gerir o PSD como o Portugal colonial geria o corpo de engenharia que, ao tempo, tinha na Índia. Diz-se que eram vinte os oficiais sem um único soldado para amostra. De sorte que o melhor mesmo era não ter ideias nem pensar em obras porque engenheiro que se prezasse rabiscava, mas não petiscava. O resto é o que nos fala a história: como Portugal nunca se livrou do traço elitista dos seus engenheiros, a velha colónia acabou por se livrar de Portugal. Parece-me, assim, que salvo as distâncias e as circunstâncias, a dificuldade na liderança social-democrata é da mesma ordem, ou seja, como o líder não consegue acertar o passo ao seu “estado-maior”, os militantes vão mudando de partido, até ao inevitável dia em que alguém mude Costa Neves.
Mas como o mal vem sempre bem acompanhado, ao coçado e roçado slogan do “Melhor é possível” o partido e o líder laranja tendem a confluir o adverbio “mais”, designativo de aumento de grandeza ou de comparação, para o adjectivo comparativo se superioridade “melhor”. No fundo, bem lá em baixo, entenda-se, Costa Neves pretendia apenas sugerir que ele e os seus vinte “oficiais” seriam capazes de fazer “mais melhor” do que fez Carlos César com o apoio dos açorianos. Não fosse, claro, o pormenor de cada um dos seus graduados, à semelhança dos nossos engenheiros na Índia, ter um projecto pessoal e ainda por cima divergente dos restantes. Por outras palavras, o PSD segue à tabela e à risca a estratégia de acrescentar água à sopa, para repetir a mesma dose, na mesma malga e aos mesmos convivas, sem alguém se dar ao trabalho de, ao menos, mudar a receita, que é como quem diz, de fazer diferente a pensar nos Açores.
E assim, se o governo de Carlos César faz uma estrada, o PSD acrescenta-lhe mais dez metros na intenção; se Carlos César inaugura uma biblioteca, o líder da oposição acha que lhe faltaram dois livros e se Carlos César aponta novos caminhos para a Autonomia, Costa Neves mede-lhes as distâncias e, sem pestanejar, anuncia que lhe falta oxigénio.
Ora, como apresentar ideias diferentes e concretas para os Açores parece um meta inacessível ao PSD, nada melhor do que plagiar as ideias referidas nas intervenções do Presidente do Governo, acrescentar-lhes um algarismo, um metro ou uma vírgula e se dúvidas houver que se lhes aponham reticências, que neste tempo e deste modo aos rotineiros procuradores da oposição resta por a língua de fora às propostas alheias, já que os proveitos da trupe dirigente estão garantidos pelo fácil acesso ao parlamento.
Com a limitada ideia do “Melhor é possível”, mesmo sem saber como, o líder laranja, disfarça a ausência de causas, esconde que não tem objectivos para os Açores e evita o trabalho que dá “ser diferente”. Talvez por isso já se diga que esta fleumática brigada do PSD passa despercebida em silêncio, mas quando abre a boca repete-se, enfada-se e cansa-nos, a confirmar que a oposição está pior…e cada vez mais.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Müz´ka



James, Sit Down
Já amanhã na Vinha D´Areia!!!

Todo o macaco tem o seu natal...



É caso para dizer que: "Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo."
E não é que é certo o ditado?
Pois é, "quem com ferro mata com ferro morre"...Ora bem.
O meu preferido é: "cada macaco no seu galho".
Os gritos do macaco não me assustam. Veremos com quantos paus se faz uma gaiola para macaquinhos amarelos.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Postal



Foto: Céu

A questão

" O senhor Henri disse: se a laranja viesse de uma árvore chamada macieira, à laranja teria de se chamar maçã ou era à macieira que se teria de chamar laranjeira?"


Gonçalo M. Tavares, O Senhor Henri, Caminho, Lisboa, 2003, p. 11.

terça-feira, setembro 02, 2008

Contra altos ou contra baixos. Preferem os tenores.


imagem
Se fossem do tempo eram um contratempo; se tivessem opinião, estavam sempre contrariados; se fossem manhosos, eram contrabandistas; se fossem musicais eram contrabaixos; se tivessem avesso, estavam ao contrário; se fossem um vestido, eram de contrafacção. Quando falam, contradizem-se; quando se vêem ao espelho são apenas um contraste; quando se perdem nunca se encontram; quando se procuram, desencontram-se. Nunca contra-atacam. Nunca contra-argumentam. São contra-natura. São desgraçadamente uns desencontrados do tempo; que correm em contra-relógio, contra tudo, contra todos.
- Contraltos? Claro. São a favor dos baixos.
- Contrabaixos? Claro. São a favor dos altos.
- Contramão? Sempre. Preferem o pé ou um dedo. Dois, se possível.
Contrafeitos, porque preferem o inacabado; contraponto, porque não gostam de pontuação; porque têm a lembrança terrível de nas peças teatrais da escola primária fazerem sempre de ponto; contrabando, porque gostam mais de andar sozinhos, deambulando como se fossem reis em busca do seu povo; contra os baixos, às vezes e contra os altos, outras vezes. Outras ainda, num assomo cultural, são contra altos ou baixos. Preferem os tenores e os barítonos. Ao contrário, desencontrados, sem tratado ou com tratado, contra o tempo, a favor; dentro ou fora, tanto faz, estes amigos do contra, são contra a informação. Preferem a formatação. Contra o tempo, contra o “rário”, o “riado” e o "rio", mesmo não sabendo quem são ou o que são. Contra o feito e o “tado”, contra a “facção” e o “tualizar” são contra e pronto. Sempre contra qualquer coisa, mesmo que não saibam o quê ou quem. Melhor mesmo é que se ria a [nossa] mente contra os contrariados deste mundo. É que contrariamente a eles não somos contra os versos. Nem controversos, nem contra o tempo. Gostamos do avesso das coisas. Encontramo-nos.