segunda-feira, abril 28, 2008

Galhofa...




Com tanto putativo candidato e candidata, o cão azul lançou esta T-Shirt. Há em imensas cores para Homem, Mulher e também para Criança. Mais vale prevenir do que remediar, diz o ditado. Se houver alguém no PSD que não queira ser candidato, o melhor é mandar vir já uma T-Shirt destas.

Tremoços

sábado, abril 26, 2008

sexta-feira, abril 25, 2008

quinta-feira, abril 24, 2008

Linha de água

Muitas saudades tuas. Dos teus sapatos pretos furados à frente por ti mesmo com pontas de cigarros. Do teu andar lento e teimoso, de te ver a fingir que dormias, quando nos íamos embora para não te obrigares a ter que dizer até para o ano. Tenho tantas saudades tuas, que até escrever esta pequena crónica para o jornal, que me tem acolhido, para este momento de escrita, que é delicioso, me faz quase ver-te passear por detrás da estante dos livros, onde guardo algumas fotografias, em que estamos todos juntos, “em nossa casa”. Usavas esta expressão, muitas vezes, para te referires a nós todos, aos onze, a quem chamavas: a minha equipa do Benfica. E que bem jogávamos nós, desajeitados, caindo e levantando, com birras e manias misturadas nas coisas muito simples que nos ensinavas; coisas, que só podiam ser ensinadas por um avô. Um dia, disseste-me que parecíamos barcos, remando para chegar a um porto. Onze portos diferentes e eu ri-me da metáfora de barcos e da lembrança de todas as vezes serem esses os sintomáticos substantivos que sempre usaste para falar. Agora, dou por mim a escrever exactamente com os mesmos substantivos sintomáticos, os dos sintomas da alma, os dos sintomas da falta de roda de leme ou de vela para seguir viagem.
Tenho saudades tuas, do teu cabelo branco curto, das tuas mãos castanhas escuras, que me pareciam ser mágicas, da tua atitude de homem vencedor, do teu sorriso de índio, do teu carro branco, que dizias que era mais rápido do que a Espalamaca, de ver contigo os jogos do Benfica e desancar no árbitro, de te ligar, apenas, para te ouvir rir e não dizer coisa nenhuma, que fizesse sentido algum para mim, para ti ou para qualquer um dos habitantes da nossa casa. Aprendi coisas muito simples contigo. Nada de matemática nem sequer de português. Nunca falamos de poesia, nem de literatura; nunca discutimos sobre nada em particular, mas discutimos tudo, em geral, sem correr o risco da generalidade. Aprendi que os limites são os da linha de água e que os barcos sorriem quando chegam ao mar. Fazes-me muita falta. E, no fundo, era isto que eu queria hoje transmitir. Talvez o que escrevi encontre tranquilidade no sorriso de alguém. Assim espero. Vinha falar de poesia, do dia mundial que foi comemorado a 21, do que se seguiu, o do Teatro, que foi a 27 e de um dia de Março, que aconteceu há algum tempo. Perdi-me, na recordação de uns sapatos pretos furados com pontas de cigarro para arejar e num sorriso grande a lembrar o de um chefe de índios; nas histórias das aventuras marítimas e na primeira vez que eu vi um barco à vela. Se hoje me perguntassem: Quem tem farelos? Responderia eu, certamente: Tenho eu, tenho eu. Farelos no lugar dos sinais da pele. Como os barcos de madeira. Cheios de nós como “em nossa casa”.

quarta-feira, abril 23, 2008

"É preciso tomar lições de abismo" (Júlio Verne)



Hoje, Dia Mundial do Livro, deixo o excerto de uma entrevista a António Lobo Antunes - o meu escritor português de eleição.
"Então vamos ser honestos e dizer assim: o que foi importante para mim foi o Flash Gordon, foi os quadrinhos, foi isso que foi importante para mim. Foi o Tio Patinhas..." A.L.A.
Espaço Aberto Literatura", do canal Globo News, em dezembro/2007.

terça-feira, abril 22, 2008

Abril águas mil



IF - poema de Rudyard Kipling, dito por Dennis Hopper. Um dos meus poemas estrangeiros preferidos para um fim de tarde de sol, que contrasta (claramente) com a chuva que hoje alagou os nossos ossos, logo pela fresca...
Há dias assim.

domingo, abril 20, 2008

Aniversário



Fez 3 anos, sexta feira, que transformei o Ardemar em Ardemares. A data quase me passava despercebida. Esta minha cabeça já não está para brincadeiras. Valeu-me a Azoriana, que num comentário, me avisou da ocorrência. Obrigada a ela e a todos quantos têm passado por aqui.
Viva o Benfica - mesmo que perca - e até já.

quarta-feira, abril 16, 2008

Voz



"(...) E ouve-se o silêncio descer pelas vertentes da tarde
chegar à boca da noite e responder."
Ruy Belo, excerto de As Velas da Memória, in Aquele Grande Rio Eufrates, Edições Ática, Lisboa, 1961/1972.

sábado, abril 12, 2008

Müz´ka



In a manner of speaking, Nouvelle Vague
Banda sonora do filme A mighty heart, que escolhi para ver ontem à noite.
Gostei.

quinta-feira, abril 10, 2008

Modos

Até amanhã deitava-se sempre mais tarde.
Adquirira esse hábito desde muito novo. Morria de medo do até já, por este ser temporalmente curto; temia o até logo, por causa da brevidade e o mês passado era seu inimigo desde o berço; passava a vida a atrasá-lo. Também não morria de amores pelo ano passado. Mas, o há vinte anos irritava-o mais ainda, sempre tão emproado e anafado, arrogante e petulante. O ontem não o incomodava muito, mas, por exemplo, o anteontem era tipo para tirá-lo do sério. Gostava do um dia destes e do depois de amanhã; do daqui a duas ou três semanas, do quando fores e do serás.
Porém, se havia algum, que até amanhã amasse mesmo era sem dúvida o para o ano e a certeza de uma manhã dessas para passear, num dia qualquer, dum ano que aparecesse...de surpresa.

Müz´ka

quarta-feira, abril 09, 2008

Curta



A mentira tem pernas curtas. A verdade não.
Coitadinha da mentira, não fica bem de calças pirata.

domingo, abril 06, 2008

sexta-feira, abril 04, 2008

Who?

To build a Home



The Cinematic Orchestra com Patrick Watson para o antónio

Müz´ka



Scorpions, Moment of Glory

quinta-feira, abril 03, 2008

Diálogo Surdo


imagem

- Pois. Pois sim, pois não.
Muito embora além disso seja verdade que sim. Ou que não. A dúvida.
. Vossa excelência não sabe que afinal pois então era mesmo?
- Na verdade, com efeito não.
. A sério? Não obstante tudo isso eu todavia também não percebi.
- De modo que, hum, pois olhe eu Zás Trás Pás pimba. E pronto.
Contudo não desisti.
. Eu embora tudo isso sim.