Até amanhã deitava-se sempre mais tarde.
Adquirira esse hábito desde muito novo. Morria de medo do até já, por este ser temporalmente curto; temia o até logo, por causa da brevidade e o mês passado era seu inimigo desde o berço; passava a vida a atrasá-lo. Também não morria de amores pelo ano passado. Mas, o há vinte anos irritava-o mais ainda, sempre tão emproado e anafado, arrogante e petulante. O ontem não o incomodava muito, mas, por exemplo, o anteontem era tipo para tirá-lo do sério. Gostava do um dia destes e do depois de amanhã; do daqui a duas ou três semanas, do quando fores e do serás.
Porém, se havia algum, que até amanhã amasse mesmo era sem dúvida o para o ano e a certeza de uma manhã dessas para passear, num dia qualquer, dum ano que aparecesse...de surpresa.
"E um dia os homens descobrirão que esses discos voadores estavam apenas estudando as vidas dos insectos..." Mário Quintana
quinta-feira, abril 10, 2008
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1 comentário:
Gostaria imenso que apresentasses ao até amanhã o meu amigo hoje. Depois dizes-me o resultado, tá?
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