quinta-feira, junho 02, 2005

Uma estória à Quinta Feira - Os Peixes

Nunca viu o mar mas, no fundo, duvidava da existência dos peixes, que aos Domingos, em casa da tia, comia com batatas a murro.
Não pescava nada dessas coisas do mar e sobre isso, como se fosse muito entendido, mandava postas de pescada.
Era um tipo pequeno, com óculos de aros azuis marinho, que usava sandálias de plástico (da marca Colibri) e camisas polo amarelas, verdes e vermelhas, -“como a bandeira”, dizia orgulhoso. Lia tudo o que fosse teoria das coisas da vida, porque “é preciso estar preparado para ela”, dizia, convicto. “Folhetos, boletins, panfletos, pesco tudo!”, afirmava.
Aos Domingos, vestia o fato treino brilhante e corria descontraído pela rua, entre os carros e as pessoas, que o sabiam, importante. “Sou o maior. Esforçado”, relatava, com pouco sucesso, aos Domingos à tarde no café, enquanto os presentes, assistiam ao jogo de futebol.
Era um tipo são. Nunca viu o mar mas comia peixe. Julgava que o peixe nascia da terra, como as batatas. E, no mar, no fundo do mar, só havia lugar para as estrelas. “É para lá que elas vão… – dizia, acrescentando, um dia, eu também vou. No fundo, eu sou de lá. Quais peixes, qual carapuça! Eu é que sou um grande Peixão”

2 comentários:

Caiê disse...

Por momentos, pelo título, pensei que era uma nova versão do sermão de Santo António, mas depois vi as sandálias Colibri. ;) ;)

Isso não será um carapau que anda por aí e não sabe que é um peixe?

Anónimo disse...

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