No fim de semana ficamos a saber
que não são só os sismos (ou abalos) e as derrocadas que nos fazem ser notícia
por Lisboa.
À parte a meteorologia e as
calamidades também a cusquice política com tragédias da vida de outros fazem
abrir os noticiários e criar factos que vão para além do terrível acontecimento.
É uma pena que assim seja, mas foi
agora, como já fora antes. E será sempre, porque diz-se que é mesmo assim.
Ninguém tem, porém, e na minha opinião, o direito de assassinar publicamente
seja quem for. Já bastava a desgraça da ocorrência. Não era preciso mais nada.
Digo eu.
Há uns dias ouviu-se o
Secretário-Geral do CDS/PP nacional – por cá, salvo erro – comentar a
desistência da candidatura daquele partido à Câmara Municipal de Ponta Delgada,
acusando o agora já não candidato, de “cobardia política”.
Não sendo assunto da minha
“freguesia” arrisco dizer que (talvez) se o candidato tivesse optado por voltar
atrás com a promessa da saída, qual Paulo Portas, à moda de São Miguel, era
então herói, patriota, digno. Teria “amor à camisola”.
O “amor à camisola”, essa espécie
de amor de pano, de que uns se apropriam e por que outros se apaixonam de
verdade, está cada vez mais em uso, entre alguma classe política, e serve, vai
servindo para justificar atitudes, calar ou silenciar outras, estudar táticas,
golear balizas alheias.
Expressão de uso mais
futebolístico que propriamente no corriqueiro diálogo do dia-a-dia, esse amor,
que dizem que dói e que se sente, que abre feridas, que às vezes não chegam a
sarar, é quase tão ridículo como as cartas de amor eram (ou são) para Fernando
Pessoa. No sentido ridículo que dá o poeta às cartas e não no sentido do
palhaço que está mais na moda.
Os dias que correm vão
direitinhos parar a 29 de Setembro. Dia de eleições autárquicas. Com umas
saídas de cena e outras entradas em cena, certo é que está terminada a entrega
de listas de candidaturas às autarquias dos Açores.
Melhores, piores, com mais ou
menos vontade de vencer, os Homens e as Mulheres, que dão um passo em frente e
dizem “presente” nesta hora devem ter de todos um reconhecimento, por mais
pequeno que seja….
Afinal quem dá um “passo em
frente” pela sua freguesia, cidade, vila ou mesmo rua, deve merecer o nosso
respeito, por ter abdicado de ser “treinador de sofá” e chegar-se à frente para
dar uma ajuda.
Pela minha parte faço votos de
que não se desiludam e, perdendo ou ganhando, com mais ou menos “amor à
camisola” dignifiquem o cargo que venham a exercer, sendo sobretudo e, sem
grandes façanhas: “simples e possíveis” (António Lobo Antunes).
Os tempos que estão para chegar
não se avizinham ainda muito fáceis. Espera-se que este poder que será renovado
em Setembro, o local, ajude a ultrapassar este tempo de maiores dificuldades. É
tempo de todos unirmos esforços, em particular, para criação de emprego, de
apoio às famílias e de dinamização da economia local.
Se não for (e pode mesmo não ser)
por “amor à camisola”, seja então por amor à nossa terra.
Serenamente, AO 6 de Agosto de 2013
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