terça-feira, abril 16, 2013

Cavaco "Colombo"

Enquanto o conselho editorial do “New York Times” usa o exemplo de Portugal, Espanha e Itália para defender que a austeridade está a matar o doente, escrevendo mesmo que “as provas mostram que estes remédios amargos estão a matar o paciente”, ou seja, as medidas de austeridade não estão a ter o efeito pretendido: crescimento económico, o nosso Presidente da República partiu à descoberta da América Latina. Primeiro vai à Colômbia para inaugurar uma Feira do Livro, depois segue viagem para o Perú… Procura, dizem as notícias, as oportunidades de um “novo mundo”, onde já se instalaram algumas empresas nacionais, por isso também se noticia, que a componente económica é fundamental para a visita do Presidente da República. Na comitiva do Presidente vão 40 empresários portugueses, o Secretário de Estado da Cultura, o Ministro da Economia e ainda o Ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros. Desconhece-se a restante comitiva de assessores, seguranças e demais pessoas que costumam acompanhar o Presidente da República nestas viagens mas imagina-se grande. Não deixo de achar curioso (embora não seja de todo surpreendente) que a comitiva de Cavaco Silva tenha partido, quando a troika volta a Portugal. Embora a visita da troika aconteça antes do previsto e seja motivada pela necessidade de encontrar alternativas ao chumbo de quatro artigos do Orçamento do Estado pelo Tribunal Constitucional. Não se sabe ainda a que conclusões chegarão, mas Cavaco Silva não parece motivado para isso. Há 3 ou 4 dias atrás declarou que falar de esperança não chega e acrescentou ser urgente concebê-la e transmiti-la através de uma visão fundamentada e coerente. Que mais esperança pode ter um Povo, como o português, senão aguardar pausada e serenamente, que entre os escaparates da Feira do Livro em Bogotá, Cavaco Silva (às tantas) declame um ou dois cantos d´Os Lusíadas, enobrecendo em todos nós, espoliados da cabeça aos pés, esse sentimento heroico com que nos evoca Camões? Considero de uma imensa falta de noção do real e do tempo, partir na demanda da América Latina, num momento destes para Portugal. Mas, lá está, é Cavaco Silva e a ele, que foi o homem que viu sorrir as vacas na ilha Graciosa, tudo se vai perdoando… mesmo que por mais que se denuncie a vergonha ela se mantenha…e insista. E por falar em insistir devemos todos, sem excepção, continuar a insistir com os chantagistas da SATA para que ponham fim à greve anunciada para os dias do Rally e das Festas do Senhor Santo Cristo. De todos os Açores e comunidades têm surgido vozes contra, apelando ao bom senso desses senhores e dessas senhoras que, não por acaso, escolheram essas datas fundamentais para a nossa economia, para travar a sua luta. Ora, a acontecer mesmo esta greve, ela é uma “vigarice”, como disse na RTP/Açores, no passado Domingo, o Provedor da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Concordo absolutamente. É uma enorme vigarice contra os Açores, à qual ninguém deve ficar indiferente. Nem mesmo Cavaco Silva que tanto quanto me constou foi de SATA para a Colômbia. Serenamente, AO 16 de Abril

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