terça-feira, novembro 20, 2012

Era uma vez...

Era uma vez um menino príncipe que tinha uma rosa que (se) julgava única no mundo. Um dia farto da sua rosa e daquele planeta tão pequenino, o menino decidiu procurar outras paragens. Vestiu o seu casaquinho e partiu à descoberta de um novo mundo de planetas. Num encontrou um rei que queria que o pequeno príncipe fosse seu súbdito, noutro encontrou um homem presunçoso, que queria que o menino o aplaudisse e saudasse, noutro encontrou um bêbado que se sentia envergonhado por beber, noutro encontrou um homem de negócios que contava estrelas e que acreditava ser dono de todas elas. Noutro, ainda, encontrou um acendedor de lampiões, que a todo o minuto tinha que acender e apagar lâmpadas da rua. Encontrou um geógrafo, também, que não conhecia no mapa, o planeta do menino. Os diálogos entre os personagens são difíceis de descrever em tão poucos caracteres sem que se torne enfadonho, mas recomendo vivamente a história deste menino que, na sua viagem, encontrou um piloto de aviões que tivera um acidente, no deserto, e que enquanto consertava o seu avião, sozinho, encontrou um menino que lhe pediu que desenhasse uma ovelha. Publicado em 1943, da autoria de Antoine de Saint-Exupéry esta é uma história sobre a lealdade entre as pessoas. Ao narrador (o piloto) o menino conta a sua viagem de planeta em planeta… A obra chama-se “O Principezinho” e está disponível em qualquer livraria. Era uma vez outro menino que fez nascer a maior flor do mundo, quando o seu autor queria escrever a melhor história de todos os tempos. A história deste menino e desta flor é apenas um esboço do que José Saramago poderia ter contado se tivesse a capacidade de poder fazer o impossível, como o próprio assumiu. O menino desta história faz uma flor dar sombra como se fosse um carvalho. Depois, quando ele “passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos”. “Essa”, disse José Saramago: “é a moral da história”. Era uma vez um escritor que dizem os críticos literários prometeu um dia escrever aos seus filhos, uma história sobre o mal que o homem faz ao ambiente. Escreveu-lhes “História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar”. Luís Sepúlveda. Um gato grande, preto e gordo chamado Zorbas e uma gaivota surpreendida por uma maré negra no mar do norte, depois de ter mergulhado atrás de um cardume. Antes de morrer a gaivota põe um ovo, e pede que Zorbas lhe faça três promessas: ”promete-me que não comes o ovo, promete-me que cuidas dele até que nasça a gaivotinha e promete-me que a ensinas a voar”. O resto o leitor deve ler. (Se quiser). Os três livros, aqui referidos, são infantis, mas como questionou José Saramago: "E se as histórias para crianças fossem obrigatórias para os adultos lerem? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?" E é isto que eu acho. Serenamente. AO
, 20 de Novembro, 2012 Serenamente

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