terça-feira, dezembro 20, 2011

"Sai um voluntário para a mesa 5!"


Quero acreditar, como provavelmente a maior parte das pessoas, que o conselho de Pedro Passos Coelho aos professores desempregados, para que emigrassem, não passou de um erro de comunicação, copiado aliás do seu Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que há um mês sensivelmente, aconselhou também os jovens a emigrar…
De outro modo, apenas se pode pensar que a emigração representa para o Governo da República uma espécie de “zona de conforto” ou qualquer coisa que se esconde para debaixo do tapete, evitando-se os problemas…
Falando em erros de comunicação também quero acreditar que não passou disso o anúncio de Sábado passado da líder do PSD/Açores quando prometeu, a propósito de voluntariado, que um Governo social-democrata, iria criar “incentivos para motivar o exercício de voluntariado nas ilhas”.
Não consegui perceber a promessa? Incentivar e motivar o exercício de voluntariado nas ilhas (ou onde quer que seja) cheira-me a redundante e obtuso, pois o facto de alguém querer ser voluntário (por maior ou menor fingimento que o acto em si conserve) já representa que está motivado e incentivado.
De modo que apenas se pode depreender que se pensa pagar às pessoas para serem voluntários. Ora isso deturpa a acção de voluntariado. E transforma quem o pratica em voluntário “part-time” ou voluntário “biscate”, o que convenhamos deturpa em todos os sentidos a palavra “voluntário” que nem no acordo ortográfico, o novo, encontra abrigo.
É o mal de andar a anunciar coisas por aqui e por ali sem as explicar. O que não é explicado fica assim…imperceptível.
E por falar em anúncios e à vista da notícia sobre a nova Filarmónica da Fajã de Baixo, lembrei-me de uma outra notícia de Março de 2010. Onde andará a Banda Filarmónica Municipal de Ponta Delgada?
Era uma espécie de “Lira Açoriana” em moldes municipais, que contaria com mais de 30 elementos e já tinha até nome de maestro.
Representava a terceira componente musical neste terceiro mandato, dizia a notícia da altura, anunciando que envolveria os artistas locais e iria propiciar mais oportunidades de sensibilização das populações. Caberia à nova filarmónica a realização de 5 concertos por ano.
Passou-se 2010. 2011 já quase se extingue…
A D. Gertrudes que é voluntária na Casa de Saúde da Fajã de Baixo confidenciou-me há dias, no seu amanho verbal característico, que “de boas intenções está o inferno cheio”…
E está mesmo. De boas intenções, de demagogia e de promessas que o tempo leva, mas a memória não deixa apagar nem, por mais que sejam os apelos, emigrar…

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