quinta-feira, março 24, 2011

Os maus exemplos do PSD


Imaginemos que os Açores tinham responsabilidades financeiras assumidas de seis mil milhões de euros. Imaginemos, ainda, que, nesta altura de crise sem precedentes, que obriga a um reforço de apoio social, o Governo Regional dos Açores optava por gastar cerca de 40 milhões de euros num estádio de futebol.

Imaginemos, também, que o nosso Governo achava que a protecção social era obrigação da República e que, por isso, deveria ser Lisboa a tomar todas as medidas sociais para os estratos sociais mais desfavorecidos da nossa Região, deixando-os sem qualquer protecção nesta área.

Imaginemos, por último, que nenhuma instituição financeira estaria disposta a emprestar dinheiro à nossa região, sufocando desta forma a economia, e que uma empresa teria de esperar perto de um ano para receber o seu dinheiro por um serviço ou bem fornecido à Administração Regional.

Imaginemos, já agora, que no nosso Parlamento os partidos da oposição tivessem o tempo de intervenção reduzido ao mínimo, com, por exemplo, apenas 58 segundos de tempo para cada deputado da oposição discutir o orçamento da Região e o Presidente do Governo tivesse tempo ilimitado para falar e que as propostas do maior partido da oposição fossem chumbadas em pacote, sem sequer haver espaço para o debate sobre cada uma delas.

Imaginemos o que diria o PSD/Açores e as criticas que fariam a este regime quase totalitário e despesista que está, pura e simplesmente, a hipotecar o futuro de gerações inteiras.

Para que se tenha bem a noção, esta realidade descrita nestas linhas acima não se passa num país ou região muito distante. É, sim, o dia-a-dia da Madeira de Alberto João Jardim, que os deputados do PS/Açores constataram em dois dias de jornadas parlamentares.

Quem não se lembra das críticas de falta de oxigénio de Carlos Costa Neves ao Governo Regional?!

Até ao Presidente da República o PSD/Açores foi se queixar da falta de democracia nos Açores, curiosamente, com o mesmo líder que foi a eleições com uma nova Lei Eleitoral aprovada pelo PS, que aumento o nosso Parlamento de três para seis partidos.

É comum ouvir-se elogios do PSD/Açores à governação social-democrata na Madeira. Hoje, sabe-se que esta governação levou ao limite máximo do endividamento público e a responsabilidades financeiras de seis mil milhões de euros.

É verdade que as estradas e pontes estão feitas na Madeira apesar da maioria ainda estar por pagar na totalidade. Por cá, o PSD/Açores crítica o modelo da construção das SCUT, que envolvem um investimento que ronda os 300 milhões de euros, mas elogia uma gestão desastrosa de seis mil milhões de euros.

Ficam, por isso, os açorianos a saber qual o modelo governativo que o PSD/Açores gostaria de copiar para os Açores.

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