terça-feira, junho 23, 2009

"À Janela do Mundo"

Uma semana depois e já com tiques de arrogância

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista apresentou e aprovou, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, um Projecto de Resolução que propõe ao Governo a criação de um Passe “Social” para todos os sistemas de transporte colectivos de passageiros nos Açores. Esta medida, aceite pelo Governo dos Açores, vem revolucionar a forma como funcionam os transportes colectivos de passageiros na nossa Região, aproximando-a da modernidade de sistemas avançados de passes sociais implementados em Lisboa ou no Porto, como sejam o L, L12 ou L123.

O objectivo é claro, criar um Passe único que seja adquirido por qualquer pessoa, a preços significativamente mais baixos do que os actuais, com um número ilimitado de viagens, que abranja várias concessionárias de transportes, com uma abrangência limitada por zona e que esses Passes também possam ser adquiridos também no multibanco ou na internet.

É uma proposta simples com propósitos sérios, que deverá ter uma adaptação específica a cada ilha da nossa Região, com consequências inegáveis em termos de melhorar a atractividade do uso do transporte público e de providenciar, aos passageiros mais frequentes, um preço verdadeiramente justo para os serviços que utilizam.

É evidente para qualquer pessoa bem-intencionada, que a implementação correcta desta medida terá consequências sociais, (do dicionário -“o que diz respeito à sociedade”) importantes, na forma como se encara o transporte terrestre colectivo de passageiros nos Açores.

Infelizmente, o PSD preferiu fazer aquilo que mais repudio em política: Optou por falar mal da proposta do PS, apenas porque não era ideia sua. Não lhe reconheceu mérito algum, esquecendo-se das pessoas que poderiam dela beneficiar. Em vez disso, escolheu, imagine-se, implicar com a palavra “social”, na proposta, e questionar se a proposta era do Governo ou do PS.

Enfim, é esta a oposição que temos, tão inebriada pelos resultados eleitorais das europeias, que aparenta já, tão cedo, tiques de arrogância na incapacidade de reconhecer que outro partido possa ter alguma proposta com mérito.

Por mim, não me interessa se a proposta do “Passe Social” tem a paternidade do PS, do Governo, ou até do PSD porque já tinha pensado nela na última vez que a sua líder andou de autocarro ou minibus. A mim o que me interessa é a vantagem que pode trazer às pessoas. Isso e nada mais. Essa é a combinação que me interessa: o passe social + as pessoas.

Pena que o PSD não pense assim.

4 comentários:

Anónimo disse...

A mim também pouco importa a paternidade desconhecida...
Só que, lá na maternidade faialense (nos Açores, os bebés vêm da Horta, no bico de avestristes...), as coisas não são bem assim...

E.

Anónimo disse...

Mais e melhor do que a arrogância é a elegância... A aparente vantagem da arrogância é a de, naquela ânsia, tendem a insuflar o peito e, consequentemente, apertar a barriga... Mas, por outro lado,no enrijecer geral, os traços faciais tendem a crispar-se...

Principalmente agora, no Verão (que visivelmente implica a palavra "social") muito importante seria que, como grandes irmãos, se dedicassem mais à elegância que, no fundo, signifique saúde e bem-estar!

E.

Gui P. disse...

Pois muito bem.
Em Lisboa os passes sociais L, L12, L123 abrangem transportes terrestre (metro-várias linhas, autocarro-muitas linhas e electricos) e transportes fluviais (lisboa-barreiro, lisboa-cacilhas, lisboa-montijo, e vice-versa).
O Francisco quer comparar realidades?
Acho que não.
Precisamos de ideias novas, pelo menos nesta área não temos que copiar o que está feito lá pelos "contnentes".

Filipe Franco disse...

Acho muito bem a iniciativa partindo do principio que temos transportes terrestres coisa que duvido. Aliás a politica desenvolvida na área, desde á longos anos, privilegia o carro em detrimento do transporte colectivo - veja-se a qualidade da frota existente e tabela de horários.