terça-feira, junho 23, 2009

"Da Minha Esquina"

À Esquerda da Indiferença

Decorreu no passado fim-de-semana, na ilha Terceira, o IX Congresso Regional da Juventude da Juventude Socialista/Açores. Terminei, por limite de idade, de 30 anos, todas as funções que exercia na organização regional que servi durante mais de 16 anos.

Numa altura em que o alheamento dos jovens da política está no centro das atenções dos media e em que alguns pseudo-intelectuais defendem o fim das juventudes partidárias, tenho reflectido com algum cuidado o papel da Juventude Socialista na sociedade portuguesa.

A história da Juventude Socialista está intimamente ligada à da Democracia portuguesa. A JS esteve presente nas lutas pela liberdade em 1975, foi líder na defesa de um ensino superior universal e gratuito, participou no combate por um sistema nacional de saúde universal e gratuito, foi a primeira a sair em defesa das mulheres que optassem por interromper as suas gravidezes, de uma forma voluntária, defendendo que elas não deviam ir para a cadeia. Foi a JS que propôs programas de mobilidade dos jovens como o cartão jovem ou o cartão interjovem, foi proponente da criação do estatuto trabalhador-estudante, defendeu nos anos 80 a aposta na formação profissional, propôs a criação da primeira lei do associativismo juvenil e estudantil, defendeu o credito à habitação bonificado e o arrendamento jovem, tem defendido o fim dos estágios remunerados, foi proponente do fim do serviço militar obrigatório, propôs que os toxicodependentes fossem tratados como doentes e não como criminosos e foi a primeira organização de índole partidária a propor a legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

São estas algumas das propostas da JS, em quase 35 anos de história. Nunca esta organização se propôs falar apenas de medidas específicas para juventude. O seu propósito foi e é sempre dar uma visão jovem e ideológica sobre todos os aspectos da nossa sociedade, quer estejamos a falar de emprego, de ambiente, de habitação ou de direitos humanos.

A JS esteve sempre presente em todos os grandes desafios da democracia portuguesa, nunca foi indiferente, nunca foi abstencionista, foi sempre irreverente, foi sempre de esquerda.

Nota: Parabéns ao Berto Messias e a todos os novos eleitos para os órgãos regionais da Juventude Socialista. Faço votos de que desenvolvam um bom trabalho nos próximos dois anos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Por certo não será o Berto o verdadeiro Messias...

Pelo sim, pelo não, mais Vale crucificá-lo, ó César...

o fariseu: Edgardo

Anónimo disse...

"foi sempre irreverente" ... Sim, sim, aquela juventude até chegava ao cúmulo de não usar gravata...

(quanto ao fim do serviço militar OBRIGATÓRIO e ao início do voto OBRIGATÓRIO... aí é que fixe seria serem mais... reverentes)

E.

Filipe Franco disse...

O Francisco que me desculpe mas vai sendo raro jovens que vão para as juventudes partidárias por convicções, isso já lá vai. O que se nota é que estão á espera de uma oportunidade de arranjar um futuro economicamente sustentável independentemente da ideologia.

Anónimo disse...

Não posso concordar consigo Filipe Franco. Isso é um cliché.

Gui P. disse...

Não é um "cliché", é um "déjà vu".