sexta-feira, novembro 28, 2008

Aos Amigos

«Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão.»

Herberto Hélder
Poesia Toda, Assírio & Alvim, 1996.

2 comentários:

A ilha dentro de mim disse...

Conseguir um livro do Herberto Hélder por estes dias é uma raridade. É um verdadeiro poeta esgotado, ainda que nunca se esgote a sua veia, como prova o seu último livro, que nem teve tempo de aquecer as prateleiras das livrarias de todo o país. Resta-nos, pois, aproveitar estes breves momentos que a net ainda nos proporciona. Bem haja!

Anónimo disse...

Ah! Isto era um poema. Eh pá quem é que fez essa tradução? Se o Hélder sabe prega-lhe um tiro. Amigos com 5 dedos. Que poema da porra.