«Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão.»
Herberto Hélder
Poesia Toda, Assírio & Alvim, 1996.
2 comentários:
Conseguir um livro do Herberto Hélder por estes dias é uma raridade. É um verdadeiro poeta esgotado, ainda que nunca se esgote a sua veia, como prova o seu último livro, que nem teve tempo de aquecer as prateleiras das livrarias de todo o país. Resta-nos, pois, aproveitar estes breves momentos que a net ainda nos proporciona. Bem haja!
Ah! Isto era um poema. Eh pá quem é que fez essa tradução? Se o Hélder sabe prega-lhe um tiro. Amigos com 5 dedos. Que poema da porra.
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