quinta-feira, agosto 30, 2007

Ninguém



Ninguém andava por casa.
E nela ninguém falava;
Ninguém cantava;
Ninguém cozinhava.
Ninguém brincava,
Ninguém corria na casa.
Ninguém estendia roupa.
Ninguém ouvia música.
Ninguém jogava.
Ninguém lia.
Ninguém dormia.
E
Era feliz o ninguém
que era o dono desta casa.

3 comentários:

Anónimo disse...

:)

Alex disse...

és MUITO especial Mariana.
Muito.

Anónimo disse...

O "dono" seria muito feliz, e infelizmente, no Pico, cada vez há mais "donos" destes, fruto de um envelhecimento preocupante da população.
Há 50 anos o Pico tinha cerca de 45 mil habitantes. Hoje não chega aos 15 mil...

Belo poema!