terça-feira, maio 30, 2006

Croniqueta XXVIII ou o Fífia é um leque, um papagaio de atirar ou uma cadeira de lona




Quando se lhe dá o sol, o Fífia é um leque aberto; armado parece um papagaio de atirar, uma cadeira de lona, cujo tecido forte e azul mar, é preso pelos pés e pelas orelhas, lembrando o Fífia de semblante “esticado” às 9 da manhã, voando, para o seu trabalho, onde entre as colegas e os colegas, faz furor, agora que, chegados à Primavera, calça as peúguinhas da mesma cor que a camisa; sobressaindo por detrás do sapato, moda viva. O Fífia é um homem na moda; uma figura de roda, cujas “artes de mestria no vestir” fazem dele um Homem “on top”, como diz, quase soletrando o inglês, que agora aprende, nas cassetes que lhe chegam da “Escola Britânica”, pagas a peso de oiro, pelas vizinhas, amigas de infância da mãe, que já contam com ele para fazer de “língua” nas Noites de Verão do Campo de São Francisco.
Não se pode dizer que ele não é esforçado, que não tem um sei quê de very fine, que lhe dá um toque de remake de Figura dos anos 50, quando, descendo do seu carro novo, de cinco portas para levar as vizinhas todas às festas, pousa o pé delicado na berma do passeio e deixa à vista de todos um brilhante e lustroso sapatinho cor de burro quanto foge, mas ele gosta e, como gosta, a gente não pode gozar. Porque gozando, ele chora e depois é uma chatice de muitos lenços e baldes de lágrimas e vizinhas e mães e tias aflitas…Não vale a pena. Por mim, o dito Mr. Fífia pode calçar os sapatitos que entender desde o momento que não pare ao pé de mim com as suas tiradas de algibeira, gravadas em dois botões de punho doirados, que mais parecem cereja em cacho; usando de discurso engravatado e tom assoado…
Do Fífia, deste Fífia, fico-me por aqui; não vá o diabo tecê-las e um dia destes, andando eu nas compras diárias do Hipermercado descansada, escolhendo peras e maçãs, engulo sem querer um papo-seco. Mais vale prevenir do que remediar. Porém, eu que não sou moça de enredos, aviso: reparem bem no seu style, no seu look de dandy, de sapato-vela; qual marinheiro e ar de leque aberto, esticado como as cadeiras de lona, duro como o tecido delas, azul como o mar e sempre Fífia, papagaio de atirar...

2 comentários:

Caiê disse...

As férias desse triste nem chegaram a uma semana! Como ele deve estar cansado!... Para mais, homem que usa sapato de vela e não veleja, cansa-se depressa (digo eu, que não percebo nada da vida...)

Mariana Matos disse...

Tens razão, mas desde que começaram os (alguns) dias de sol o homem não tem tido muito descanso; daí que uma "Fífalhada" na minha opinião; não faça mal...digo.
E sim, homem que usa sapato de vela e não veleja, cansa-se depressa! Também concordo. :) Embora, como tu, cara amiga, também eu não saiba nada da vida!!;))