sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Croniqueta IX ou o Fífia é um assobio de água ou as galinhas não têm dentes...



O Fífia é um homem de status. Quando fala parece que está em cima de um degrau de 4 metros. Cresce e torna-se tão grande e folheado como um chorão, aquelas plantas espadaúdas, magras e esbeltas, quais gazelas, mas de cujo tronco, nascem ramos leves, quebráveis ao primeiro sopro.
O Fífia é assim: um sujeito esganiçado que, quando atiçado pela liberdade dos outros, perde, rapidamente, a calma. Enfim…chorão.
Quando se lhe dá o vento, o Fífia parece um assobio, daqueles que para fazerem barulho, temos que por água dentro. Assim é o “nosso” Fífia metem-lhe água e começa a gritar. O Fífia parece um helicóptero com as hélices no ar. As mãos, ou as pás (para fazer valer a comparação!) agitam-se nervosas. Atira papéis. Salta e pronto está a popa desfeita, o tapete arrumado e o querido Fífia Aladino arruma as pinturas e é indescritível. Entorna-se o caldo (de galinha).
O Fífia tem ar de galinha. Bico de galinha. Não tem dentes. O Fífia é a regra.
Gosta de se ouvir falar. Debruça-se, dá um “nó” nos olhos, que é como quem diz, tenta enrola-los ou como quem diz tenta hipnotizar os presentes e fala, fala, fala, fala, mas só o ar acaba por dizer tudo. Das palavras nada a manifestar. Mas das gravatas…minha nossa senhora.
O Fífia compra gravatas nas lojas de marca. Tem de seda e linho para as pendurar caídas no seu gargalo fino de Fífia. Mas come de boca aberta…
Às vezes, parece que só elas o seguram à vida que leva.
O Fífia está lá preso pelo gargalo. O Fífia é uma aparência. O problema é que o Fífia será sempre boneco de palha, marionette, estátua de cera e outros epítetos comuns aos que andam sempre por aí vestindo Gant, usando perfumes caros, falando alto ao telemóvel, no meio da rua.
O Fífia é um sabonete de cesta da casa – de - banho. Mas, sem forma. Decorativo, cheiroso e mais nada.
O Fífia, já tinha dito, escreve para os jornais. 6000 caracteres não chegam para explicar uma ideia. Chegados ao fim. Ficamos sem perceber. Era sobre o quê?
O Fífia escreve sobre o que não interessa às pessoas.
O Fífia não escreve. Deita fora palavras como quem aponta mas não acerta.
O Fífia é um desacerto.
Uma agulha sem linha, cujo único motivo de regozijo é o aperto do elástico das cuecas.

2 comentários:

Caiê disse...

Mais um "homem de status" ?! ;)
Co' diabo! ;)
Qualquer dia, já nã há plebeus!

Anónimo disse...

Keep up the good work » »