segunda-feira, junho 13, 2005

Há-de haver história sem história...

Dionísio de Sousa, escreve no blog Da Autonomia do Guilherme Marinho, "Consigo perceber perfeitamente a Autonomia Regional, o seu percurso histórico e a sua evolução, sem a menor referência ao 6 de Junho de 75."

1: Há-de haver gente que consegue perceber perfeitamente o fim da Monarquia em Portugal sem a menor referência ao assassinato de D. Carlos. Há-de haver até gente que consegue perceber o fim da guerra colonial sem a menor referência ao 25 de Abril. Há-de haver gente que consegue perceber a Autonomia Regional, o seu percurso histórico e a sua evolução, sem 6 de Junho, sem 25 de Abril, sem meio século de ditadura, sem proclamação da Republica, sem a autonomia de 1895, sem a época da laranja, sem os descobrimentos, sem os Açores, enfim, há-de de haver gente que, como os "canibais", prefere devorar a história e parir mitos pessoais.

2: Percebe-se, perfeitamente, que o percurso de Dionísio de Sousa é diferente do percurso da história da autonomia regional, e que ele se deixou confundir ligeiramente. É que às vezes quando se entra num comboio, numa estação qualquer, a meio do caminho, é possível que esse comboio venha de longe, de muito longe, e que não se consiga, ou não se escolha, imaginar as outras paragens, nem mesmo imaginar que, no banco aonde se escolhe sentar é possível que outros já se tenham sentado e feito outra parte da viagem.

5 comentários:

Nuno Barata disse...

Tens "razan", tens muita "rezan". Estou desde ontem a tentar desenvolver este tema mas sempre que me sento ao computador só me apetece dizer alarvidades e a seriedade do tema não é para issso tipo de coisa.

gm disse...

...Tozé também há espaço para ti e para este textos no Da Autonomia és sempre bem vindo!

...o mesmo para o Nuno!
Abraço

Dsousa disse...

Como este já é o terceiro comentário, depois de dois outros se terem "evaporado",nos clics do username & companhia, vou reduzi-lo ao essencial. A transcrição de dois textos, que julgo serem fundamento suficiente para a minha convicção histórica (trata-se apenas disto e não de nenhuma crença sectária sujeita à condenação da caricatura ou ao insulto pessoal. A primeira não me incomoda e a segunda já não me consegue impressionar. A refutação pelo absurdo também não me move nem comove porque facilmente rebatível.Mas não estou para aí virado.
Aí vão os dois excertos de dois textos, cuja leitura integral recomendo a bem da serenidade histórica e equilibrio emocional do TÓZÉ do post e demais comentadores.
Aí vão os textos. Bom proveito para todos.
"Demitido então o governador civil, os ímpetos de vitória dos manifestantes não se ficaram por ali. Chegara a hora de reclamar sem rodeios a independência para os Açores. Foi só no momento em que se ouviu o vozeirão a clamar "Agora o povo só quer a independência" que o General Altino de Magalhães decidiu ir à varanda pedir aos manifestantes para dispersarem. Ainda hoje retém na memória toda a agitação:"ouvi repetidas vezes os gritos de "independência"! independência"! Estavam a reivindicar a independência para os Açores. Não gostei! E acabei por dizer que estava ali um oficial do Exécito português que não podia ouvir uma coisa dessas".
(Saes Furtado,O Processo Democrático e a Deriva independentista dos Açores,in "Atlântida", vol. XLVI, 2001, Angra, pg.17).
Já agora uma sugestão para o TOZÉ e comentadores. Porque é que não correm a eslarecer o senhor General que ele não percebeu nada do que se passava e que as pessoas queriam era a ...Autonomia? E que o 6 de Junho ainda havia de ser considerado como a data fundaddora da autonomia política e democrática?
segue o outro texto

Dsousa disse...

"DUAS INSPIRAÇÕES NA HISTÓRIA AÇORIANA

Duas inspirações paralelas enformam a História dos Açores: a ligação ao Estado português, de raiz política, histórica, étnica e cultural, por um lado; e o apelo do Atlântico a uma opção entre o velho e o novo mundo, entre a Europa e a América, por outro.
Na origem dessa propensão separatista, que se acentua em épocas de crise, para se atenuar e quase adormecer nas de estabilidade, estão motivações complexas e, por vezes, contraditórias entre si. Parte delas são de raiz conservadora, pois respeitam à tendência para fugir às tensões do Velho Continente - considerado doente de ideologia e subversão - a fim de buscar refúgio no espírito de ordem e trabalho do "novo mundo"(...)
Os intelectuais e políticos açorianos tiveram sempre de optar entre a função de catalisadores dos sentimentos nacionais e o incentivo ao separatismo. Na generalidade dos casos desempenharam porém, uma função correctiva entre a inspiração separatista e os excessos nacionalistas e centralizadores. Como dizia José de Lacerda - deputado por Angra, irmão do célebre músico Francisco de Lacerda -, as ideias separatistas ou de anexação aos Estados Unidos foram «combatidas em regra pelos cérebros esclarecidos que prevêem e percebem claramente quanto este facto, quanto a livre concorrência dos ianques seria prejudicial e deprimente para os Açorianos, a despeito de serem em geral, acolhidas com fervor, às vezes com entusiasmo, pela grande maioria dos ilhéus que têm visitado a América do Norte e que - porque nunca viram coisa nenhuma da Europa- admiram "comme une brute" a indústria, o comércio, a riqueza,
o poder, a grandeza, enfim, daquele, na verdade, extraordinário país» .

(Mario Mesquita, A Regra da Instabilidade,IMCS,Lisboa, 1987,pg.52/54)

É claro que admito perfeitamente que "haja cérebros esclarecidos" que achem que estas "duas linhas paralelas da história dos Açores" se fundiram precisamente no dia 6 de de Junho. Mas, precisamente porque são cérebros esclarecidos esclareçam-nos porque é que Altino de Magalhães, Mario Mesquita e, já agora, Dionisio de Sousa, estão enganados. Será pedir demais?

Anónimo disse...

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