terça-feira, julho 12, 2011

Ao que chegamos!

Os momentos de maior dificuldade revelam, verdadeiramente, o melhor ou o pior das pessoas e das instituições.

Infelizmente, é com grande tristeza e até com alguma desilusão, que tenho observado o comportamento irresponsável e anti-açoriano do PSD/Açores de Berta Cabral.

O Partido Socialista dos Açores, desde o inicio deste processo, comprometeu-se com o cumprimento do Memorando de Entendimento assinado com a Troika, sabendo, obviamente, que muitas das medidas lá presentes não são populares e que obrigarão, mais cedo ou mais tarde, a sociedade a muitos sacrifícios.

Por este motivo, rejeitamos, à partida, qualquer medida, apresentada no Parlamento Regional, que viole este compromisso assumido por nós, por muito popular que seja.

Não o fazemos apenas por coerência com o que dissemos quando o PS governava a República, mas também por acreditarmos, genuinamente, que enquanto não mudar este enquadramento europeu, o cumprimento do memorando de entendimento é a única forma de servir o interesse nacional. Nesta matéria não interessa a cor do Governo da República, interessa sim, salvaguardar o futuro do país. Se para isso, no que respeita ao cumprimento memorando de entendimento e à defesa dos interesses dos Açores, tivermos que apoiar Passos Coelho, pois muito bem, cumpriremos responsavelmente a nossa obrigação.

Mas sendo este o nosso papel, o que não consigo sinceramente perceber é a irresponsabilidade da estratégia do PSD de Berta Cabral em relação aos Açores.

O PSD/Açores, já em campanha eleitoral para as regionais do próximo ano, decidiu basear a sua estratégia de ataque, em três pontos: O PS/Açores está em guerrilha com o Governo da República do PSD, para justificar os efeitos da crise na nossa terra; A governação socialista açoriana é igual à de José Sócrates, levando as finanças públicas regionais à ruína; a criação de casos com membros do governo ou com departamentos governamentais, que mereçam inquérito e que levantem dúvidas sobre a seriedade da gestão do Partido Socialista.

Para verificar esta estratégia, basta assistir a cinco minutos do plenário da Assembleia legislativa.

O Grupo Parlamentar do PS manifesta preocupação com as consequências da privatização da ANA, SA, para os Açores, é logo acusado de guerrilha política. O PS manifesta estranheza pelo facto de, numa altura tão importante para o país, o Primeiro-Ministro não se ter referido às Regiões Autónomas no seu discurso de tomada de posse, é logo acusado de fazer guerrilha política.

Estamos a chegar ao ridículo de, em qualquer declaração política de responsáveis do PSD/Açores, sermos acusados de terrorismo político à República, mesmo quando não abrimos a boca ou quando votamos a favor de medidas do PSD nacional, no âmbito do memorando de entendimento. É a estratégia do tipo: “ os senhores do PS não falaram mal de Passos Coelho, mas gostariam de falar, por isso já estão em guerrilha com a república”.

Estranho? Inédito? Inacreditável? Sim!

É isto que se passa, actualmente, no Parlamento!

Mas mais grave do que isto é a autêntica política de terra queimada que o PSD de Berta Cabral quer implementar nos Açores. Esquecendo, momentaneamente, a sua gestão ruinosa em Ponta Delgada, onde não paga a ninguém e atemoriza os empresários que querem ser pagos, a líder do PSD/Açores, para tentar implementar a sua estratégia de fazer crer que as finanças regionais estão na falência, chega ao ponto, de mandar o seu líder parlamentar dar destaque aos argumentos da Moody´s contra os Açores.

Numa altura em que o Governo da República apelida a acção desta agência de rating de “superficial”, “arrogante” e “deplorável”, em que Durão Barroso e o ministro das Finanças alemão, ameaçam penalizar estas agências e em que a Região Autónoma da Madeira, a Câmara de Lisboa, Sintra e do Porto preparam-se para rescindir contrato também com esta agência, o PSD/Açores, inacreditavelmente, contra a sua terra, releva os seus argumentos.

Quanto às restantes estratégias, de tão má fé, nem me merecem qualquer tipo comentário!

É o momento em que vivemos! Em que uns tentam, a qualquer custo, ganhar alguns votos e outros, responsavelmente, a muito custo, preservar a nossa terra das adversidades.

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