Ponta Delgada, o município, não consta da lista de cidades que subscreveram o “Pacto Europeu dos Autarcas em 2009”. Dirão: mas isso é importante? Claro que é. Ainda há dois anos, quando recebeu o certificado, isso foi notícia, dizendo-se que Ponta Delgada, entre outras cidades europeias, se comprometera a reduzir as emissões de CO2 em mais de 20% até 2020.
Ora a semana passada (se não me engano) li num artigo de opinião neste mesmo jornal que o nosso município tinha sido excluído deste Pacto. Fui ao site que lá se indicava e não consta, de facto. Como não vi nenhum esclarecimento, pergunto: foi excluído? Porquê?
Certo é que (também) em 2009, mas em Setembro, no “Dia Europeu sem carros” se anunciava que a autarquia tinha dado mais um passo para cumprir o tal Pacto e que tinha adquirido uma viatura “amiga do ambiente” para a sua frota. Ora, carro vai, carro vem e o Pacto? (http://www.eumayors.eu/covenant_cities/list_en.php?cc=pt)
Por falar em pacto (com cê senão grasnava) não deixa de ser fantástica a supressão da expressão “Regiões Autónomas” ou do substantivo “ Autonomia” (só para dar exemplos óbvios) do discurso de tomada de posse do Presidente da República, como também, não deixa de ser hilariante a desculpabilização de tal episódio que Jorge Macedo tentou fazer do facto na RDP/Açores.
Ora não é que o Senhor Deputado considerou que não havia “moleste”(a palavra é minha) nessa falha do Presidente da República, porque (imagine-se), horas antes, a bordo da Fragata Gago Coutinho, Cavaco Silva teria dito (parafraseio) que os Açores acrescentavam mar ao país.
Devemos agradecer ao Presidente da República ter-se lembrado dessa expressão de “acrescentar mar ao país”? Ou esta foi aquela referência que, durante a campanha eleitoral, ficou por ser feita em Viana do Castelo (que nas suas palavras era, então, o lugar mais apropriado para falar e ouvir falar sobre o mar)?
Não foi à toa que Cavaco Silva escolheu jovens para almoçar no dia da sua tomada de posse. Meia centena de jovens líderes portugueses, oriundos de todo o país (estudantes, empresários, investigadores, académicos, agentes culturais, entre outros).
“De forma simbólica” diz o site da Presidência da República, o Presidente Cavaco Silva “apelou ao protagonismo dos jovens na definição do futuro de Portugal, tendo dirigido palavras aos representantes da juventude portuguesa presentes no almoço.” Tão a propósito.
Ora, se não fosse tão previsível, atenta a proximidade da manifestação do passado Sábado, podíamos (mesmo) dizer que tinha sido de “mestre”. Mas, não foi de “mestre”, não senhores. Foi (apenas) mais uma cena demagógica (perfeitamente) dispensável.
O que dizer de políticos com a experiência de Cavaco Silva (ou menos) quando eles fazem figuras destas ou quando “solidáriozinhos” integram as manifestações?
Vasco Pulido Valente só usou a expressão para classificar o Presidente da República, mas eu alargo o âmbito da classificação: São exímios demagogos. Pois são. E ajudam alguma coisa para melhorar a situação? Não.
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