terça-feira, setembro 14, 2010

Olívias




Entre as trincheiras de uma guerra aberta, onde até acusações de “falsificação de assinaturas” e de outros tipos, a avaliar pelas notícias, parece ter havido, a líder do PSD/Açores escolheu o tema das políticas de juventude para discursar à plateia.
Entre uma e outra palavra de circunstância – sem uma única proposta – não deixou de ser irónico a escolha do tema – naquele local, de onde emanou durante os três dias de congresso, um fumo, que não foi branco e um odor, que também não pareceu muito fresco…
Apesar disso, ou disto, não podemos ficar indiferentes ao facto de, no rescaldo da grande noite de Sábado, em congresso – depois de eleitas as Sete Maravilhas de Portugal num espectáculo a que a autarca assistiu – não ter saído da sua boca uma única palavra agradável em relação à conquista dos Açores.
Terão ficado “sentidos” os jovens companheiros que, por certo, se regozijaram com a vitória da ilha montanha? Supomos que sim…
Mas, a autarca já tinha feito o seu papel. A líder contradisse-a. Aliás, a bem da verdade se diga, que uma e outra andam quase sempre às “turras”.
A autarca faz o que a líder condena. A autarca “dança balança”, viaja por meio mundo para receber prémios, distribuir sorrisos, abraços e beijos, enquanto a líder fala de despesismo e de mundos cor-de-rosa. Achará a líder que a autarca vive num mundo cor-de-rosa?
A autarca e a líder deviam resolver esse problema, que torna já confuso o exercício dos seus cargos. Ora a autarca viaja, ora a líder crítica.
A autarca, por exemplo, não tem um Plano de Prevenção Municipal contra as Toxicodependências, mas a líder defende novas políticas de combate às dependências. A autarca não tem um plano de habitação para casais jovens, mas a líder defende mais e melhor habitação jovem. A autarca mantém o Campo de São Francisco verão atrás de verão para os jovens desta cidade. A líder crítica a ausência de políticas de juventude.
À autarca coube o papel da declaração de Sábado à noite, congratulou-se com a vitória das Sete Cidades. A líder a avaliar pelo que disse e não disse no Domingo deve ter brigado com a autarca.
Podíamos continuar, é claro, mas não vale a pena. A autarca e a líder com seis horas de trabalho, cada uma, mostram cansaço, algum desconforto e muita ansiedade. É a vida, diz-se na gíria. E é mesmo.

Não deixa, porém, de ser muito estranho que a autarca e a líder não se entendam. Afinal bastava apenas um “sms” para que uma e outra, sentadas à mesma mesa do almoço definissem uma estratégia comum. “Viva os Açores!” – podiam ter dito as duas, que não morria ninguém…

4 comentários:

Anónimo disse...

Delicioso.

Anónimo disse...

Telhados de vidro.
Essa rábula já tinha sido usada para criticar o PS, por exemplo aqui:

http://cafedocais.blogspot.com/2010/06/alzira-empregada-x-alzira-patroa.html#comments

Anónimo disse...

Delicioso.
J.

Mariana Matos disse...

Nesta coisa das Olívias, cada um (ou cada uma) toma as que quer (ou as que pode).