sexta-feira, dezembro 18, 2009

INVEJOSOS


O senhor Dunga, treinador da selecção brasileira, ficou com dor de cotovelo ao ver a Federação Portuguesa de Futebol na vanguarda da globalização. Afinal, mesmo que aos caídos e nos extremos ainda somos da Europa globalizada e com bons exemplos, diga-se: o Glorioso quase não tem portugueses na sua equipa; a nossa selecção de futebol joga com três brasileiros, tem já em vista uns quantos argentinos e só não vai aos espanhóis porque se impõe a defesa dos valores culturais de Aljubarrota; para além disso os seleccionados até já têm como hino uma canção dos “Black Eyed Peas”, coisa que traduzida para a língua de Camões ficará próxima do feijão-frade.
Ninguém, em consciência, nem o senhor Dunga, tem boca de abrir para três simpáticos futebolistas que trocaram a nacionalidade por uns toques na bola, sobretudo quando se sabe que embora desconhecendo um verso que seja de “A Portuguesa” os ditos cujos cantam de fio a pavio o hino dos “Feijão-Frade” e com isso ganharam mais quatro adeptos.
Trocar a nacionalidade por um chuto não é o mesmo que rasteirar a nação ou dar pontapés na pátria e não venha cá o senhor Dunga dizer que a selecção “A” do Brasil vai defrontar a “B” nos calores da África do Sul. Bocas dessas são pura inveja, uma afronta à globalização e uma patada em quem tanto contribuiu para o novo acordo ortográfico.
Fique o senhor Dunga sabendo que não é pelo fato se confundir com o facto nem pelo cacto virar cato e menos ainda pelo cágado deixar de ter acento que nós, outrora portugueses das descobertas, agora evangelizadores da globalização e orgulhosamente globalizados, não o mandamos catar.
Como prova da nossa inabalável fé na globalização e do nosso universal espírito estamos dispostos a remeter ao Brasil, sem retorno, o Prof. Carlos Queirós, o Dr. Gilberto Madail… e uns quantos alqueires de feijão-frade.
Invejosos!

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