Vencer a crise
Vivemos tempos complicados. A maior crise económica internacional desde a Segunda Grande Guerra tem feito os seus estragos. Na Zona Euro, nos primeiros três meses deste ano, a economia decresceu 2,5%. Na União Europeia a 27, todos os países, com dados publicados, registaram evoluções negativas, com a excepção da Polónia, que cresceu 0,4%. A economia portuguesa decresceu 1,6%, (valor mais favorável do que a média europeia). Estes mesmos dados revelam, durante este período, que o consumo privado na Zona Euro recuou 0,5%, o investimento desceu 4,1%, as exportações recuaram 8,8% e as importações diminuíram 7,6%.
Penso que será óbvio, para qualquer pessoa, que qualquer economia no mundo, perante este cenário, encontrará muitas dificuldades em manter o nível de crescimento existente, antes da crise internacional. Em regiões com uma economia mais dependente do exterior, como a nossa, seria normal ser, porventura, mais afectada pela crise internacional. Seria normal, com o país em crise, e com os países nórdicos, a Inglaterra, a Alemanha e os Estados Unidos a afundarem-se na recessão, que os Açores vivessem em crise social, que mais não é do que desemprego em massa. “Felizmente, ainda não temos uma crise social”. Não sou eu que o digo, é a líder do PSD/Açores à comunicação social. “Os Açores e o seu Governo estão de parabéns pelo comportamento de estabilidade da sua economia (...)”. Também não sou eu que o digo, é o Presidente da Comissão executiva do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado.
Contudo, não acredito que não haja dificuldades na nossa terra. Certamente que as há e devemos estar atentos, porque estão em causa pessoas. O desemprego subiu, mas apesar de tudo é mais baixo do que a média da Madeira, do país e da União Europeia e muito mais baixo do que o valor registado quando o PS chegou ao Governo, quando não existia nenhuma crise internacional e era Secretária das Finanças a actual líder do PSD.
Este Governo foi rápido a agir. Lançou 13 medidas de apoio directo à defesa do emprego, criou várias linhas de crédito de apoios às empresas e à agricultura, reforçou os apoios sociais e os incentivos ao investimento privado, concebeu programas de apoio à habitação e aumentou o investimento público em mais de 20%.
Se é certo que são as contingências da crise internacional que afectam os Açores, também é certo que a nossa terra não poderá ultrapassar os seus problemas sem o fim da recessão internacional. Ao Governo dos Açores cabe minorar os efeitos da crise e preparar a economia para o momento da retoma internacional. Os bons resultados estão à vista.
1 comentário:
O problema é de termos uma economia frágil e dependente não é uma fatalidade divina. Advém das opções tomadas rotativamente mas em permanente concordância por PS e PSD ao longo dos últimos 30 anos.
Sem defender uma solução "albanesa", penso que se não tivessemos desmantelado os nossos sectores produtivos, abdicando de áreas nas quais tinhamos infra-estruturas, know-how e reconhecimento internacional (estou a pensar na construção naval, no vidro, na metalomecânica e na agricultura, claro), estariamos concerteza muito mais protegidos.
Porque este "crash" não é da economia real. É apenas o "crash" da especulação financeira. É, por isso, uma boa notícia.
Enviar um comentário