Um contributo
Uma sociedade economicamente sustentável necessita de ter obrigatoriamente um Estado moderno, equilibrado financeiramente, que providencie uma rede social para os mais carenciados, que promova a igualdade de oportunidades, mas que ao mesmo tempo seja impulsionador estratégico de investimento público e privado. Por outro lado, não há desenvolvimento económico sem um tecido empresarial competitivo, que crie riqueza e emprego, com capacidade para crescer e se regenerar todos os dias.
Temos hoje milhares de jovens a terminar a sua formação, que em breve incorporarão a crescente população activa nos Açores. Estes jovens, na sua totalidade, terão dificuldades, em ser absorvidos pelo nosso mercado de trabalho por diversos motivos. Em primeiro lugar pelo facto do sector público estar a aumentar a sua produtividade e a instalar uma política de rigor ao nível do controle das suas despesas, pelo que a margem para a contratualização de novos quadros será muito reduzida. Em segundo lugar, devido à crise económica internacional, o tecido empresarial açoriano tem sentido algumas dificuldades que obrigam, também a uma reestruturação que implicará, certamente, uma contenção de custos e de contratação de novos postos de trabalho.
Uma das soluções preconizadas pela Juventude Socialista tem a ver com o desenvolvimento da capacidade empreendedora da nossa população e pelo reforço dos programas existentes de apoio ao empreendedorismo. De forma a que os jovens criem o seu próprio emprego ou façam uma pequena empresa com sucesso.
As escolas devem ter neste campo um papel fundamental. A criação de uma cultura de aproveitamento de ideias novas e de saber lidar com risco devem ser incutidas nos adolescentes e crianças, para que as próximas gerações tenham melhores instrumentos para enfrentar a vida activa.
Ao nível dos instrumentos já existentes, como o Gabinete do Empreendedor e o Programa Empreende Jovem, para além do mérito e qualidade dos mesmos, penso que devem ser feitos pequenos ajustamentos para os adequar à actual conjuntura. Ao nível do Gabinete do Empreendedor deve ser feito o reforço da sua acção de promoção do empreendedorismo, nomeadamente, junto das escolas, escolas profissionais, base de dados de estudantes açorianos do universitário e politécnico, associações juvenis e câmaras de comércio. Deve ser criado também a figura do Gestor de Processo, cuja função é ser um desburocratizador e facilitador de todos os processos que estão inerentes à criação de uma empresa, desde a ideia inicial até ao negócio.
No programa Empreende Jovem, na minha opinião, devem continuar a ser feitos todos os esforços para desburocratizar e agilizar os processos de candidatura, sendo que devemos, por um lado, abrir os critérios de candidatura a jovens com outro tipo de qualificações que não sejam exclusivamente a formação profissional ou formação superior. Por outro lado, penso que devemos reflectir, se não devemos alargar o âmbito dos projectos apoiados, para mais áreas que se coadunem com a maioria da formação dos nossos jovens.
Numa altura de uma tão forte crise internacional não basta falar de desemprego para que ele desapareça. É preciso falar a verdade e ser sério nas propostas que fazemos. Não se pode pedir baixas de impostos e pedir que o Governo adjudique mais obras, seria intelectualmente desonesto. É preciso sim, imaginação e coragem. Foi isso que o PS e a JS teve e fez. Fica aqui o meu contributo.
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