A teia familiar cria laços que a razão conhece mas não explica. Não fui a S. Miguel, onde tenho toda a minha família directa, durante quase dois meses. Mesmo sem ter mulher nem filhos, tenho na minha família, em S. Miguel, cerca de duas dezenas das pessoas mais importantes da minha vida.
O membro mais pequeno deste clã é o Tiago que tem três anos. Quando cheguei, por volta das cinco da tarde, decidi ir ter com a sobrinhada que estava a sair do Colégio São Francisco Xavier. Lá fui, de recreio em recreio, de sala em sala, ajudar a recolher o rebanho. O último foi o Tiago, que estava na sala dos pequeninos. Cheguei, espreitei e fiquei a ver a bênção que é ser e ter uma criança.
Quando me viu, o Tiago, cerrou os punhos, encolheu os braços, pôs-se em pontinhas dos pés, deu para aí uns dois pulinhos e de sorriso na boca correu para me dar um pequeno grande abraço. Apertou-me o pescoço como quem aperta um homem inteiro. Depois, ainda abraçado por mim, pousou a sua pequena mão na minha grande cara e, banhado em felicidade, exclamou – Tio ToZé! Tu estavas ali e agora estás aqui?!?! – Do fundo do coração respondi, sem nada lhe dizer, – O tio ToZé está sempre aqui! -
3 comentários:
Há que tirar o melhor partido desses momentos que cabando por ser breves, serão perenes.
O registo é expressivo e o estar e acima de tudo sentir-se babado, enche a "alma" e ajuda a encarar melhor as dificuldades.
Um bem-haja por deixar outros partilharem essas emoções.
:)
Caro Tozé, fazias falta!
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