terça-feira, julho 18, 2006

125 Azul


Foi sem mais nem menos
Que um dia selei a cento e vinte e cinco azul
Foi sem mais nem menos
Que me deu para arrancar sem destino nenhum

Foi sem graça
Nem pensando na desgraça que entrei pelo calor
Sem pendura
Que a vida já me foi dura para insistir na companhia

O tempo não me diz nada
Nem o homem da portagem na entrada da auto-estrada
A ponte ficou deserta
Não sei mesmo se Lisboa não partiu para parte incerta

Viva o espaço
Que me fica pela frente e me deixa recuar
Sem paredes
Sem portas nem janelas nem muros para derrubar

Talvez um dia me encontre
Assim, talvez um dia me encontre

Curiosamente
Dou por mim pensando onde isto me ia levar
De uma forma ou d'outra
Há-de haver uma hora p'ra vontade de parar

Só que à frente
O bailado do calor vai-me arrastando p'ro vazio
E com o ar na cara
Vou sentido desafios que nunca ningém sentiu


Trovante

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