sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Croniqueta IV ou "ora zumba na caneca"



E agora tudo tem que ser complicado. Tudo tem que ter um nome; da dor de cabeça passamos rapidamente, a esta enxaqueca, que nos dói nos olhos e molesta as assimetrias humanas. Que horror.
Andamos investidos de umas vestes de “complicâncias”, que administradas em propósito de etiquetas e colagens parecem ter qualquer coisa de semelhante, mas não têm.
Já tudo o que se aplica, complica; o dia que se festeja, a volta que se foi dar... Até a gramática, coitada, sofre nas mãos dos picaretas, ditos fonólogos ou estudiosos da fonética, diz-se dos sons, armados em grandes letrados, académicos encapuçados, comentadores, ases de roda e puma.
A vida, catrapumba, "zumba" como a caneca da música ("ora zumba na caneca, ora na caneca zumba, o diabo da caneca toda a noite catrapumba, pumba, pumba"...
A vida ( Life, mais erudito) tirada a pé coxinho da arca das maravilhas, quando por razões de espuma, nos damos todos (incluo as todas) aos cabos dos trabalhos para complicar mais um Fado e estragar a Fortuna da impaciência que se acende num bater de pé em fila de espera, num grito abafado de nervoso miudinho ou, tão somente, numa palmada que, complicada, mais parece um soco e dá queixa e polícia e mulheres a fazer o papel dos gritos e homens, o de sérios, e crianças em desfile nas ruas com sapatos descalços nos pés. Traduziu-se o acaso num “arrefio” cinematográfico, como no cinema, no fazer do filme, take 2, a cena da porta aberta e das pessoas dentro da casa com corações desfeitos e armas debaixo da cama para, pura e simplesmente, matar.
As coisas afinal são simples e há duas ou três gaivotas (há tempos que não falava delas), que pulam ou pincham, de acordo com a geografia, querendo dizer que saltam, com os bicos cheios de minhocas para alimentar os filhos que esfomeados sussurram de fraqueza, ou seja, estão quase mortos.
O mar chia, digo grita, digo espia, digo corre, digo está bravo, ou seja está mau e dentro dele há uns seres de escamas, a que, às vezes, quando não estou tão preocupada em embrulhar palavras para dar mais caracteres, se chamam peixes.
No céu há umas coisas a que se chamam nuvens que para as Pessoas da esfera terrestre fazem chover mas, que para mim, choram de vergonha da merda de texto que acabei de escrever, ou seja, desta porcaria…

1 comentário:

Anónimo disse...

Where did you find it? Interesting read »