terça-feira, novembro 15, 2005

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"(...)Nós os Açoreanos de cada ilha temos perdido muito tempo, e muito bôas ocasiões de trabalhar com juízo, pela pueril vaidade, pelo chauvinismo fútil, de não querermos reconhecer aquilo que, supomos, seria a superioridade de qualquer outra ilha sobre a nossa. E por assim ser andamos, por vezes aos solavancos à geografia e ao bom senso.
Manda a verdade todavia que se diga que o interesse de todos nós, e que o bom senso e a geografia aconselham - seria abdicarmos, por cálculo ou generosidade, dos nossos pergaminhos e fantasias, para reconhecermos de bom grado, como bons amigos, como bons irmãos, como inteligentes conterrâneos, que a terra açoreana vae de Santa Maria ao Corvo, porque não é o Atlântico que nos divide, é o mar dos Açores que nos une.E, sendo assim, como é, tão nossa Ponta Delgada, como a Horta, como Angra, ou como Santa Cruz das Flores. (...)
Enfim vamos ao Banco dos Açores, em primeiro logar - o resto virá como corolário. Quem dá o primeiro passo?
Para o seguir já somos muitos e de muito bôa vontade."


Lisbôa, 28 de Agosto, 1920

H. Linhares de Lima, " O Banco dos Açôres", in Na Senda da Identidade Açoriana (Antologia de Textos do Correio dos Açores), org. de Carlos Cordeiro, Ponta Delgada, 1995.

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