sábado, julho 16, 2005

Prémio ZECA AFONSO 2005

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a lua nasceu
Maria sorriu
a noite acendeu seus sinais
o barco chegou
Maria cantou
serestas, cantigas d´amor
a banda tocou
o vinho acendeu
seus risos, seus ritos tão sensuais
Maria bailou
e fez-se Mulher
na noite de espanto e fulgor
o dia nasceu
Maria sentiu
presságios no seu madrugar
o sonho morreu
Maria calou
um medo, um frio, uma dor
a festa acabou
o barco partiu
nas ondas, nas rondas do alto mar
Maria chorou
mil vezes morreu
nesta canção em tom menor.


Maria ( canção em tom menor), in Torna Viagem, CD gravado entre Março e Novembro de 2003.

Confirmei há pouco o que já sabia (mas cheguei a duvidar se sabia, se tinha ouvido bem...) o Zeca Medeiros ganhou o prémio Zeca Afonso 2005. Ouvi há bocadinho António Sousa afirmá-lo no programa que faz ao Sábado, onde esteve presente o Zeca, precisamente, por causa, da atribuição deste prémio. Não há, por isso, mais razão para dúvidas. Zeca Medeiros ganhou. Fico contente. Como me parece óbvio, para quem acompanha este blog: nunca escondi a admiração que tenho por este poeta das Cinefílias e outras Incertezas. No ouvido, uma música familiar: "Zeca Medeiros you´re one of my heroes", cantada em tempos pelos meus irmãos, numa música, que ambos inventaram. E não é que é verdade.
Tristes Navios que passam na hora da nossa vida, na hora da nossa morte disse o Zeca 5ª feira à noite no Teatro, "dizendo" Emanuel Félix. O Zeca que me habituei a conhecer no meio da Gente [ feliz com Lágrimas]; no Feiticeiro do Vento ou na Balada do Atlântico. O mesmo Zeca que falando da gente chegou ao Brasil e a Moçambique. O Zeca dos Xailes Negros, o Zeca do Mau Tempo no Canal.
O Zeca, cantador.
O Zeca Medeiros. À terceira foi de vez. Ganhou o prémio Zeca Afonso. É verdade. Apesar de não haver nenhuma notícia sobre isso: ganhou. E também nós devemos ficar contentes com ( ou por ) isso. Goste-se ou não.