"(...)As expressões culturais açorianas não são uma riqueza confinada às respectivas comunidades no Arquipélago e no Mundo. Constituem, antes, um valor universal que consagra e legitima a tradição como ponto fulcral da preservação de memórias e raízes, ou seja, de identidade."“Caligrafias Açorianas”, Suplemento do JL,nº 795,21 de Março de 2001 Ano XXI.
Encontrei a frase que procurava para melhor exprimir a minha estupefacção diante da enorme coroa de Espírito Santo, que a Câmara de Ponta Delgada plantou nas Portas da Cidade.
Uma coroa que, à semelhança do ano passado, se prevê seja iluminada.
Será que gira e toca música? Não sei, mas desconfio. Provavelmente, dada a adulteração de uma crença que respeito, de uma Devoção herdada há séculos, tocará o hino em versão mais mexida, pop, quiçá, mais alto, para parecer grande, para parecer enorme…para parecer que é muito. Ou Tudo. Haja (santa) paciência.
Pergunta legítima:
Será que o Pontinhas vai lá estar? Essa figura cultural. Essa imagem identitária da cidade de Ponta Delgada ( herói ou heroína das novas gerações?) distribuindo pastilhas elásticas e gomas coloridas aos mais pequenos.
Nota: Fotografia retirada do Portal Açores
7 comentários:
Boa MARIANA. Apoiada a 100%. Fartei-me de rir a imaginar a coroa a girar e tocar o hino em versão pop, mas na realidade falta pouco para isso e é grave...
A questão sobre a coroa do Espírito Santo em Ponta Delgada revela uma suspeita - ainda que não assumida - da Mariana quanto à realização das Festas do Espírito Santo, pela CM de PDelgada.
A coroa é apenas o pretexto para a Mariana dizer - sem o dizer - que não gosta do facto da CM organizar a festa...
É que, Mariana, quanto às "adulterações", a verdade é que o culto do Espírito Santo tem vindo a ser modificado ao longo dos tempos (continua)
A influência das comunidades açorianas nos EUA e no Canadá introduziu assinaláveis alterações na tradição: as rainhas, de capas vermelhas debruadas a penugem branca, tão típicas na Ilha do Pico, as roupas de cetim que as senhoras usam, as decorações dos quartos do Espírito Santo com recurso a cetins, plásticos, esferovite...
A tradição a que a Mariana apela, já não é o que era: o kitch (nalguns aspectos) juntou-se à devoção. Ou não será assim?
Pedro Gomes
anjodomundo.blogspot.com
Não Pedro. A questão da côroa não tem nada a ver com a minha concordância ou não com a realização das Festas do Espírito Santo em Ponta Delgada. Sabe, eu até concordo que se realizem, no que me é dado concordar, mais não seja por ser cidadã deste concelho. Aprecio muito mais as Festas do Sr. Espírito Santo e muito menos os Danças Balanças de outros Carnavais. Talvez, não me tenha explicado muito bem, o que levou o Pedro logo a extrapolar. Gosto das Festas. Aprecio a iniciativa da Câmara. Por uma vez que seja traz das nossas freguesias do concelho a sua cultura, o que me leva a, pelo menos uma vez, ver que sim e entender alguma coisa da política cultural da CMPDL.
Agora, caro Pedro, a celebração das Festas, o culto secular de que estão investidas, apesar das alterações e das rainhas de capas vermelhas que o Pedro, muito bem cita, algumas trazidas pelos nossos emigrantes,e verdade, presentes, em algumas celebrações na ilha do Pico,nada têm a ver com a questão da coroa. Não acredito que ao Pedro não impressione a dimensão daquela côroa...E muito menos acredito que, como eu, o Pedro não considere que aquilo que está "plantado" lá em baixo nas Portas da Cidade é brega...foleiro e de muito mau gosto!
Querem a minha opinião?...É melhor não!
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...para outras coroas mais tradicionais recomendo uma visita ao Salão Nobre dos Paços do Concelho.
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