segunda-feira, novembro 07, 2005

Não Nuno!

Resposta a um convite de debate feito pelo Nuno do foguetabraze em relação a um comentário meu, referente à discussão que resultou dos seus post sobre Mujahedines Franceses

Para começar, Nuno, a minha "última frase inacabada e desistente de lutar" era para ser lida, com sarcasmo, pelos olhos do neoliberalismo.
Para continuar, aceito que seja discutível que um comportamento social de um grupo de homens e mulheres seja influenciado pela religião, e ou cultura, que infecta esse mesmo grupo, considero, no entanto, imoral que hoje alguém continue a achar que um comportamento criminoso, ou mesmo considerado inaceitável, de um indivíduo seja consequência do código genético, ou da raça, do grupo social de que descende esse mesmo indivíduo. Além de imoral, não conheço nenhuma evidência científica de tal barbaridade, aguardo saber da tua.
Também já não estranho que entre os crentes do globalismo abstracto do lucro se ignore o facto de que quando se escreve que "a culpa, nestes casos é dos próprios excluídos que mesmo excluídos vivem melhor nos guetos da Europa Social e da América Liberal do que nos seus países de origem", haja da parte desses globalistas uma incapacidade de perceber que em grande parte dos casos o país de origem dos indivíduos, independentemente da sua raça, que vivem nos guetos da Europa social e da América liberal, do Rio à cidade do México, de South Side ao Bronx, de Lille ao Peixe Assado, é essa mesma Europa social e essa América liberal e esses mesmos guetos por esse mundo fora.
Para terminar gostaria que reparasses que o exemplo que te deste ao trabalho de nos apresentar, sendo preciso, e se bem que visto por um prisma diferente, evidencia exactamente o que eu queria estabelecer quando escrevi no comentário que "devíamos falar em procurar os actos responsáveis por essa exclusão para que não se repitam os mesmos erros de sempre". Apresentaste as diferenças que tu acreditas foram o comportamento cultural dos emigrantes portugueses e chineses e o comportamento institucional por parte do estado francês e que resultou em diferenças na adaptação de grupos diferentes à realidade francesa. Mas, concluir que a culpa, neste exemplo que discutimos, é dos excluídos, e prontos, é que é exemplo das “atitudes que nos levam a esses becos sem saída”.

1 comentário:

oldmirror disse...

Eu dá-me impressão que anda meio mundo enganado. Mas quem é que ainda é assim tão inocente para achar que estes disturbios têm a ver com raças ou fluxos de emigração? Wake up!!!!!