domingo, fevereiro 07, 2010

Agir Bem



A características da grande recessão internacional que nos afecta, são altamente mortíferas para empresas que já estavam com um processo de afirmação no mercado muito fragilizados. O facto de esta crise ter sido precedida, por um período de 2 anos de taxas de juro muito altas, que penalizaram quem tinha créditos bancários, acompanhados por uma subida vertiginosa das matérias-primas e dos combustíveis a níveis nunca antes verificados, fez com que algumas empresas apanhassem a crise já numa situação débil.

Com a crise económica, veio a travagem brusca do consumo das famílias e a restrição do crédito a níveis praticamente injustificáveis e irresponsáveis da parte dos bancos, que obrigou a que os Estados interviessem rapidamente no sentido de estabilizar e pacificar todos os mercados de modo a evitar uma catástrofe económica e social. Foi assim em praticamente todos os países do mundo, foi assim em Portugal e foi também assim nos Açores.


Numa altura de crise o papel mais difícil, da parte de um Governo é o de decidir que critérios utilizar para intervir nos mercados. Ou seja, por exemplo, se deve ou não nacionalizar-se uma empresa apesar da sua má gestão, porque esta tem valor estratégico para a economia, porque tem muitos trabalhadores ou até, porque não fazê-lo, pode trazer prejuízos muito maiores para a estabilidade dos mercados. Corremos sempre o risco de perturbar a livre concorrência, favorecendo as empresas incumpridoras de impostos e salários face a outras exemplares nesta e noutras matérias. Para não corrermos o risco de “socializarmos o prejuízo dos irresponsáveis”, como muitos dizem, toda e qualquer intervenção no mercado da parte de um Governo deve ser criteriosamente pensada e analisada.

Foi assim que aconteceu com a empresa SINAGA, SA. O Governo dos Açores esteve durante semanas debaixo de uma pressão intensa para intervir na empresa nos moldes definidos pela administração. Fez bem em só tê-lo feito agora. Em 1º lugar não optou por uma intervenção na empresa à pressão, podendo com isto cometer erros. Realizou um estudo pormenorizado do valor da empresa e verificou a sua viabilidade futura, enquadrou-a na sua estratégia de diversificação agrícola e industrial e só interveio pelo valor justo, 800 mil euros, para os contribuintes que pagam os seus impostos. Esta intervenção tem o mérito, de para além de ter salvado 120 postos de trabalho directos e de muitos produtores de matéria-prima, poder significar uma aposta na triplicação da produção de beterraba e da produção de bens transaccionáveis como o açúcar, o álcool e o biodiesel, evitando importações ou até aumentado as nossas exportações.


Este é um bom exemplo de como os interesses de todos: contribuintes e trabalhadores, além da economia açoriana, ganharam mais devido à ponderação e análise criteriosa de quem governa os destinos dos Açores.

Para ler o comunicado sobre esta matéria, do PS/Açores clique aqui

Para ler o comunicado sobre esta matéria, do Governo clique aqui

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