Nos próximos noves meses Vasco Cordeiro e Berta Cabral terão que explicar aos açorianos a validade dos projetos políticos que representam.
Terão de faze-lo num cenário de austeridade praticamente sem paralelo na história da nossa autonomia, onde a situação das famílias e as empresas, bem como a preservação da nossa autonomia estarão, necessariamente, no centro das atenções dos programas eleitorais.
Na passada semana Vasco Cordeiro visitou as ilhas do Corvo e do Pico, onde orgulhosamente traçou o rumo e a base do seu projeto político. Um novo projeto político realista e honesto, que não esconde nem as dificuldades nem os êxitos do governo que faz parte, como também responsavelmente, não promete o que não sabe se poderá cumprir e não esconde o que pretende fazer - quer se tratem de restrições e medidas de poupança, quer de obras, projetos ou outros benefícios.
Gostei desta clareza e transparência, com que se apresenta aos açorianos e das ideias com que se propõe resolver os novos desafios com que nos deparamos.
Gostei, de quando confrontado com a reivindicação da população de ampliação do lar de idosos do Corvo, não ter cedido à tentação de prometer imediatamente uma obra, sem analisar a estrutura demográfica da ilha e sem perceber as solicitações futuras a que esta estrutura estará sujeita.
Gostei de verificar, que quando confrontado, pela população do Pico, da necessidade de um núcleo de recreio náutico numa determinada localidade, ter respondido que há prioridades de que devem ser estabelecidas, nomeadamente o embarque em condições de doentes da Madalena para a cidade da Horta.
Gostei do facto de Vasco Cordeiro ter-se recusado a entrar na pequena política e na crítica à sua adversária, privilegiando, sim, o discurso positivo, de esperança no futuro, de propositura de novas ideias, de procura de novas gerações de pessoas que acrescentem valia ao seu projeto, sem esquecer o saber e a experiencia dos que serviram os Açores nos últimos anos.
Enquanto tudo isto acontecia, a líder do PSD/Açores estava mais preocupada em amenizar as criticas feitas pelo seu líder parlamentar a Alberto João Jardim, fazendo perceber, rapidamente, que o velho PPD do século passado está “vivo” e que continua a preferir proteger um companheiro de partido em detrimento da defesa da sua terra. Caso para dizer que Duarte Freitas esteve muito bem na resposta a Jardim, substituindo mais uma vez Berta Cabral no debate político.
Em Outubro do corrente ano, o vencedor das eleições regionais, não será o recordista das críticas ao seu adversário, nem aquele que mais vezes apregoou o pessimismo da crise. O vencedor será o projeto político que verdadeiramente conseguir coligar-se aos açorianos, no sentido de lhes dar esperança, que os seus problemas e anseios, apesar das dificuldades em que vivemos, têm uma resolução real e concreta.
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