O que não se sabe é o que pensa o PSD/Açores sobre esta matéria, se concorda com a proposta de Pedro Passos Coelho ou se prefere que os açorianos tenham a garantia de um Serviço Regional de Saúde gratuito, como é obrigação do Estado.
O que se sabe é que o PSD queria desproteger os direitos laborais dos trabalhadores, abrindo a possibilidade de despedimentos sem justa causa, numa deriva neo-liberal sem precedentes num país que nunca como agora precisou tanto de um Estado Social.
O que não se sabe é o que defende o PSD/Açores sobre esta matéria, mais preocupado em não ter de escolher, como sempre, um lado desta questão: o PSD de Passos Coelho ou os direitos constitucionais dos trabalhadores.
O que se sabe é que o PSD acha que a Autonomia dos Açores e da Madeira ainda não tem a maturidade necessária para estar livre do crivo de Lisboa e, por isso, quer um Representante da República conjunto sedeado na capital.
O que não se sabe foi o que fizeram os representantes do PSD/Açores nos órgãos nacionais do partido para que esta proposta não visse a luz do dia e morresse, à partida, na gaveta dos centralistas do partido.
O que se sabe é que o PSD acha que o país não precisa de mais nada, neste momento, do que estar a discutir uma proposta de revisão da Constituição, a qual já foi mesmo alterada em vários pontos, demonstrando, assim, a fragilidade de como este processo foi conduzido por Passos Coelho.
O que não se sabe foi o que o representante do PSD/Açores fez no grupo de trabalho do PSD que elaborou a proposta, já que a Autonomia não vê, nesta solução social-democrata, resolvidas as questões essenciais para a sua evolução.
Isto é tudo o que sabe e o que não se sabe neste processo. Há, porém, uma certeza que o PSD/Açores não pode esconder. A sua falta de capacidade de influência do partido a nível nacional.
Neste aspecto, nada mudou desde as lideranças Luís Filipe Menezes e de Manuela Ferreira Leite. Entrou, agora, Pedro Passos Coelho e o PSD/Açores continua a ser uma estrutura menor no seio do partido nacional, sem ser ouvida e tida em conta nas grandes questões que dizem, directamente, respeito aos Açores.
Assim sendo, a conclusão é óbvia: o problema não é do líder nacional, mas sim da presidente regional do PSD, que continua a ter um crédito menor no seio do partido. Ao contrário do que se possa pensar, este não é um problema exclusivamente da Dr.ª. Berta Cabral. É, também, um problema dos açorianos, como ficou provado na deriva neo-liberal, extemporânea e perigosa da proposta de revisão da Constituição.
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