Imaginemos que…
Imaginemos um país que, numa altura de conjuntura económica desfavorável, devido a uma crise global, conseguisse obter um crescimento real do seu PIB de 2,3 por cento, quando o resto dos países do seu espaço de referência apresentava crescimentos negativos ou estagnados.
Imaginemos, ainda, que este país apresentava um crescimento da sua economia em contra-ciclo com os restantes, criando mais emprego e conseguindo, no espaço de uma década, aumentar em 10 pontos percentuais a sua convergência para os mais próximos e em sete para os mais desenvolvidos.
Este país seria, imediatamente, apelidado de paradigma de sucesso económico, apenas comparado com as economias emergentes do mundo, que crescem a níveis muito superiores aos restantes países desenvolvidos, numa das alturas mais conturbadas das últimas décadas.
Mas imaginemos que, porventura, perante este cenário de crescimento, existia um editorialista ou um dirigente partidário que se atreveria a dizer que “estão totalmente a descoberto todas as consequências de uma estratégia que se tem mostrado adversa para o desenvolvimento dos Açores”. No mínimo, qualquer pessoa diria que este dirigente partidário estaria fora da realidade.
Abstraindo-nos desse país imaginário, chamo a atenção do leitor para a realidade nos Açores que é, afinal, essa, como o demonstram os números do Instituto Nacional de Estatística, relativos às Contas Regionais preliminares de 2008, publicados a 16 de Dezembro.
Segundo o INE, em termos reais, verificou-se em 2008 um aumento do PIB nos Açores, superior à média nacional, de 2,3 por cento. Mais: os mesmos dados indicam, ainda, que apenas mais duas regiões de Portugal tiveram uma variação real positiva – Madeira com 0,6 por cento e Centro com 0,5 por cento -, longe, portanto, do crescimento económico açoriano. Quanto à economia nacional ficou-se pelos 0,0%.
É verdade que os Açores estão a sofrer as consequências de uma crise sem paralelo nas últimas décadas, com o acréscimo do desemprego a ser a face mais visível desta realidade, mas estes números do INE confirmam que estamos a sofrer muito menos do que outras regiões do país. E isso é fundamental.
Nós crescemos 2,3 por cento. É um sucesso que resulta, simultaneamente, da adequação das políticas do governo e do espírito empreendedor dos açorianos, que resistem às adversidades e que crescem mesmo com elas. Parabéns aos Açores.
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