As últimas semanas têm sido repletas de declarações dos principais candidatos à presidência do Governo dos Açores sobre a identificação dos problemas que atravessamos e sobre as soluções que preconizam para o futuro da nossa terra.
Infelizmente a forma, quase frenética e impaciente, com que a líder do PSD encarou a sua campanha eleitoral está evitar uma discussão séria e conclusiva sobre os reais problemas dos Açores.
Evitando ouvir o seu líder parlamentar, Duarte Freitas, que paulatinamente faz a sua campanha paralela com algum sucesso, a líder social-democrata aplica à sua campanha regional um modelo genérico de propostas e de estratégias semelhante ao de Pedro Passos Coelho durante as legislativas nacionais.
Quem não se lembra de Pedro Passos Coelho dizer a uma jovem que era um disparate que um Governo seu poderia cortar os subsídios de férias e de Natal ou até acabar com o programa Novas Oportunidades. Lembro-me bem da solução do PSD nacional para o país: cortar nas gorduras do Estado e diminuir o peso do mesmo na economia! Com os resultados que conhecemos hoje, qualquer cidadão pode afirmar que, de facto, o que diminuiu foram os rendimentos das famílias e das empresas.
Nas últimas semanas, Berta Cabral multiplicou-se em declarações genéricas do tipo: "O emprego é o objetivo central do nosso novo modelo de desenvolvimento para os Açores", como se fosse possível ter outra prioridade nesta conjuntura, ou em sucessivas promessas de construção de escolas, para satisfação dos seus apoiantes, sem saber se estes investimentos eram necessários ou se sobrepunham a outros já em execução.
Esta estratégia prosseguida pelo PSD de prometer sem se comprometer, que teve o seu ponto mais alto quando a líder do PSD/Presidente de Câmara, prometeu dar tolerância de ponto no Carnaval se o Governo dos Açores fizesse o mesmo, ficou comprometida quando Vasco Cordeiro anunciou uma proposta concreta de, nos primeiros cem dias do Governo do Partido Socialista, apresentar um programa de incentivos à contratação de jovens. Esta proposta concreta e sustentada vai-se traduzir na atribuição de um incentivo financeiro às empresas que contratem jovens, nomeadamente os que saem do Estagiar L e T, e que vai diminuindo durante um determinado período de tempo, conforme as empresas forem rentabilizando o trabalho dos jovens contratados e que, por essa via, vão assumindo uma maior responsabilidade no pagamento dos seus salários.
Tendo de sair da sua zona de conforto, a líder do PSD arriscou e anunciou uma medida específica de criação de um fundo de apoio às empresas que estão em dificuldades. Mas ao dar entrada da proposta no Parlamento Regional, verificamos que esta proposta, na prática, traduz-se numa não proposta, pois não consubstancia a sua implementação e pede ao Governo dos Açores que a pense, que a negoceie com o Governo da República, que a concretize em proposta e que a implemente junto das empresas.
O que temos assistido nos últimos tempos são dois candidatos de gerações diferentes, que anunciam renovação de ideias, de procedimentos e de estratégias. Mas, na prática, assistimos a uma líder do PSD, insegura, acompanhada por ex-governantes de 1996 que, ou não arrisca novas ideias e soluções para os Açores e resume-se à generalidade da identificação de problemas, ou então, quando arrisca uma proposta, pede aos seus adversários que a concretizem.
Vasco Cordeiro, quando anuncia, sabe como e quando pretende concretizar as medidas.
Esta é a questão de fundo nestes meses que nos separam das eleições de Outubro. Esta é a postura que faz toda a diferença. De quem pode dar garantias de saber Renovar os Açores com confiança.
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