quarta-feira, julho 07, 2010

Roqueiras

Pão e circo. Durante o último fim-de-semana quem passou pelas “Portas da Cidade” de certeza que não ficou indiferente à confusão que por lá estava instalada. Ele era futebol, barracas, bolas e redes mais o começo da reconstrução daquela magnífica coroa luzidia que todos os anos simboliza as “Grandes Festas Grandes” do Divino Espírito Santo da autarquia de Ponta Delgada.
Quem certamente não “dormiu” descansada foi a pobre da estátua de Gonçalo Velho, que depois dos laços vermelhos de um Natal passado, da Vanessa da Mata e de outros bailes e balanços há-de ter pensado que era chegada a hora do seu descanso. Mas, não. Até já montaram, em plena via, por trás das portas da cidade, um palanque cheio de bandeirinhas…
Império dos Nobres. A história do culto ao Espírito Santo no Arquipélago dos Açores, na qual estão incluídos, naturalmente, e por exemplo, os impérios da Rua do Passal, da Arquinha, da Rua João do Rego de Cima ou da Rua da Alegria, tem origem em profundas tradições culturais e religiosas.
A constatação por parte dos vereadores do PS de Ponta Delgada de que as “Grandes Festas Grandes” municipais estavam tuteladas politicamente pela autarquia, e a sugestão de que mereciam (as Festas) rever o modelo da sua gestão levou a edil deste concelho a comparar as “suas” Festas com a deliberação de 1672, que acontece, na Horta, como cumprimento de uma promessa “enquanto o mundo durar”, motivada pela ocorrência de um vulcão, naquele tempo, nas freguesias da Praia do Norte e Capelo …
Ora, a comparação com o incomparável revela algum desconforto pela apresentação de mais uma boa ideia pela oposição na autarquia.
Não vemos, porque razão não há-de a edilidade ponderar, pelo menos, discutir ou debater o modelo de organização das “Grandes Festas Grandes”? Permitindo, com isso, despolitizar a iniciativa e afirmar a tradição do culto, que deve ser (acreditamos) o que mais importa à Câmara Municipal de Ponta Delgada.
É claro que assim talvez não houvesse fogo-de-artifício e as “estrelas no céu” não se fizessem ver, mas tal como na canção, mandam as “regras da Sensatez” que se coloque a questão, pelo menos, a debate…
Leitura para as Férias. A “Alegoria do Património” de Françoise Choay. O livro propõe uma reflexão sobre o futuro das cidades, um olhar sobre as relações entre o património móvel e imóvel, para além, é claro, de discutir a transformação do entendimento do património, nos nossos dias, muitas vezes visto, como produto de consumo e espectáculo.
Vale a pena lê-lo para perceber (ou comparar) como é fácil que alguns, mesmo sem querer, banalizem a dimensão fundamental do que temos como nosso – memória de passado, de presente e de futuro – e vandalizem – a história do nosso tempo.
Só o futuro dirá como acabou essa história. Por ora, não há códigos milagrosos, nem me parece que a Rainha Santa Isabel vá reaparecer aos querubins por mais “contemporâneos” que eles possam querer ser ou parecer…

1 comentário:

Pedro disse...

Boa tarde.

Venho apelar à sua colaboração numa pesquisa de Doutoramento sobre a MANEIRA DE SER DOS PORTUGUESES. Esta investigação tem por objectivo analisar os pensamentos, os comportamentos e os sentimentos que caracterizam os portugueses.

Para colaborar, basta responder ao INQUÉRITO NACIONAL, acedendo ao site:

http://inqueritonacional.blogs.sapo.pt/

Este inquérito demora aproximadamente 10 minutos. É rápido e simples de responder.
As respostas são CONFIDENCIAIS e ANÓNIMAS, e destinam-se apenas ao tratamento estatístico. Apenas o investigador responsável terá acesso aos dados. Leia todas as instruções contidas no site e no inquérito, e responda com sinceridade.

Peço também que DIVULGUE este pedido de colaboração o mais possível, junto dos seus contactos, reencaminhando-o quer por e-mail, quer através de sites de redes sociais (como o facebook e afins).

QUEM PODE RESPONDER?:
- quem tem entre 16 e 75 anos.
- quem tem nacionalidade portuguesa


A sua resposta é MUITO IMPORTANTE para este estudo nacional! SERÁ UMA ENORME AJUDA!
Desde já, o meu agradecimento!

Para qualquer dúvida ou esclarecimento adicional, não hesite em contactar-me através do e-mail: alfa.de.cronbach@gmail.com

Atenciosamente,
Pedro Almiro
(investigador responsável pelo estudo; doutorando da FPCE – Universidade de Coimbra)