O Natal foi emotivo. Como são quase todos os natais desde que a época passou a ter um significado diferente, se calhar maior ou, se calhar menor, pouco interessa para o caso.
Agora, os dias correm em “sprint final” para a despedida de um ano velho e a entrada de um ano novo, que começará em Janeiro e terminará em Dezembro.
Esta coisa mecânica que é mudar de ano; estarmos em 2009 e de repente estarmos em 2010; ser ainda este ano e de repente passar para o ano que vem; passar de ano corrente para ano passado, num ápice, mesmo que involuntariamente, é esquisita.
De qualquer forma não deixa de ser, apenas, mais um Janeiro, entre tantos outros, ou mais um trinta e um de Dezembro, entre tantos trinta e uns, arranjados ou oferecidos…
Não gosto do trinta e um de Dezembro. Não tenho especial simpatia pelas passas, pelos foguetes e pelos festejos, obrigados a um cronómetro, que até parece, em muitos casos, ritmar sorrisos; passos e outros traços.
Janeiro é um mês como outro qualquer. O princípio de um ano é certo, mas apenas isso e mais nada. Momento de tirar as fitas, as bolas e as luzes das casas e das ruas e começar a preparar os elásticos para os narizes, os bigodes e os óculos postiços…
Seja como for este é o último texto que escrevo em dois mil e nove. Haverá quem nasça de novo, quem cumpra as tradições todas, coma as passas, salte para cima da cadeira, faça futurologia, leia o horóscopo, viva de acordo com essa espécie de mandamento.
Porventura serão mais humanamente saudáveis. Por mim 2010, que não é ano bissexto, chegará depois de mais um trinta e um de Dezembro.
Por mais ou menos igual, redundante ou até mesmo repetitiva que seja a frase e a própria esperança o que desejo, em fim de linhas, desta crónica, depois de duas semanas de interregno, é que, se puderem, vão tentando seguir o pensamento de Einstein que António Lobo Antunes citou numa das suas crónicas para a Revista Visão (a 5 de Novembro): “ Devemos fazer tudo o mais simplesmente possível, mas não mais simplesmente do que isso.”
Concordo. Sejam por isso simples e possíveis, em todos os momentos que se forem vivendo em cada dia 30 ou 31 (28 ou 29) de cada mês e nos dias anteriores, sobretudo…
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