A Liberdade está ferida…mas não morreu 28 Abril 2009 [Opinião]
No dia da Liberdade, publicámos um editorial contendo uma reflexão sobre o 25 de Abril, trinta e cinco anos depois. O que escrevemos e agora reafirmamos não visou pessoas em concreto. Assentou em factos e a partir deles, livremente exprimimos o a nossa opinião e o que milhares e milhares de pessoas pensam e sentem, mas que não dizem porque não têm espaço para o fazer, ou porque lhes falta a coragem para romper a mordaça que as circunstâncias lhes impõe. A Este propósito o Presidente do Governo no dia 25 de Abril disse: Ainda hoje vi um título de um órgão de imprensa regional dizendo que a Liberdade estava ferida de morte. A Liberdade está tão viva e tão pujante que é possível ter títulos destes sem o editorialista ir para a prisão. O que disse o Presidente do Governo é grave, não pelo ataque que faz, mas pelo pensamento que revela. O Presidente fala do título e não do conteúdo ou da reflexão em si. Se não fala do conteúdo é porque não leu, ou se leu concorda com ele. Se leu apenas o título e a partir daí disse o que disse, então manifesta uma ligeireza na análise não condizente com a responsabilidade da função. Pensar-se que o título do editorial do Correio dos Açores é matéria de ir parar à prisão é uma atitude própria do pensamento totalitário que o 25 de Abril de 1974 matou e que o 25 de Novembro de 75 enterrou. Prezamos acima de tudo a liberdade e por ela nos batemos. Arrisquei a minha vida e a vida da minha família, com duas bombas em casa que me destruíram bens e haveres, mas nunca verguei perante as ameaças e as intimidações. Nunca andei, em nome da revolução de braço dado com aqueles que queriam uma revolução totalitária. Nunca desfilei pelas ruas a pedir a prisão de concidadãos meus por pensarem ou por defenderem projectos políticos diferentes daquele que defendia e defendo. Sempre convivi e trabalhei com pessoas que politicamente pensavam de forma diferente da minha e nunca me dei mal porque por isso, pois só enriquecia o meu trabalho. Ninguém é detentor único da verdade e quem pensa que é dono dela há-de provar depois o travo amargo do seu engano. A liberdade só é liberdade quando se respeita a liberdade dos outros. Quando se pensa na prisão por livremente se pensar, a liberdade está ferida de morte. Bem alto dizemos o que disse o poeta Adriano Correia de Oliveira: Não há machado que corte a raiz ao pensamento
3 comentários:
Foi tão bonito viver isto tudo !!!
A Liberdade está ferida…mas não morreu
28 Abril 2009 [Opinião]
No dia da Liberdade, publicámos um editorial contendo uma reflexão sobre o 25 de Abril, trinta e cinco anos depois.
O que escrevemos e agora reafirmamos não visou pessoas em concreto. Assentou em factos e a partir deles, livremente exprimimos o a nossa opinião e o que milhares e milhares de pessoas pensam e sentem, mas que não dizem porque não têm espaço para o fazer, ou porque lhes falta a coragem para romper a mordaça que as circunstâncias lhes impõe.
A Este propósito o Presidente do Governo no dia 25 de Abril disse:
Ainda hoje vi um título de um órgão de imprensa regional dizendo que a Liberdade estava ferida de morte. A Liberdade está tão viva e tão pujante que é possível ter títulos destes sem o editorialista ir para a prisão.
O que disse o Presidente do Governo é grave, não pelo ataque que faz, mas pelo pensamento que revela.
O Presidente fala do título e não do conteúdo ou da reflexão em si. Se não fala do conteúdo é porque não leu, ou se leu concorda com ele. Se leu apenas o título e a partir daí disse o que disse, então manifesta uma ligeireza na análise não condizente com a responsabilidade da função.
Pensar-se que o título do editorial do Correio dos Açores é matéria de ir parar à prisão é uma atitude própria do pensamento totalitário que o 25 de Abril de 1974 matou e que o 25 de Novembro de 75 enterrou.
Prezamos acima de tudo a liberdade e por ela nos batemos. Arrisquei a minha vida e a vida da minha família, com duas bombas em casa que me destruíram bens e haveres, mas nunca verguei perante as ameaças e as intimidações.
Nunca andei, em nome da revolução de braço dado com aqueles que queriam uma revolução totalitária. Nunca desfilei pelas ruas a pedir a prisão de concidadãos meus por pensarem ou por defenderem projectos políticos diferentes daquele que defendia e defendo. Sempre convivi e trabalhei com pessoas que politicamente pensavam de forma diferente da minha e nunca me dei mal porque por isso, pois só enriquecia o meu trabalho. Ninguém é detentor único da verdade e quem pensa que é dono dela há-de provar depois o travo amargo do seu engano.
A liberdade só é liberdade quando se respeita a liberdade dos outros. Quando se pensa na prisão por livremente se pensar, a liberdade está ferida de morte.
Bem alto dizemos o que disse o poeta Adriano Correia de Oliveira: Não há machado que corte a raiz ao pensamento
Autor: Américo Natalino Viveiros
A resposta de Carlos César foi mais do que justa. Foi claríssima.
Saudações.
FG
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