VALE A PENA CONTINUAR
O PS realizou o seu Congresso no passado fim-de-semana. Centenas de militantes, num debate aberto acompanhado por tantos portugueses em todo o país, reflectiram sobre os resultados da governação e sobre o programa do partido às próximas eleições. E não há dúvida: a noção da crise económica internacional e dos seus efeitos entre nós não devem fazer esquecer a avaliação da acção governativa no seu essencial. Quando o PS chegou ao governo, em 2005, deparou-se com duas situações de calamidade cuja resolução constituía emergência: o défice das contas públicas, muito mais alto do que o esperado, que colocava Portugal em risco de sanções da Comissão Europeia, e a ruptura iminente da Segurança Social, que colocava em risco o pagamento futuro das reformas e pensões. Reforçado por uma maioria absoluta no parlamento, o governo, em apenas 2 anos, passou de um possível défice orçamental de 6,83%, para 2,6%; fez a reforma da Segurança Social, adequando-a às alterações demográficas e tornando-a sustentável e com futuro para os nossos filhos e netos.
Mas se há característica que o governo revelou foi a sua capacidade reformista em praticamente todas as áreas de governação. Realço três sectores:
-Teve capacidade reformista, quando deu início à reforma da administração pública, privilegiando o mérito no sistema de avaliação e a modernização tecnológica dos seus serviços e implementando uma verdadeira revolução de procedimentos simplificados na relação da administração com os cidadãos.
- Revelou determinação e coragem, quando modernizou o Sistema Nacional de Saúde em várias das suas vertentes: sobretudo, a rede de cuidados materno/infantil e de urgências, a nova rede de cuidados de saúde primários e reforma da rede de cuidados continuados.
- O Governo de Sócrates empreendeu uma aposta estratégica no sector da educação, do emprego e da formação tecnológica. Hoje, 99% das escolas do Básico têm aulas de inglês, todas as escolas têm aulas de substituição, os professores são colocados por 3 anos nas escolas conforme reivindicavam os sindicatos há muitos anos, os alunos têm direito a um passe escolar, o acesso à acção social escolar foi reforçada, há 15 vezes mais alunos no ensino profissional. Pela primeira vez nos últimos dez anos o número de alunos no ensino secundário subiu, o acesso à banda larga generalizou-se e foi dada uma “nova oportunidade” de qualificação aos jovens e adultos, já com 750 mil inscritos, para acederem a competências do Básico ou do Secundário.
Um país mais seguro nas contas do Estado, uma Segurança Social mais garantida, uma administração pública mais eficaz, um sistema de saúde mais acessível e uma escola mais inclusiva e formadora já são créditos do Governo PS mesmo e apesar da crise. Valeu, pois, a pena trocar o PSD pelo PS, não só por isso mas também por causa disso.
2 comentários:
Tudo isso "sem suspender a democracia".
Mas porque razão só publicam a crítica boa e censuram a outra crítica?
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