arrumou o cão de cera no armário; desatou as asas da borboleta de plástico da varanda da cozinha; desprendeu os braços de esferovite do macaco da estante da sala; tirou os gatos de esponja de cima do sofá; arrumou as cobras de borracha numa gaveta; pôs no lixo as moscas de cartolina e as abelhas de massa; embrulhou os ratos de velcro, as panteras de cetim e as tartarugas de corda. e, por fim, enfiou todos eles num saco preto de lixo mais os coelhos de papel, as formigas de cartão e meia dúzia de galinhas de madeira. Limpa a sala, montou o baloiço. Agarrou num papel e escreveu: Fechado para balanço. Prendeu o papel na porta. Sentou-se no baloiço e tentou cumprir o papel.
Estava tudo arrumado. Só não havia silêncio, porque se esqueceu de meter no saco de lixo preto o relógio de cuco que dava as horas a cantar e assustava os bichos, ele incluído. Desistiu.
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