"De rocha e solidões me reconstruo,
com amargura e paciência.
Riso:
em mim é fel de sombras.
Amor:
secos relâmpagos na tarde.
Sei o que passa.
O mais.
Ignoro.
Terra!
sobre o que errei rebenta em flores.
E tu, homem futuro,
não me lamentes;
esquece-me.
E vive."
(Fajã Grande, 5 de Setembro de 1922 — Lisboa, 2003). Poeta, crítico literário e investigador, com vasta colaboração dispersa em periódicos e revistas. Fez parte do conselho de redacção da revista Seara Nova (até 1974) e é autor de várias obras de poesia e de recensão literária, estreando-se com o livro A Ilha e o Mundo (1953). É autor de duas antologias de poetas açorianos, a primeira das quais com um prefácio em que autonomiza a literatura deste arquipélago em relação a todas as outras literaturas de expressão lusófona. Integrou a comissão de gestão Biblioteca Nacional de Lisboa, da qual se aposentou como director dos Serviços de Investigação e de Actividades Culturais.
3 comentários:
Esta foto é de São Jorge, e não da Fajã-Grande das Flores...
eu sei.
Poema espectacular.
Obrigado.
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