O novo livro de Maria Filomena Mónica foi anunciado muito antes de descansar nos escaparates, a 6 de Novembro. A ansiedade e a expectativa eram, e não poderia ser de outra maneira, muito elevadas. Cesário Verde tem mantido um lugar pouco adequado e digno da sua obra no Parnaso português, e esperava-se, naturalmente, um empurrão notório nessa estranha e tão complexa escadaria.
Pedro Mexia, na Ípsilon de 9 de Novembro, tornou-se o responsável pela primeira tentativa de desengano relativamente à tão anunciada biografia. Para aqueles que ainda não tinham adquirido um exemplar, o desengano serviu de estímulo, quanto menos não fosse para se constatar se, de facto, a publicação era meritória de erguer Cesário um pouco mais alto, numa posição com menos pó. O estímulo conduziu à compra e, consequentemente, à confirmação do desengano.
A autora propôs-se realizar uma biografia de Cesário e, como que procurando protecção junto de cavaleiros mais ou menos especialistas na matéria, cita logo de início um aval múltiplo à sua mais recente iniciativa. As críticas públicas, no entanto, não alteraram o seu desapontamento e o tom censório. António Guerreiro, na Actual do primeiro de Dezembro, teceu uma apreciação demolidora e brutal a esta biografia.
Apesar do trabalho meritório de recolha biográfica, Maria Filomena Mónica arrisca um percurso demorado pela poesia de Cesário Verde que, quanto a mim, dita o insucesso da sua iniciativa. As suas ideias sobre poesia são pobres, e a análise que a autora dizia não querer fazer é vazia de qualquer conteúdo literário pertinente.
"Eu quero criar uma polémica sobre quem é maior, se o Fernando Pessoa, se é o Cesário." Foram as palavras da autora em entrevista à SIC, aquando da apresentação do livro na Biblioteca Municipal de Oeiras a 5 de Dezembro. A intuição da autora é boa, porque urge uma releitura de Pessoa à luz da produção poética de Cesário. No entanto, o modo como conduz a sua argumentação trai a qualidade dessas mesmas intuições: " Pessoa percebeu a sua importância [Cesário] porque não era um português" (DN, 5.Dez). Errado!! Pessoa percebeu Cesário porque era, justamente, um português..
A biografia de M.F.M recomenda-se a quem nunca tenha tido a curiosidade ou o interesse de saber alguma coisa sobre quem foi o homem, onde viveu e com quem conviveu. Para aqueles que esperam alterações nas tabelas classificatórias do nosso velho e viciado parnaso, recomenda-se que esperem um pouco mais.
Pedro Mexia, na Ípsilon de 9 de Novembro, tornou-se o responsável pela primeira tentativa de desengano relativamente à tão anunciada biografia. Para aqueles que ainda não tinham adquirido um exemplar, o desengano serviu de estímulo, quanto menos não fosse para se constatar se, de facto, a publicação era meritória de erguer Cesário um pouco mais alto, numa posição com menos pó. O estímulo conduziu à compra e, consequentemente, à confirmação do desengano.
A autora propôs-se realizar uma biografia de Cesário e, como que procurando protecção junto de cavaleiros mais ou menos especialistas na matéria, cita logo de início um aval múltiplo à sua mais recente iniciativa. As críticas públicas, no entanto, não alteraram o seu desapontamento e o tom censório. António Guerreiro, na Actual do primeiro de Dezembro, teceu uma apreciação demolidora e brutal a esta biografia.
Apesar do trabalho meritório de recolha biográfica, Maria Filomena Mónica arrisca um percurso demorado pela poesia de Cesário Verde que, quanto a mim, dita o insucesso da sua iniciativa. As suas ideias sobre poesia são pobres, e a análise que a autora dizia não querer fazer é vazia de qualquer conteúdo literário pertinente.
"Eu quero criar uma polémica sobre quem é maior, se o Fernando Pessoa, se é o Cesário." Foram as palavras da autora em entrevista à SIC, aquando da apresentação do livro na Biblioteca Municipal de Oeiras a 5 de Dezembro. A intuição da autora é boa, porque urge uma releitura de Pessoa à luz da produção poética de Cesário. No entanto, o modo como conduz a sua argumentação trai a qualidade dessas mesmas intuições: " Pessoa percebeu a sua importância [Cesário] porque não era um português" (DN, 5.Dez). Errado!! Pessoa percebeu Cesário porque era, justamente, um português..
A biografia de M.F.M recomenda-se a quem nunca tenha tido a curiosidade ou o interesse de saber alguma coisa sobre quem foi o homem, onde viveu e com quem conviveu. Para aqueles que esperam alterações nas tabelas classificatórias do nosso velho e viciado parnaso, recomenda-se que esperem um pouco mais.
1 comentário:
Olá gente, aceito a afirmação de que Pessoa "não era um português". Quando chega a Lxª, era um letrado formado na língua e literatura inglesas e faz a abordagem intelectual como estrangeiro à nossa literatura (daí os europeus de início lhe chamarem "a porta" para compreender a nossa literatura). Cesário seria uma primeira descoberta, mas a maior terá sido T. Pascoais, em relação ao qual o "Orpheu" é uma auto-afirmação a esse fascínio.
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